capítulo 7

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Sete

Enquanto ando pela rua com Normani, metade de mim está entorpecida de horror, e metade quase quer explodir numa gargalhada histérica. Todo mundo está no escritório, tentando ao máximo possível impressionar Lauren Jauregui. E aqui estou eu, saindo numa boa, debaixo do nariz dela, para tomar um cappuccino.

- Desculpe ter interrompido você – diz Mani animada enquanto empurramos as portas do Starbucks. – Com Lauren Jauregui lá e tudo. Eu não fazia ideia de que ela ia estar sentada ali! Mas sabe, eu fui bem sutil – acrescenta ela, de modo tranquilizador. – Ela nunca vai saber o que a gente estava aprontando.

- Com certeza – consigo dizer. – Ela não vai adivinhar, nem em um milhão de anos

- Você está legal, Mila? – Mani me olha com curiosidade.

- Estou ótima! – respondo com uma espécie de alegria aguda. – Estou absolutamente ótima! E então... por que a reunião de emergência?

- Eu tinha de contar. Dois cappuccinos, por favor – Mani ri para mim, empolgada. – Você não vai acreditar.

- O que é?

- Marquei um encontro. Conheci um cara novo!

- Não! – exclamo, encarando-a. – Verdade? Foi rápido.

- É, aconteceu ontem, como você disse! De propósito, eu andei até mais longe na
hora do almoço e achei um lugar bem legal, onde estavam servindo o almoço. E ali estava um sujeito legal, na fila perto de mim. E ele começou a conversar comigo. Depois a gente dividiu uma mesa e ficou batendo papo... e eu estava indo embora quando ele perguntou se eu gostaria de tomar uma bebida uma hora
dessas. – Ela pega os cappuccinos com um sorriso de orelha a orelha. – E a gente vai sair esta noite.

- Que fantástico! – digo deliciada. – E aí, como ele é?

- Um amor. O nome dele é Phillip! Tem uns olhos lindos, brilhantes, e é realmente charmoso e educado, e tem um enorme senso de humor...

- Ele parece incrível!

- Eu sei. Eu tenho uma sensação realmente boa com relação a ele. – O rosto de Mani reluz enquanto nos sentamos. – Tenho mesmo. Ele é diferente. E eu sei que isso parece estúpido, Camila... – Ela hesita. – Mas eu sinto que, de algum modo, você o trouxe para mim.

- Eu? – Encaro-a boquiaberta.

- Você me deu confiança para falar com ele.

- Mas eu só disse...

- Você disse que sabia que eu ia conhecer alguém. Você teve fé em mim. E eu conheci! – Seus olhos começam a brilhar. – Desculpe – Ela sussurra e enxuga os olhos com um guardanapo. – Eu estou meio abalada.

- Ah, Mani.

- Realmente acho que minha vida vai dar uma virada. Acho que vai melhorar. E tudo por sua causa, Mila!

- Que é isso, Mani – digo sem jeito. – Não foi nada.

- Não foi nada! – Ela toma um gole. – E euqueria fazer uma coisa por você, em troca. – Ela remexe na bolsa e pega um grande pedaço de crochê laranja. – Fiz isso aqui ontem à noite. – Ela me olha cheia de expectativa. – É uma faixa de cabeça.

Por alguns instantes não consigo me mexer.

Uma faixa de cabeça, de crochê.

- Manj – consigo falar por fim, virando-a nos dedos. – Verdade, você... você não precisava!

- Eu quis! Para agradecer. – Ela me olha, séria. – Especialmente depois de você ter perdido o cinto de crochê que eu lhe dei no Natal.

- Ah – digo sentindo uma pontada de culpa. – É, sim. Foi... uma pena! – Engulo em seco. – Era um cinto lindo. Eu fiquei realmente chateada por ter perdido.

Os Segredos de Camila CabelloOnde histórias criam vida. Descubra agora