Criando novos laços

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Embora eu tivesse acabado de conhecer a garota que fazia desenhos, nós nos demos muito bem, porque tínhamos muitas coisas em comum. No entanto, a tal ficante não gostou muito da ideia, e eu não entendi por quê. Ela pareceu ficar com ciúmes da minha empolgação, o que me deixou desconcertada, pois pensei que minha alegria fosse algo positivo. Ela não demonstrou nenhuma reação positiva ao que eu contei, e cheguei até a me sentir envergonhada, pensando que talvez tivesse dito algo errado. Não dei muita importância, pois ela tinha vários amigos com quem conversava todos os dias também.

Alguns dias se passaram, e pedi o número da Ana. Chamei-a para jogar, algo que costumava fazer, e ela aceitou. Jogamos por pouco tempo, mas foi muito engraçado. Foi difícil ouvir a voz dela, pois ela estava muito tímida.

Para minha surpresa, descobri que a garota dos desenhos (vou nomear de Ana) morava na mesma cidade que eu. Embora isso fosse uma surpresa, não sei se foi uma boa notícia, já que logo depois ela me disse que estava de mudança para outro estado, algo muito repentino. Eu gostaria de tê-la conhecido antes de ela partir.

Minha relação com Bia nunca foi das melhores. Ela não tinha muita experiência com relacionamentos, talvez por isso não tivesse muita responsabilidade afetiva. No entanto, isso não justificava as coisas que ela fazia, que muitas vezes me machucavam. Discussões longas e exaustivas surgiam frequentemente, e parecia que ela não percebia o impacto de suas ações. Sempre que cometia um erro, encontrava uma desculpa usando seus problemas pessoais, o que me deixava confusa sobre como agir.

Mesmo que morássemos a alguns quilômetros de distância, passávamos muito tempo em call, pois nos víamos pouco. Além disso, a família dela não gostava de mim, o que deixavam bem claro. Os laços que criei com Ana foram ficando mais fortes, e conversávamos todos os dias. Ela sempre me mandava mensagens de bom dia e boa noite, e me tratava de uma maneira especial, fazendo meu coração palpitar com suas palavras e gestos.

Era estranho o jeito como ela me tratava, sempre interessada nas coisas que eu gostava e mantendo a conversa fluindo mesmo quando não tínhamos muito assunto. Uma vez, perguntei a ela sobre sua preferência por garotas, não com segundas intenções, e ela me disse que era pansexual, revelação que fizemos uma para a outra.

Ana sempre foi fofa comigo, fazendo desenhos da gente e até mesmo criando arte para pedir desculpas quando havia algum mal-entendido entre nós. Eu costumava postar esses desenhos nos meus status, o que deixava Bia chateada e resultava em brigas entre nós. Eu entendia suas inseguranças, mas estava sempre com ela, e a chegada de Ana trouxe algo novo e positivo para mim, apesar de Bia enxergar isso como uma ameaça.

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