capítulo 13

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Treze

Chegamos a um restaurante em Mayfair, no qual nunca estive antes. Na verdade nem sei se já estive em Mayfair. É tão completamente chique, por que eu teria ido lá?

- É uma espécie de lugar privativo – murmura Lauren quando passamos por um pátio com colunas. – Não são muitas pessoas que conhecem.

- Sra. Jauregui. Srta. Cabello – diz um homem com terno estilo Nehru, aparecendo do nada. – Por favor, venham por aqui.

Uau! Eles sabem o meu nome! Deslizamos por mais algumas colunas e entramos numa sala ornamentada em que uns três outros casais estão sentados. Há um casal à nossa direita e, quando passamos, uma mulher de meia-idade com cabelo platinado e casaco dourado me encara.

- Ah, olá! – exclama ela. – Rachel!

- O quê? – olho em volta, perplexa. Ela está olhando para mim? A mulher se levanta e, cambaleando ligeiramente, vem e me dá um beijo.

- Como vai, querida? Nós não nos vemos há séculos!

Certo, dá para sentir cheiro de álcool a cinco metros. E, quando olho para seu parceiro de jantar, ele parece igualmente mal.

- Acho que a senhora se enganou – digo educadamente. – Eu não sou Rachel!

- Ah! – A mulher me encara por um momento. Depois olha para Lauren e seu rosto entende rapidamente. – Ah! Ah, sei. Claro que não é. – Ela me dá uma piscadela.

- Não! – digo horrorizada. – A senhora não entendeu. Eu realmente não sou Rachel. Sou Camila.

- Camila. Claro! – Ela assente de modo conspirador. – Bem, tenha um jantar maravilhoso. E me ligue uma hora dessas.

Enquanto ela cambaleia de volta à cadeira, Lauren me dá um olhar interrogativo.

- Há alguma coisa que você queira me dizer?

- Sim. Aquela mulher está extremamente
bêbada. – Quando encontro seu olhar, não consigo evitar um risinho, e a boca de
Lauren esboça um também.

- Então, vamos nos sentar? Ou você tem mais algum amigo antigo que quer cumprimentar?

Olho a sala em volta, avaliando.

- Não, acho que é só ela.

- Dá mais uma olhada. Tem certeza de que aquele senhor idoso ali não é seu avô?

- Não creio... - Além disso, você deve saber que, para mim, pode usar pseudônimos. Eu mesmo costumo usar o nome de Egbert.

Dou um riso fungado e contenho-o rapidamente. Esse é um restaurante chique. As pessoas já estão olhando para nós. Somos levados a uma mesa no canto, perto da lareira. Um garçom puxa a cadeira para mim e abre um guardanapo sobre meus joelhos, enquanto outro serve água e mais um me oferece um pãozinho. Exatamente o mesmo está acontecendo no lado de Lauren. Temos seis pessoas dançando para nos servir! Quero atrair o olhar de Lauren e rir, mas ela não parece preocupado, como se isso fosse perfeitamente
normal. Talvez seja normal para ela, percebo.

Ah meu Deus. Talvez ela tenha um mordomo que lhe prepare chá e passe o jornal a ferro todo dia. Mas e se tiver? Não devo deixar que nada disso me incomode.

- Então – digo quando todos os garçons se dissolvem no ar. – O que vamos beber? – Eu já olhei a bebida que a mulher de dourado está tomando. É cor-de-rosa e tem pedaços de melancia decorando o copo e parece absolutamente deliciosa. - Já foi providenciado – diz Lauren com um sorriso, quando um dos garçons traz uma garrafa de champanha, abre e começa a servir. – Lembro de você ter dito no avião que seu encontro perfeito começaria com uma garrafa de champanha aparecendo à mesa como se por mágica.

Os Segredos de Camila CabelloOnde histórias criam vida. Descubra agora