5-Bem-vidos de volta!

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Mãe- Onde pensas que estavas até agora, minha menina?.- a minha mãe mantinha os braços cruzados, enquanto olhava para mim com seriedade, o meu pai também tinha o mesmo olhar.

Eu não sabia bem o que dizer, mentir estava longe de questão, porque não gosto de mentir aos meus pais, mas a verdade estava longe de ser reconfortante para eles. O que digo? "Estava na casa de desconhecidos a comer bolo"?

Então, decido contar uma meia verdade:

-Fui com o Ricardo buscar os meus auriculares na casa de um amigo, depois da escola.- digo mordendo o lábio, o meu pai acena pedindo que continuasse.- A mãe dele pediu para ficarmos a comer bolo, então não queria fazer uma desfeita.- digo mostrando a marmita com pedaços do bolo.

Okay, aquilo não foi uma completa mentira, tirando o facto de ter omitido que até o fim-de-semana ele era um desconhecido, e que o Ricardo não ficou a comer bolo connosco.

-Desculpem pelo atraso.

O meu pai suspira e diz:

-Na próxima vez, manda uma mensagem, imaginas a nossa preocupação em voltar para casa e não encontrar-te aqui?- ele diz se aproximando e me dando um abraço apertado.

A minha mãe faz o mesmo, e deposita um beijo no topo da minha cabeça, acho que foi desse gesto que eu e Ricardo tiramos esse "nosso" hábito.

-Desculpem não ter deixado nada preparado para comermos, queria preparar algo especial, mas acabei por não fazer nada.- baixo a cabeça com um olhar triste.

Os meus pais entreolham-se e depois dão um sorriso em consenso.

-Podemos ir jantar, daqui a algumas horas.- a minha mãe toca levemente no meu queixo, fazendo com que erguesse levemente a cabeça.- Eu e o teu pai não estamos mesmo com fome, deixa-nos descansar e tomar um banho, e às 18h saímos para jantar, pode ser ?

Eu assinto com a cabeça e entrego a marmita com o bolo.

-É para vocês, o bolo está incrível.

Eles recebem o bolo e vão direto para a cozinha, eu pego as minhas coisas e vou para o meu quarto. Deixo as minha coisas numa cadeira, e atiro-me na cama soltando um longo suspiro.

Apesar, da pequena situação com os meus pais, não consigo deixa de sorrir ao lembrar que agora sou amiga do Lucas, por um momento pergunto-me: será que foi amor à primeira vista? Mas, sou uma pessoa muito racional para levar essa teoria avante.

Deixo esses pensamentos de lado, e decido estudar um pouco mais no meu livro "A dança do Universo", depois de duas horas de estudo, já tinha lido praticamente metade do livro, então como já passavam um pouco das 16, começo a arranjar-me para o jantar.

Visto uma saia, que a minha mãe ofereceu-me, depois de hoje queria agradar-lhe, e nada melhor para agradar uma mãe, do que vestir uma roupa comprada por ela.

A saia era preta e comprida até a panturrilha, a mesma tinha uma racha que chegava até acima do joelhos. Por cima, coloco uma blusa de alças também preta.

Por fim, coloco uns ténis pretos oferecidos pelo meu pai, eu amava aqueles tênis.

Mãe- Desce logo Lu! Já vamos sair.- eu pego rapidamente um perfume para borrifar-me, e pego uma bolsa colocando as minhas coisas.

-Estou aqui.- digo chegando na porta com pressa, a minha mãe assim que olha para mim, o seu rosto ilumina.

-A minha filhota está a usar a saia que lhe dei.- diz me apertando num abraço.

-E os tênis que o papá dela deu.- ele diz com um sorriso orgulhoso.

Eu amava os meus pais, e a dinâmica que nós os três tínhamos, apesar de eles AINDA não apoiarem o meu sonho,  nós não costumávamos discutir muito.

Os meus pais decidiram ir num restaurante chamado "Café Del Mar", nos sentamos numa mesa com vista para o mar, e não pude evitar deixar de pensar no Lucas, não acredito que não fiquei com o número dele.

Estava tão perdida em meus pensamentos, que quase não percebi a voz do garçom a dizer:

-O que vão querer?- saio do meu transe, quando percebo que a voz deste parecia demasiado familiar. Ergo lentamente a cabeça para ver o rosto do garçom, quando me deparo com o Lucas.

-L-Lucas.- não consigo evitar arregalar os olhos, quando percebo que é ele que vai atender a nossa mesa. Ao contrário de mim, ele permanecia com uma cara inexpressiva, mas pude perceber que no seu olhar, também passava um lampejo de confusão.

O Rapaz das EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora