CAPÍTULO FINAL - O RESGATE VIRÁ

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        “Todos que estavam vivos foram amarrados pelos mestiços, amarras extremamente apertadas em grandes e grossos galhos que ficavam sobre os ombros atrás da cabeça. Começaram a andar pela floresta depois que todos estavam bem presos e impossibilitados de fugir ou tentar qualquer outra coisa, suas armas foram recolhidas e também levadas, as criaturas andavam com certa leveza pela floresta, como se elas fizessem parte do local, as vezes tocavam nas árvores e fechavam os olhos Como se houvesse algum tipo de conexão, os animais não tinham medo deles, pelo contrário se aproximavam para serem acariciados pelos mestiços, apenas se afastavam com medo quando notavam o Rei e sua guarda pessoal.”

        “Depois de uma caminhada floresta a dentro, eles contemplaram uma espécie de vilarejo, a forma como a luz do sol entrava pelas copas das árvores fazia as flores nas mesmas ficarem mais verdejantes, não tinha casas nem cabanas, apenas entradas criadas naturalmente nas grandes árvores que davam espaço para moradia, era possível ver na escuridão do lado de dentro olhos amarelos e curiosos que se levantavam, cipós penduravam-se nas árvores, grande parte servindo como portas das entradas, outros apenas suspensos aleatoriamente pelo local, causando sombras que bruxuleavam com os raios de sol, redes feitas do mesmo cipó misturado com galhos estavam bem amarradas e firmes, em cima delas outros humanoides deitados apenas levantavam a cabeça para ver o que andava por ali, grandes cogumelos brotavam do solo e dos troncos das arvores, grandes a ponto dos humanoides conseguirem deitar em cima deles, árvores menores e frutíferas podiam ser vistas aos montes entre as outras gigantescas e amedrontadoras, o lugar tinha uma beleza natural incomum que misturava medo e vida, de fato era aonde aquelas coisas viviam. O Rei e sua guarda foram levados, desamarrados e jogados em grandes valas criadas naturalmente no solo, as raízes e plantas simplesmente afundavam criando uma espécie de buraco, em cima foi construído uma espécie de porta feita de cipós e galhos fortes. Surpreendentemente dentro desta vala nasciam frutas das raízes, frutas que pareciam deliciosas.”

        —Ei... Não tinha um arqueiro entre elesssssss? Aonde está aquele que acertou uma flecha em você Tovria? – questionou o líder notando que um dos humanos não estava entre os prisioneiros.

        “Tovria olhou para os prisioneiros preocupado, de fato estava faltando um, eles não o tinha amarrado? Ele escapou? Era impossível ter saído das amarras. A raiva foi se instaurando no rosto do líder deles.”

        — Dessssculpa Susssssssssuke – Tovria se direcionou ao líder – acho que ele fugiu enquanto seusssssss amigossss... se rendiam.

        “O Rei olhou acenando para Caiella e Fhenrir, Acan havia escapado silenciosamente enquanto eles se entregavam e deve ter os seguido de longe para saber aonde se localizava a tribo dos humanoide.”

        — O resgate virá – sussurrou o rei para os seus companheiros.

        “Naquele momento em que o líder deles, que se chamava Sussuke impediu Tovria de matar o rei, Acan tinha escapado silenciosamente. Ele os seguiu floresta adentro e observava atentamente a “tribo” dos mestiços, ele pode contar ao menos vinte e cinco da espécie, se dois fora capaz de derrotar sete homens muito habilidosos, imagine o que vinte e cinco deles poderiam fazer, essa era uma ameaça imediata aos humanos e ao reino.”

        —Sssssseu burro! – ele ouviu o líder gritar com o humanoite que tinha amarrado os prisioneiros – vá agora atrássssss daquele arqueiro, ache-o e quando fizer isssssso... mate-o.

        “No mesmo instante o último humanoides que tinha aparecido na batalha e atingido Fhenrir correu floresta adentro, pela direção ele estava voltando para o campo aonde batalharam, provavelmente para tentar rastrear Acan que havia fugido.”

Crônicas de Dumbria: A Caçada RealOnde histórias criam vida. Descubra agora