Cap-12

51 11 0
                                    


Faz dois dias que ajo como se nada tivesse acontecido. Como se Scott e Derek não tivessem escutado tudo oque falei naquela sala. E é que nem foi com os detalhes. Não foi como as coisas que senti as vontades que tive depois daquilo. A vontade imensa de me matar naquela hora foi muito pior que qualquer coisa.

E sabe qual o pior? Eu tinha prometido que iria tentar ser feliz um dia antes de meu pai ir lá e matar o Dylan. Como eu odeio aquele cara! Tudo oque mais quero agora é encontrá-lo e poder matá-lo com as minhas próprias mãos. Meio piscicopata? Talvez, mas tem seriais killers muito piores que eu estou imaginado ser.

Se eu fosse preso? Foda-se. Eu me matava depois. Era fácil. É só acha o alvo. Matá-lo e depois? Ou a gente esconde o corpo em um rio. Onde as digitais e tudo seriam eliminados pela a água. Eu acho. Mas só se eles acharem o corpo. Pois se eu jogasse em um dia gigantesco ou então no mar, seria quase impossível dos policiais acharem. O mais provável é que um pescador qualquer encontre.

Falando em morte. A rádio não fala de outra coisa. Parece que tem um maluco assassino a solta senhora e senhores. Só que eu não me importo, não vai me fazer mal mesmo. Querer dizer. Eu posso acabar sendo uma vítima desse tal cara aí. Mas acredito que ele queira um pouco de diversão antes de simplesmente sair matando qualquer um. Pelo tanto de gente que já morreu garanto que tem um padrão. Não sei qual é, mas sei que tem. É fácil entender assassinatos depois de assistir tantos filmes sobre isso.

Se está me julgando por eu saber algumas coisas sobre isso, lembre: eu sou um adolescente. Preciso viver. Viver do meu jeito. Afinal viver já é um grande esforço. Mas eu prometi. E eu não quebro minhas promessas. Falando assim até pareço o Naruto. Meu Deus. Onde eu fui chegar? Dando uma de Naruto? Ah... que grande merda.

— carne nova?- meu armário se fecha rápido me fazendo voltar a maldita e infeliz realidade. Olho para o que causou isso e dou de cara com um adolescente com olhos verdes? Sei lá. Não me importo. Só sei que ele me perturbou.

— na verdade, já estudo aqui a quase três semanas, então não sou novato, o que te torna desinformado.- ele levanta as sobrancelhas.

— olhem só! Que figura.- aponta para mim e olha para seu grupinho atrás de si. Ah claro. Sempre tem de ter esse grupo de valentões que se acham. Porque não colocar logo um hospício junto com o colégio? Porque loucos e que se acham debochados tem de sobra nos lugares, mas aqui? No local de estudo e aprendizado? Tem para dá e vender.

Me viro e tento sair de fininho. Não que eu esteja com medo ou algo do tipo. Só não quero gastar meu tempo com esses caras chatos.

Sinto suas mãos tentando me empurrar pra o chão, mas invés disso apenas esquivo, já estava preparado. Já vi muitos filmes para saber que eles sempre fazem isso. Sempre!

— ui, ui, ui. Você luta alguma coisa esquisitão?- brinca com as mãos e finge se esquivar várias vezes para me provocar.

— não preciso ter aulas de luta para dar uma esquivada simples dessa.- explico e coloco minhas mãos na alça de minha mochila.

— você se acha muito pro meu gosto.- descruza os braços e se aproxima.

— mas parece mais uma putinha que tenta esconder o próprio rabo.- me empurra. Se controla Stiles. Você consegue. Você consegue.

— e você? É uma vadia, um valentão. Aposto! E ainda vou dar mais um chute. Capitão do time de lacross! Acertei?- dessa vez seu eu quem me aproximo fazendo o mesmo se afastar.

— não chegue perto de mim!- me empurra novamente.

— seu pai não lhe ensinou a ter educação?- controle.

— ou ele é apenas uma putinha igual você?- na verdade ele é. E pior. Ele é a porra de um assassino. O qual eu quero encontrar e socar a cara até que minhas mãos estejam sangrando e que minha alma esteja mais quebrada que a dele.

— acha que pode me fazer perder o controle?- sorrio sarcástico. Não estou me achando igual ele. É só engraçado ver sua cara de raiva aparecendo e sumindo várias e várias vezes.

— controle? Do que está falando?- ele rir.

— isso parece coisa de gente depressiva. Você não é, né?- tira onda.

Bufo.

— cala a boca, seu imbecil!- se é briga que ele quer? É briga que vai ter. Só não sei quem vai se ferrar aqui. Eu, provavelmente.

— repete!- reviro os olhos.

— está surdo! Imbecil!- ok. Primeiro. Porque diabos estou querendo briga com um adolescente mimado que eu nem conheço? Talvez eu esteja fraco demais. E vai procurar mais coisa para ficar mais fraco ainda? É.

Ele avança em mim e dá um soco em minha cara. Ai meu nariz! Coloco a mão no mesmo e o massageo. Com raiva contra-ataco e dou uma cabeçada em seu tórax. Ele cambalea para trás, mas seus "amigos" o empurram de volta para o "campo de batalha". Chamo assim pois há várias pessoas ao redor olhando para a gente. Só falta gritarem briga! Briga!

Ele tenta me derrubar com uma rasteira, mas falha miseravelmente, pois pulo por sua pena e lhe acerto um golpe em sua costela. Ele cai no armário, mas se recomponhe e avança com a maior cara de raiva do mundo. Até que estou indo bem. Nossa. Sou muito melhor de briga do que achava.

— STILES!- escuto uma voz no meio da multidão. Scott? Não, Isaac! Olho para lá no mesmo instante em busca. Será que está em perigo? Algum valentão lhe pegou? Um policial ao lado de seu "pai" o pegou? Oque está acontecendo?

Tento correr para o meio dos adolescentes cheios de adrenalina pela briga, mas tudo oque vejo é escuridão.
Preto.
Um vazio.
Assim como eu.
Eu perdi...

Cause i'm so fuking careOnde histórias criam vida. Descubra agora