Cap-17

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É muito fácil fingir que tudo está bem quando você tem algum propósito para continuar vivendo. Mas e quando esse propósito não existe? E quando ele simplesmente some? Você deve continuar tentando ou simplesmente ceder a vontade imensa de desistir de tudo?

Talvez se você ignorar isso até consiga viver um pouco mais, só que sua cabeça sempre acaba lhe lembrando. O quanto você é inútil, e que a única pessoa que se importava com você morreu. Por culpa de quem? De outra pessoa a quem você confiava a alma.

A verdade é que não podemos confiar em ninguém 100%. Porque humanos erram, humanos têm seus lados obscuros. E uma hora ou outra eles acabam lhe mostrando esse lado ruim deles, e você se surpreende por não saber que eles eram capazes disso.

E eu? Bom, desde que o Dylan morreu pelo meu pai, eu não confio mais em ninguém, pelo menos não 100 por cento. No máximo 60 e pronto.

Mesmo que a cara da pessoa e sua personalidade seja a mais fofinha e inofensiva, uma rosa pode se mostrar uma linda flor, pois é, mas lembre-se. Uma rosa possui espinhos e, se você bobear ela perfura até o fundo do seu coração.

Não se pode confiar nas pessoas, essa foi a lição que aprendi ao decorrer daquele acontecimento...

Hoje e eu Scott Isaac vamos sair para passear por aí. Vai ser só uma caminhada simples, se acharmos um lugar interessante paramos, se não? Apenas continuamos a andar.

Vai ser bom que colocamos o papo em dia. Apesar de não gostar muito de conversar. Que ironia não? Quando estou nervoso falo igual um bicho...

Isaac e Scott estão muito próximos agora, não desgrudam um do outro. E acho que sei o porque disso, Scott não quer perdê-lo para ninguém novamente. Quer poder proteger ele de qualquer ameaça que possa surgir. E eu acho um pouquinho exagerado. Porque até sair para ir ao banheiro o Scott segue o menino.

Mas eu entendo meu moreno, também era assim com o Dylan. Você sente a imensa vontade de proteger o que é seu. Não estou dizendo que ele era meu e somente meu, e nem estou dizendo que Isaac é de Scott e somente dele. Estou tentando explicar que quando você tem uma pessoa querida você quer protegê-la para sempre. Porque é assim que tem quer ser, né? Protegemos uns aos outros. Esse é o lema da raça humana? Não faço a minha ideia. Acho que inventei isso agora, mesmo.

Só tirando de meus pensamentos com um barulho de copo caindo vindo da cozinha. Solto a escova de cabelo na pia e sigo até o cômodo. Vejo Scott e Isaac rindo igual dois abestados. Se não fossem apenas amigos diria que estariam apaixonados.

— oque estão fazendo?- pergunto olhando para aos cactos de vidro no chão.

— o Isaac...- pausa. Seus olhos estão lacrimejando de tanto rir. Ele leva a mão até a boca para tampar o sorriso.

— ele... foi pegar um copo e...- engole e tenta se recompor, mas parece que não adianta muito.

— esqueceu de segurar ele!- explica e franzo o cenho. Como que alguém vai pegar um copo e esquece de segura-lo? Meu pai.. a situação está pior do que imaginei. Eles estão parecendo dois amigos lerdos que se amam, mas acham que um não gosta do outro do mesmo jeito. Como eu sei, sem nem ter muitas provas? Os sorrisos bobos. Isso mesmo. Quando uma pessoa gosta da outra uma das principais características perceptíveis são os sorrisos bobos.

— ok... eu vou apanhar isso.- aviso indo pegar uma pá de lixo e uma sacola. Porque você tem de limpar? Ele quem fez a bagunça. Pois é, mas estou sendo gentil, entendeu? Gentil, coisa que você na maioria das vezes não me deixa ser, mas não vou deixar você me contrariar agora.

Eu estou brigando com eu mesmo? Sim, isso é estranho? Sim, talvez eu precise de terapia? Com toda a certeza do mundo. Mas não estou a fim.

— aí!- Isaac se aproxima de mim.

Cause i'm so fuking careOnde histórias criam vida. Descubra agora