Parte III

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Kara e Lena saíram da adega com sorrisos uma para a outra, Lavigne havia tentando dar uma desculpa de estar ocupada para ver até onde a Luthor insistiria no convite, mas, em questão de segundos cedeu dizendo que não eram compromissos importantes e poderia adiar. Ao chegarem na parte central da vinícola, a loira pediu para que Lena esperasse alguns instantes, tinha que pegar seu cartão, sumindo em um outro corredor que levava até o escritório da proprietária do lugar.


— Onde está sua bolsa? —. Lena indagou ao ver a loira retornando sem nada nas mãos.


— Não preciso —. Sorriu e apontou para o bolso da calça. — Tudo que preciso está aqui


— Você está com seu cartão e documentos no bolso, Kara? —. Lena se aproximou com um tom descrente. — Quanto descuido para uma mulher tão meticulosa com seu trabalho... Me dê —. Estendeu a mão para a loira.


— Mas... —. Pensou em protestar, todavia, levou a mão ao bolso retirando os itens e deu um sorriso sem graça. — Não precisa fazer isso


— Os documentos têm que ser guardados com cuidado, Kara —. Abriu sua carteira e inseriu os itens da loira.


— Obrigada, minha Lena —. Segurou a mão da morena, sem entrelaçar os dedos. — Vamos?


As mulheres entraram no carro de Lena, Kara pediu para dirigir, disse que levaria a Luthor em seu restaurante favorito. A loira dirigia de forma veloz, rindo descontraída com a cara de pânico que Lena fazia a cada curva fechada que fazia.


— Não vai acontecer nada, prometo —. Olhou para a mulher e tocou em sua coxa.


— Olha para a rua, mulher, não quero morrer —. Lena respondeu em pânico pela velocidade e surpresa com o toque. A Luthor dirigia com velocidade, entretanto nada se comparava a vontade de voar que Kara parecia ter.


— Não deixaria você morrer, Lena —. Sorriu de forma gentil todavia, voltou sua atenção para o caminho.


Lavigne reduziu um pouco a velocidade do carro, devido à preocupação de Lena e seguiu de forma mais gentil para o lugar. Não trocaram palavras até o local, todavia, a mão de Kara continuava repousada na coxa da morena e a mesma não parecia nem notar mais o ato, tinha gostado do toque, parecia tranquilizador. Não demorou muito para a loira estacionar em frente ao local escolhido.

Construído em um prédio de pedras, possuía uma simpática fachada em tom turquesa escuro, retangular, com grandes janelas de vidro, quadros negros escritos com giz o cardápio do dia e o nome escrito em letras brancas. Lena sorriu, parecia um lugar tão agradável.


— Bem-vinda ao Berthus —. Kara saiu primeiro do carro, abriu a porta para Lena e ofereceu a mão para a morena.


— É lin... —. A Luthor tentou dizer, mas, Kara tocou em seus lábios.


— Não, ainda não


Adentraram no local, apenas um pequeno bar se localizava no térreo, tons de verde escuro na parede, com decoração em tons de madeira. No lado esquerdo da entrada havia uma simples escada de madeira, Kara mantinha a mão de Lena na sua, levando a morena para o andar de cima com um sorriso. O local era claro, parecia ter um ar leve, chão de madeira, as paredes davam vida ao lugar com sua mistura de cores. Perto das grandes janelas, tons turquesa e branco. Nas laterais, papéis de paredes coloridos e divertidos, dividiam o espaço com partes em um tom cinza escuro. As mesas e cadeiras eram do mesmo tom do chão, com sustentações negras, algumas cadeiras possuíam estofado esverdeado. Na lateral esquerda, havia uma espécie de banco grande, fixado na parede e algumas almofadas com estampa listrada para sentar-se. Kara, ainda segurando a mão de Lena, guiou as duas para uma mesa redonda, com quatro cadeiras, mais afastada, ficava de frente para a grande janela e perto da pequena adega do local.

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