Eslovenia Marques, 20 anos, tem um sonho impossível e ninguém que acredite nela.
Decidida a ser uma atriz de sucesso, ela arrisca tudo saindo do Brasil indo cursar Cinema em Los Angeles. É um país diferente, um sonho arriscado e ela está sozinha. O...
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O turno no trabalho estava calmo e eu aproveitava todos os minutos livres para fazer os exercícios da faculdade, sabendo que a noite estaria ocupada com as horas extracurriculares. O meu dia estava uma loucura e aquela rotina seria pesada demais.
- Eslô, você quer ir a uma festa sábado? -Ashley perguntou, espalhando seus braços pelo balcão- Um amigo meu vai fazer uma social, você vive atolada de coisas para fazer, seria legal se divertir e extravasar um pouco, o que acha?
- Ah, eu não sei se tenho tempo -falei, respirando fundo e apontando para o meu notebook- Tenho horas para pagar a noite e isso acumula esses exercícios, mas me manda o endereço por mensagem, se eu conseguir adiantar essas coisas eu falo com você!
- Tudo bem, gata! -ela teclou algo no seu celular- Enviado! Pensa bem! Você tá em Los Angeles, não fica sufocada estudando, curte também ou você vai ficar louca!
Ashley saiu para atender um cliente que passou pelas portinholas e eu respirei fundo, considerando o que ela disse. O caminho para o sonho não precisava ser tão árduo, eu podia me divertir um pouco. Mas eu tinha tempo pra isso? Decidi que se eu conseguisse fazer todos os exercícios até a manhã do sábado, iria para a festa a noite.
Continuei focada nos meus exercícios e senti uma mão tocar a minha por cima do notebook. Era ele, o sr.Mussi.
- Hey! -ele disse sorrindo- Tudo bem? Quase não me viu aqui!
- Desculpa, sr.Mussi! -disse, afastando o notebook eliminando a barreira entre nós- Como posso ajudar?
- Me chama de Rodrigo -ele disse, encarando a vitrine abaixo de nós- Eu quero um café e três desses cupcake!
- Tudo bem, Rodrigo! -eu disse, caminhando até a máquina de café- Escuta, por que está sendo tão bonzinho comigo? -perguntei, não resistindo a vontade de saber como alguém como ele era gentil comigo depois de ter sido bem escroto com o esbarrão?
- Bom, uma garota que eu dei uma carona uma vez me disse que eu era arrogante e que se me visse na rua pegaria outro caminho -ele disse e eu mordi o meu lábio inferior dando de ombro e caminhando até o balcão- Resolvi que tenho que sorrir mais!
- Bom, isso é bom! -eu disse, entregando o café e os cupcake para ele- Você fica mais legal quando não tá sendo arrogante!
- Certo, marrentinha! -ele disse e eu revirei os olhos caminhando até o caixa.
- Eu não sou marrenta, você que me irritou naquele dia... Me desculpa se fui mal educada ou grossa com você! -me redimi, sem querer me redimir de verdade, não tinha controle naquele diálogo e sentia que nem devia falar com ele.
- É marrentinha, sim! -ele disse, colocando o dinheiro no balcão- Até a noite, Eslove!
Ele virou as costas para mim e caminhou até a saída. Eslove? Eu sorri involuntariamente com o apelido carinhoso que ele havia colocado em mim de última hora, sem entender o que aquilo significava, mas disposta a ser mais legal com ele. Ficaria na sua empresa por horas, então era legal uma bandeira de paz.
