Capítulo 6

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Axel os levou até uma taverna do outro lado da cidade. Um lugar muito isolado que fez Akina perder as contas de quantas vezes ameaçou tirar a adaga do pai da mochila para se defender. Ela havia perdido a sua, havia deixado incrustada na perna daquele saqueador.

O local não era terrível, apesar do cenário sombrio. Eles andaram por cerca de uma hora e o sol já estava no ápice quando adentraram no local. Assim que passaram pela porta, Akina parou e Aki também, ambos imitando os movimentos realizados por Axel. O garoto havia parado e vasculhava o local em busca de alguém. O amigo que havia referido momentos antes. Então ele o encontrou, o que fez com que olhasse para Akina em gesto de "por aqui".

Quando chegaram até a mesa isolada em um dos cantos do local, a garota percebeu que se tratava do amigo que estava com Axel no dia anterior, o galego que tinha uma tatuagem em uma parte da cintura.

- Ei, Tommy – Axel cumprimentou o amigo com um tapinha nas costas, o que fez com que ele se virasse para ver o amigo.

- Oi, Ax. Pensei que não viria mais – ele disse fazendo sinal para o amigo se sentar. Ele, de início, não percebeu a presença de Akina, até que ouviu a respiração forte de Akinator. – É a garota do outro dia, aquela que você ficou falando que era diferente?

Akina se sentou ao lado de Axel enquanto o garoto loiro falava e disse a Aki que ele podia dar uma volta ou caçar alguma coisa se quisesse. Ele então saiu logo após ela falar com ele.

- Cara, qual é. Assim ela vai achar que não tínhamos mais nada melhor pra fazer além de falar sobre ela – ele disse e piscou para Akina, fazendo a garota revirar os olhos. – Só comentei sobre ela por conta disso... licença – Axel encostou a mão no pescoço de Akina, mas a encolheu de volta quando a garota deu um sobressalto com o toque, então ele encostou a mão novamente, ajeitando o cabelo dela atrás da orelha, onde aquela pequena tatuagem geométrica de um lobo havia sido feita. – Por isso ela é especial – ele fez uma pausa e depois continuou: – Thomas Leclerc, essa é Akina Argent.

- Você é filha do Anthor – o garoto falou, mais como uma afirmação do que como uma pergunta.

Akina apenas acenou com a cabeça. Axel percebeu como a garota ficou após ouvir o nome do pai, então mudou de assunto, perguntando o que iriam querer comer. Akina estava com muita fome, pois já tinham se passado várias horas desde a última vez que comeu. Akinator tinha uma vantagem quanto a esse assunto, pois poderia sair para caçar a qualquer momento.

Quando acabaram de comer, Thomas se levantou e foi até o banheiro, deixando Axel e Akina sozinhos na mesa.

- Acho que isso é seu – ele tirou uma pequena adaga de uma das mangas da camisa. Provavelmente havia um local para guardá-la ali. Akina arregalou os olhos ao ver a sua adaga perdida, aquela que ela lançou na perna do ladrão que tentou atacá-la. – Devo dizer que tem uma boa pontaria.

- Você estava lá – não foi uma pergunta, mas uma afirmação.

– Cheguei na melhor parte, quando você lançou essa faquinha na perna do homem.

- Você os atacou depois que eu corri? Ouvi gritos.

- Atirei uma flecha em cada um. Se você acertou uma perna daquele cara, devo dizer que não ganhará sozinha a graça por ele não andar mais como antes. A outra perna foi por minha conta – ele falou esbanjando um sorriso que já lhe era característico. Akina também sorriu com a revelação. – Você deveria me agradecer por salvar sua vida.

- Vai sonhando. Eu já tinha dado um jeito neles, facilitei pra você – ela disse e Axel gargalhou. Uma risada rouca, graciosa e genuína. Aquele som poderia soar como uma trombeta que anuncia o fim de uma guerra. Akina ficou encarando-o por um tempo, pensando se um dia teria motivos para gargalhar daquele jeito, por qualquer besteira que ela falasse. Axel era daquele jeito; feliz. Ela já fora assim em um certo momento, antes da morte da sua mãe. E agora com tudo que aconteceu, esses sentimentos pareciam ter se perdido.

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⏰ Última atualização: Apr 08, 2022 ⏰

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