Primeiros encontros nunca são fáceis; é assustador e lhe compõem de uma ansiedade sem igual preparar-se para conhecer alguém "às cegas" (seja um possível conjugue que encontrou na internet, ou um que amigos lhe arranjam); é arrepiante, acelerante e lhe toma de receios quando você tenta ir ao encontro com alguém que conhece, mas nunca havia "planejado" ver de maneira romântica. Mas, para Jung, de todos os primeiros encontros, o fato de ter o seu primeiro com Taeyong logo após sua mãe ter sido internada (enquanto, após oferecia, cuidava de seu filho), era uma fusão de diversos sentimentos.
Para o Lee, então, o seu primeiro encontro com seu vizinho lhe causava uma das ansiedades mais insanas que já havia sentido em seu corpo. O mais novo não era só o primeiro homem que sairia, num contexto romântico, após pelo menos uns 5 anos, como era o primeiro e único homem com quem realmente saía num encontro (devido a sua sexualidade reclusa, minimamente explorada em algumas baladas e clubes durante sua juventude). Além do mais, ele possuía um filho, e era viúvo - eram muitas camadas para preocupar qualquer um que ousasse cogitá-lo como um par para o romance.
O médico parecia tremer por inteiro quando caminhava, com ambas mãos agarrando sua bolsa lateral pequena e preta, em direção ao encontro do rapaz de fios rosados. Jaehyun tinha incontáveis qualidades, e isso definitivamente adicionava peso à sua ansiedade - ainda lhe era confuso, e "assustador", como viu-se de joelhos para o outro em tão pouco tempo (e nesse aspecto, o professor possuía o mesmo exato sentimento).
Em um país ainda um tanto racista, e ambos com profissões notáveis, optaram por se encontrar em um dos bairros coreanos cujo majoritariamente se é frequentado por pessoas LGBTQIA+ e estrangeiros. E na frente de um dos belos restaurantes, de um dono gay de personalidade incrível, Jaehyun segurava algumas flores enquanto esperava o Lee. Ali, o médico sentia-se ainda mais entregue ao rapaz.
Cumprimentaram-se com um abraço, e sorrisos tímidos, ainda sem saber como lidar com a situação, a aproximação e seus sentimentos. Jung ditou o caminho e o almoço, seguindo à uma sala que havia reservado para ambos ao fundo do estabelecimento. Sentados frente a frente, separados por uma pequena mesa, agora seus sorrisos aumentavam.
ㅡ Como está sua mãe? Ela chegou bem em casa?
Taeyong, com o coração sentindo-se quente e acolhido, meneou em concordância ㅡ Ela está na casa da minha irmã, e ficará lá por enquanto. Ela está bem melhor, felizmente foi apenas um susto.
Jaehyun suspirava aliviado ㅡ Fico feliz, mesmo. Eu sequer consigo imaginar como você deveria estar.
ㅡ Sou muito grato por tudo o que fez por mim nessa semana, Jaehyun. De verdade.
Com seu sorriso de covinhas na face, ele meneava em negação ㅡ Hyung, não precisa me agradecer. Cuidar de Jisung jamais será um problema, mesmo. O que importa é o bem estar de todos vocês.
O suspiro longilíneo do mais velho parecia deixar escapar todos os receios que deixavam-o recluso ainda no encontro. Com o adicional de algumas bebidas alcóolicas, e muita comida boa, Taeyong via-se completamente confortável e leve ao lado do mais novo.
Uma hora mais tarde, e o corpo do Lee reclinava-se sutilmente contra a mesa, com o cotovelo repouso no objeto. Jaehyun fazia o mesmo, apenas para que pudesse estar inclinado para perto do médico, e admirar cada pequeno detalhe de sua bela face.
ㅡ Eu não sei que tipo de feitiço você jogou em mim, Jaehyun, mas funcionou muito bem - Ele gargalhava, dócil, com suas sílabas correndo arrastadas.
O mais novo ria de volta ㅡ Que feitiço?
ㅡ Sei lá, o seu! Eu nunca fui do tipo - Ele suspirou ㅡ Eu na verdade nunca tive nada sequer parecido com o que estou tendo com você.
O braço escorregava contra a mesa, e junto ia o corpo do Lee. Tinha o braço esticado contra o objeto, e o rosto apoiado próximo a altura de seu cotovelo. Jung viu como uma oportunidade, e levou sua mão sob a de dedos finos e de veias saltadas, acariciando-os por cima em sua pele macia.
ㅡ E isso é bom?
ㅡ Claro que é - Ria suave, erguendo o olhar para conseguir visualizar o professor ㅡ Eu nunca senti esse tipo de paixão antes - Interrompeu a fala, com um soluço, que fez suas orbes sutilmente arregalarem ao notar o que realmente havia dito ㅡ E eu talvez esteja sendo muito precoce em ser tão sincero assim, né?
Taeyong poderia estar bêbado, mas não estava alterado o suficiente como quando esteve na cada do vizinho. A sinceridade simplesmente fluía com o conforto que o outro lhe provia. Via abertura para falar tudo o que sentia em seu peito, e que mesmo que não fosse recíproco, Jung escutaria-lhe com compaixão.
Os dedos do professor entrelaçaram-se aos do médico, e o rosto desse veio a erguer-se por completo para fitar os alheios. Jaehyun sorria, agraciado pela sinceridade, e o outro viu-se perdido em sua beleza.
ㅡ Eu gosto da sua sinceridade - Seu tom diminuía, com o aumento da proximidade dos corpos e faces ㅡ Eu amo que você se sinta confortável o suficiente para ser você mesmo, e é isso que eu quero.
Ambos surpreenderam-se quando o Lee esticou-se, ainda que com a coluna relativamente dobrada, para tomar os lábios do outro coreano. Jamais imaginou ser aquele que iniciaria o beijo, mas sentia-se puxado como um imã por cada pequena atitude do Jung.
Foi um beijo curto, com Taeyong puxando entre seus lábios o inferior alheio, e terminando com selares e suspiros. Sorriam, um ao outro, com os olhos semicerrados e os narizes à roçarem.
ㅡ Faz muito tempo que eu não tenho um relacionamento, muito menos algo físico - Ele comentava de maneira suave, e melódica ㅡ E eu preciso dizer que tenho receio com tudo isso, principalmente de estragar tudo.
ㅡ Você não precisa pensar assim - Os dedos aproximaram-se dos fios castanhos, emaranhando-se entre eles ㅡ Eu acho que tem tudo para dar certo.
ㅡ É inevitável... Porque eu tenho um histórico, mas eu me vejo totalmente entregue aos seus charmes, e temo que isso possa ser sinal de que nada dará certo, ou dará extremamente certo - Seus olhos não desgrudavam das orbes alheias, por mais que agora praticamente aninhasse nos dedos, como um gato ㅡ, e eu só sei que adoraria levar isso com você, devagar, mas com você.
Com um sorriso apaixonado, Jung aproximou sua face novamente, acariciando-lhe o maxilar, antes de lhe deixar nos lábios rosados um longo selar. Afastou-se, tão contente quanto antes ㅡ Eu estarei feliz de seguir o seu tempo, qualquer seja ele. Você me faz muito bem, em tão pouco tempo, e posso dizer o mesmo de Jisung. E eu só quero ter vocês por perto.
Taeyong e Jaehyun jamais seriam um casal convencional, e seria impossível saber exatamente quais seriam seus próximos passos, mas era possível ver nas entrelinhas de suas interações que possuíam um futuro prominente romanticamente. E, claro, jamais ocorreria de um dia para o outro - teriam muito o que trabalhar, o que entender um do outro, e o que desenvolver, mas até então a ausência de falhas em suas comunicações era excitante.
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O pequeno vizinho - jaeyong
FanfictionNuma madrugada de domingo Jaehyun é incomodado por seu vizinho do mesmo andar que lhe entrega um pedaço de papel que afirmava ter sido "entregue por engano". Ao abrir sua carta misteriosa, degusta de uma caligrafia péssima e desenhos tortos colorido...