Destructive Famous

OO3 - Presente ulterior ao passado - Final

15 de Janeiro de 2014
Casa da Allya - 06:30h

Após despedir-me de minha mãe eu continuei assistindo a droga da televisão que me proporcionou um "ótimo" início de dia, eu nunca imaginei que uma notícia me despertaria aquele mix de sentimentos, raiva, tristeza e ao mesmo tempo culpa...

Repórter ─ [...] O homem, que estava dirigindo o carro, acabou sendo pego por um caminhão que vinha desgovernado na pista contrária, a batida acabou acarretando na internação do motorista do carro, mas ele acabou não resistindo aos graves ferimentos do acidente, o motorista do caminhão não se feriu...

Apresentador ─ É realmente uma pena, sabemos que acidentes como esses têm sido comuns nessa parte de nossa cidade, mas é sempre...

* A TV desliga *

Sem que eu percebesse, minha mãe havia voltado para casa e não adianta tentar disfarçar, nossos pais conhecem cada uma de nossas expressões, mamãe havia desligado a TV ao perceber em meu rosto o que aquela notícia havia mexido com meu interior, ela simplesmente me abraçou apertado e disse:

─ Não fique assim filha, eu sei que ainda dói, mas não se deixe abalar por isso...

Mamãe, como posso te agradecer por ser tão perfeita? Isso sim era cuidado, ela se importava muito com minha pessoa; após ter feito isso, ela foi até a cozinha pegar a garrafa que havia esquecido na geladeira, eu me levantei eu a abracei novamente agradecendo-a por ter me ajudado naquele momento, até que ela foi.

Allya ─ Merda, sinceramente, eu nunca vou perdoar Deus por ter matado você pai... - E é aqui que obviamente entra a parte de entender o que ocorrera com ele e claro, esclarecer o motivo pelo qual me fez odiado um certo alguém...

Há alguns anos atrás, quando eu tinha apenas 14 anos de idade, estávamos juntos em um belo Domingo onde havia uma festividade na igreja que nós frequentávamos, estávamos muito felizes naquele dia pelo simples fato de estarmos juntos, lembro-me que Papai estava vestido com um belo terno preto com gravata vermelha, estava lindo e de lá da igreja mesmo ele iria para o trabalho, eu e mamãe ficamos por lá mesmo, o evento duraria o dia inteiro, então após a saída e despedida de papai nós simplesmente continuamos a aproveitar o dia por lá, enfim, por volta das 18h voltamos para casa, felizes e contentes pelo dia que tivemos e descansamos até o dia seguinte.

Lembro-me que ao acordar na segunda-feira, ouvi o choro da minha mãe na sala de casa, a TV ligada noticiava uma tragédia enquanto o telefone celular dela estava no no chão do cômodo com a tela acesa em um número desconhecido, corri até ela extremamente preocupada com o que poderia ter acontecido, ela não precisou dizer uma palavra se quer...

Apresentador ─ O homem, identificado como Jones Auteer não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo no local do acidente, seu corpo ficou preso entre as ferragens de seu carro...

Eu fiquei tão chocada com a notícia que para ser bem sincera eu não consigo me lembrar mais de como foi aquele momento em diante, ele se quer conseguiu resistir ao acidente, naquele momento eu simplesmente não conseguir engolir o fato de que ele havia sido tirado de mim logo após um momento que tivemos juntos na igreja, ele literalmente morreu a caminho de seu trabalho, pouco tempo depois de termos nos despedido dele. E como se isso não fosse suficiente, o acidente desfigurou seu corpo de tal forma que não podíamos ver seu rosto, pois não foram capaz de conseguir deixá-lo minimamente apresentável para o momento do velório...

Allya ─ Bela porcaria eu ter ligado essa televisão... - Me dirijo até a cozinha para beber um copo de água com a finalidade de me acalmar um pouco e após algum tempo me recuperarando decido pegar meus papéis e minha bolsa para sair e fazer o que realmente precisava fazer.

15 de Janeiro de 2014
Teatro Milksway - 09:30h

Allya ─ Ufa, finalmente cheguei aqui, quero logo resolver isso para me encontrar com Lisa. - Estava na frente do lugar onde brevemente faria minha apresentação, pela manhã o teatro não tem peças em exposição, pelo o que fiquei sabendo, na parte da manhã acontecem audições ou ensaios para peças que serão lançadas, enfim, entrei no lugar e me dirigi até a sala do Ricky, ao chegar perto pude ouvir que ele estava conversando com alguém, mesmo não tendo a intenção de ouvir aquilo que estavam dizendo eu acabei escutando...

Ricky ─ Muito bem Matheu, você tem o perfil perfeito para o personagem que precisamos, mas não só isso, sua atuação é muito fluída e natural, meus parabéns, vou lhe conceder alguns papéis que precisam ser assinados, vou entregar a você e peço que possa me entregá-los assinados até essa sexta-feira, certo? - A voz do Ricky estava baixa, mas podia ser ouvida, após sua indigação não escutei mais nada e após alguns segundos saiu de dentro da sala o tal Matheu e minha nossa! Que garoto lindo...

Matheu ─ Ah, olá. - Assim que saiu da sala ele me cumprimentou fazendo um sinal com a mão direita. (👋🏻)

Allya ─ Olá... - Eu retribui dizendo um simples "olá", senti-me desconcertada diante dele, era loiro, branco, de olhos verdes, além de possuir boa estatura e um corpo um tanto quanto vultoso, não era qualquer homem...

Molly ─ Allya, que bom que você está aqui, acredito que não saiba quem é ele, esse é Matheu, nós meio que contratamos ele hoje para estar junto com você na peça que vai acontecer em Março - Molly me viu de dentro da sala e veio até nós, de forma espontânea apresentou-me a ele.

Matheu ─ Prazer, Allya, então quer dizer que você é aquela que interpretará o papel principal? Percebo um ótimo bom gosto por parte dos diretores, hehe - Como se não bastasse chamar a atenção apenas por ser quem era, ele conversou com minha pessoa.

Allya ─ O prazer é todo meu Matheu, sobre a questão do bom gosto, eu digo o mesmo rsrs, será ótimo fazer a peça junto de você - Disfarçando bem o nervosismo eu o respondi, trocamos alguns olhares e ele se despediu de mim.

Matheu ─ Tenho que ir, vejo vocês depois pessoal - Assim ele foi deixando sua marca, nunca pensei que olharia alguém como eu olhei para ele aquela manhã...