Dionísio e Athena

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"A lei da gravidade não pode ser responsabilizada pelo fato de uma pessoa cair de amores por outra."

- Albert Einstein

América do Sul, Brasil – 1993

Milhares de anos haviam se passado desde a noite em que Zeus reuniu os olimpianos para contar sobre o deus que se apaixonaria. E é claro que os deuses haviam prado de se envolver com mortais, temendo que pudessem cair de amores.

Ainda existiam monstros horríveis, claro, mas Zeus conseguiu arrumar uma prisão para eles, assim, a raça humana não seria afetada. O pior daquilo tudo foi a extinção dos semideuses.

A verdade é que os deuses sempre precisaram dos heróis para resolver as questões de guerras no mundo e para matar criaturas terríveis que ameaçavam a paz. Um exemplo foi Teseu, ao matar o Minotauro e Hércules, que precisou provar seu valor com os doze trabalhos, sofrendo com as tramoias de Hera.

Alguns deuses que não acreditavam que os semideuses tivessem sumido, mas era melhor assim ao invés de se arriscarem e perderem seus poderes e seu lugar no Olimpo.

O deus a qual a previsão estava se referindo, nunca imaginou que seria ele a se apaixonar. Por isso não achou que seria ruim conhecer a famosa cidade de Olimpia, fundada por um descendente de Zeus, Tobias Jones.

Ele gostava de Tobias, era graças a pessoas como ele que ainda existiam outras que acreditavam nos velhos mitos da Grécia. Quando ele desembarcou em solo brasileiro, tratou de fundar a cidade próxima ao litoral.

O pai dele, Zeus, sentia-se na obrigação de proteger os descendentes dos semideuses e por isso muitos ainda contavam com sua interseção. Mesmo que Hera ainda considerasse a cada mil anos tentar matar o restante da linhagem do deus dos raios, ela sempre mudava de ideia ao ver a cara do marido.

Naquele dia assumiu uma aparência comum, de um jovem de vinte e poucos anos com cabelos castanhos escuros, olhos azuis e a pele com um leve bronzeado, afinal as pessoas que viviam no Brasil contavam com um clima quente a maior parte do tempo, mesmo que em Olimpia, os dias eram em sua maioria nublados.

O mar ainda ficava à uma distância mediana de Olimpia, mas era a principal fonte de renda dos moradores, que viviam da atividade pesqueira, foi em direção ao centro da cidade, um lugar com várias lojas e cafeterias, estas com poucos clientes, provavelmente em sua maior parte dos trabalhadores que tinham que acordar cedo.

Decidiu que entraria em uma lanchonete simples, mas bem arrumada. Todas as mesas tinham uma toalha xadrez vermelha e branca e o ambiente era bem retrô, lembrava os anos 80.

Suspirou, como sentia falta dos anos 80, bons tempos que não voltavam.

Sentou-se no balcão e uma senhora sorridente veio atende-lo.

─ É novo aqui, querido? ─ perguntou. ─ Aposto que você veio estudar na universidade, ela é famosa por atrair vários jovens que são apaixonados por história antiga.

Sorriu, era claro que aquela cidadezinha era voltada para a história antiga e por isso estava na lista de favoritas de Zeus.

─ Exatamente ─ respondeu e estendeu a mão. ─ Sou Ian.

─ Você é tão educado! Sou Dolores ─ disse. ─ Vou te trazer um café por conta da casa.

─ Não precisa, senhora...

─ Eu insisto ─ Dolores disse. ─ Eu já volto.

Sorriu, no final das contas pessoas como Dolores que faziam a raça humana valer a pena. Então virou-se para olhar o ambiente, não tinham muitas pessoas.

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