Parte IV

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Quando os primeiros raios de sol atingiram o solo, Lena já estava debruçada sobre a sacada de seu quarto, contemplava o céu clarear calmamente, com um pequeno sorriso nos lábios, não havia conseguido dormir muito bem. Kara Lavigne rondava seus pensamentos e isso estava começando a irritar a mulher. A morena não queria ter esperanças quanto a enóloga, todavia, não poderia negar que as duas pareciam viver em provocações.

Com um pequeno suspiro, a Luthor observou os céus por mais alguns instantes, até decidir fazer uma refeição. Como de costume, apenas frutas e um iogurte, mantendo o hábito de refeições leves. Caminhando em direção ao banheiro para se arrumar, após se alimentar, para sua segunda aula com Lavigne; a loira instruiu para que usasse uma calça mais rente ao corpo, desta forma, Lena escolheu uma roupa simples e discreta, uma calça jeans clara, blusa de mangas, botas até os joelhos e uma longa echarpe preta, deixou o cabelo solto e não fez uma maquiagem forte, apenas mantendo o batom vermelho marcado, sorrindo com o resultado, saiu de seu quarto.

Chegou novamente às 8 horas em frente a vinícola, sorriu ao encontrar a enóloga lhe esperando; a mulher trajava uma blusa azul de mangas compridas, calça clara justa e botas que davam a Lena uma pequena dica acerca da aula daquela manhã.


— Está linda, Miss Luthor —. Kara sorriu quando a morena se aproximou.


— Igualmente, Miss Lavigne. O que tem preparado para mim esta manhã? —. As duas começaram a caminhar lado a lado.


— Apenas o melhor para a minha Luthor —. Lena arqueou a sombrancelha com a malícia na frase de Kara, todavia, loira continuou. — Você sabe montar, minha querida Lena?


— Sim, Kara, sei —. A Luthor sorriu com a confirmação da dica que a roupa da loira dava. Memorando rapidamente que seus pais sempre faziam com que os irmãos Luthor's tivessem acesso as mais variadas atividades e hipismo sempre foi uma paixão para Lena.


— Sabia que você era perfeita...


As mulheres não chegaram a adentrar na vinícola, Lavigne guiou as duas pelo entorno do casarão. Nos fundos do local havia um requintado jardim circular, com pequenas videiras e bougainvilles em tons rosados que faziam uma cobertura elegante sobre os móveis, poltronas e sofás produzidos em palha, estofados branco e uma mesa de centro com um tampão de vidro, o chão era em pedra acinzentada.


— É lindo, Kara —. A morena comentou observando o lugar.


— Minha irmã gosta de paisagismo —. Respondeu alegre, tocando a mão da Luthor indicando para que continuassem. — Vou avisa-la que você gostou do trabalho. Mas, não é aqui nossa parada.


Continuaram andando até encarar um pequeno estábulo afastado, não comportando mais que três cavalos.


— Esses são meus bebês —. Kara falou ao adentrarem no local e apontando para os dois cavalos selados nas baias. — Esta é Étoile (Estrela), uma Camarillo, é, minha princesa. Doce e gentil, será sua montaria hoje


— Você é linda... —. Lena passou a mão lentamente na pelagem puramente branca, lembrando a neve recém caída, os pelos eram macios e sedosos. A égua era alta, imponente, todavia, com um olhar sereno, inclinou sua face em direção a Luthor e as duas ficaram em silêncio se conhecendo.

Le Vin ParfaitOnde histórias criam vida. Descubra agora