Darling ⚜Kol Mikaelson⚜

⚜Capítulo XLVI⚜

P.O.V Katrina

Andando pela floresta até o local onde desejava chegar pude refletir melhor sobre como minha vida mudou ao decorrer desse ano. Não sou mais a mesma, não totalmente, há apenas resquícios.

Ainda sou a mesma Katrina que ama a família, que é a cópia feminina do pai e que protege aqueles que ama com unhas e dentes.

Mas tem um porém, estou mais fria, distante daquelas que amo, tornei minha vida uma missão para trazer meus pais de volta.

O que mais me machuca é que quanto mais me torno desse jeito, mais pareço com o meu pai. Meu coração aperta só de pensar que meu pai dedicou toda a vida em busca da humanidade se seus irmãos, e no caminho perdeu a sua. Apenas para manter a imagem de um homem elegante, que precisava se manter sempre pacífico para passar toda a confiança, que ele não tinha, para seus irmãos.

Não que meu pai não fosse nobre e elegante, mas todos o enxergavam apenas desse jeito. Ele não era apenas o Nobre Vampiro Original, que sempre cumpre suas promessas e mantém a segurança da família em cima da morte. Eu o via como mais, ele era carinhoso, cuidadoso, divertido, e nem sempre era tão nobre assim.

As vezes Elijah falava algumas coisas que seria difícil acreditar. Como no dia em que andávamos em meio as ruas de Nova Orleans, um menino passou por mim e me chamou de 'gatinha'. Para mim foi uma completa surpresa quando meu pai, de uma forma audível, xingou o garoto como 'endemoniado enviado do cão'.

Não importava o quão raro esse tipo de coisa acontecia, eu via através delas que meu pai era muito mais do que falavam e de como o definiam.

Imaginar que um homem desses se fechou e passou toda a vida cuidando de sua família me entristece. Poís quando digo a vida toda, me refiro a mais de um milênio.

Eu admiro em como ele defendia a família, apenas não gostava do fato de ninguém ver o que eu via. Um homem doce, brincalhão, algumas vezes boca suja, parceiro até em pegadinhas.

Percebi que me tornei igual. Vejo em como os olhos de minha matilha brilham quando me veem sorrindo. Não é só pelo fato de que eu estou recuperando, mas sim porque um sorriso genuíno se torna cada vez mais raro quando se trata de mim.

Sem que eu percebesse, uma lágrima rolou pelo meu rosto. Apenas notei porque tinha chegado ao lugar onde procurava e senti o rastro quente em minha face.

Limpando minha lágrima eu deixei meus pensamentos de lado e fui para o meio do campo aberto. Um lugar que era coberto pelas folhas que se penduravam nos galhos de árvores altas. Apenas alguns raios do Sol eram visíveis na grama, já que achavam pouquíssimas brechas em meio às árvores, mudando a coloração do mato de um verde floresta para um verde lima, com alguns amarelos mais sutis.

Me ajoelhei bem aonde recebia a quentura do Sol e concentrei minha energia nesse calor, junto com a força e poder que a floresta emanava.

- Visiones mihi redde praeteritae memoriae, cum ea quae cogito. - Canto o feitiço criado por mim a alguns anos, para me trazer memórias das quais não me lembro muito bem. Logo começo a pensar no meu pai, querendo pelo menos vê-lo. - VISIONES MIHI REDDE PRAETETITAE MEMORIAE, CUM EA QUAE COGITO. - Recito o feitiço mais forte, sentindo o vento correr violentamente, os galhos balançaram de maneira brusca com as folhas fazendo barulho.

Com uma rajada de vento me atingiu, como se quisesse me levar para algum lugar. Senti minha mente se remexer e logo passei a ter visões.

Visão on: