Eu sou Claire Albuquerque, tenho doze anos e vou contar uma história que aconteceu há alguns meses atrás. Você deve pensar que eu sou só uma pessoa comum contando mais um conto de fadas sem nenhum fundo de verdade. Bem, você é quem decide se vai acreditar ou não, mas, pra mim, foi bem real.
Eu morava no Brasil, mais precisamente em São Paulo, com minha mãe que se chama Beti até que começaram a acontecer coisas estranhas como quando ouve um incêndio na minha escola ou quando uma vampira com uma perna de burro e a outra de bronze me perseguiu depois da aula. Na verdade eu não me lembro de tudo.
Eu gostava muito de morar no Brasil tinha algumas amigas e tal, mas precisei me mudar.
Tudo começou quando eu acordei à noite e havia um homem sentado ao pé da cama. Eu tive a sensação que já o tinha visto, talvez em um dos muitos sonhos e pesadelos que eu tenho toda noite. Ele era jovem, exuberante, acho que só tinha uns 17 anos. Ele apareceu do nada e ficou lá me olhando. Não me parecia uma pessoa ruim. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ou gritar de susto ele disse:
-Você vai me ajudar muito um dia, e logo começara sua jornada... - ele não percebeu que eu tinha acordado.
Então minha mãe entrou no quarto e o viu. Ela parecia conhecê-lo. Eles me deixaram no quarto e foram conversar na sala. Quando eles saíram eu esperei um pouco e fui atrás deles. Parei perto da escada, onde eles não podiam me ver e ouvi um pouco da conversa. Mamãe começou:
-O que faz aqui? Pensei que não nos procuraria antes de ela fazer treze anos.
-É o que eu pretendia, mas as coisas não estão boas pra ela aqui. Logo mais monstros a perceberão. Vocês precisam se mudar pra Long Island. Lá é mais seguro, mais perto do acampamento.
-Você quer que eu simplesmente vá? Não posso ir assim!
-Sabe que não tem outro jeito.
-Tem certeza que não tem outro jeito?
-Claro que tenho, está me questionando? Acha que eu não sei o que é melhor pra ela?! - Ele falava em um tom rude, como minha mãe deixava um jovenzinho falar assim com ela?
-Não, tudo bem, você é que sabe - Ela cedeu? Impossível!
Depois as vozes se calaram. Então eu voltei pro quarto e passei a noite pensando nisso.
No dia seguinte tentei falar com a mamãe sobre quem era ele, mas ela disse que era apenas um amigo. Ela disse que nos mudaríamos em uma semana por que foi transferida pra outra cede da empresa em Long Island. Eu sabia que era por causa dele, mas não podia perguntar. Mamãe não podia saber que eu ouvi a conversa, eu tive que me esforçar muito pra ficar de boca fechada.
Então nos mudamos. Fomos de táxi até o aeroporto. Foi a primeira vez que eu voei de avião, não foi nada agradável, acho que não é uma experiência que eu gostaria de repetir, mas lá de cima, pela janela, o sol parecia mais perto e a vista era linda.
Desembarcamos e fomos pra nossa nova casa. Era tão grande quanto à outra, totalmente desnecessária. Eu morava só com a minha mãe e uma amiga dela (na verdade ela era tipo minha babá) chamada Melanie, não precisávamos de tanto espaço. Mamãe trabalhava em uma empresa famosa e não ficava muito comigo por isso ela contratou a Melanie. Ela era muito legal e ficava comigo enquanto mamãe trabalhava. Elas me matricularam na Engels high school. Eu já sabia falar inglês, pois Melanie me ensinava inglês e espanhol desde que foi lá pra casa.
O primeiro dia de aula Melanie me deu uma carona, eu não sabia andar na cidade nova. A escola era um prédio um pouco antigo, todas as paredes eram de um bege quase branco e sem graça, mas havia lindos jardins à frente com flores coloridas.Quando estava entrando esbarrei sem querer numa garota intojadinha que estava no meio de uma conversa super importante sobre qual cor ficava melhor nela, rosa ou lilás. Ela caiu e fez um escândalo só porque quebrou a unha! Fala sério, o que essas garotas patricinhas têm na cabeça? Enquanto ela saiu reclamando da unha outra garota chegou perto de mim e disse:
-Não liga pra Morgan, ela é a patricinha loira mais insuportável do mundo, tente ignora-la. - Ela tinha o cabelo preto com mexas roxas e ondulado, olhos pretos profundos e usava short jeans surrado, botas pretas com tachinhas e uma camisa branca com manchas propositais de tinta colorida. - Você é nova aqui?
-É, sou e você?
-Eu já estudo aqui há algum tempo, não é tão ruim quanto parece.
-Qual é o seu nome?
-Eu sou Poppy Doylle e você?
-Eu sou Claire Albuquerque.
-Quer ajuda pra encontrar a sala?
-Claro, por favor.
Depois desse dia Poppy e eu viramos as melhores amigas, andávamos sempre juntas e até aturávamos as piadinhas da Morgan. Ela e suas amiguinhas não nos deixavam em paz, uma vez rabiscaram a parede do banheiro com nossos nomes e convenceram a diretora de que fomos nós - se realmente tivesse sido a gente, porque escreveríamos nossos próprios nomes? - então fomos obrigadas a limpar tudo e ainda suspensas por uma semana. Até quando, mais ou menos um ano depois que me mudei, eu descobri que ela não era humana - como eu já suspeitara. - Foi assim:
Um dia no fim da aula eu fui ao banheiro e Poppy ficou me esperando lá fora porque ela ia pra casa comigo. Quando eu entrei no banheiro feminino Morgan estava lá.
-Até que enfim encontrei você sozinha. - ela disse.
-Você quer falar comigo? - falei e logo tentei escapar dela, eu disse já recuando em direção à porta - Eu tenho que ir ag...
-Não, você não vai a lugar nenhum - ela me interrompeu, passou à minha frente e segurou a porta fechada me impedindo de prosseguir - vai adorar nossa conversa!
Então aconteceu uma coisa sinistra, ela se transformou. Sua pele ficou verde e escamosa, olhos amarelos e língua bifurcada, da cintura pra baixo tinha corpos duplos de cobra no lugar das pernas. Ela parecia uma medusa muito vaidosa com aquelas roupas cor de rosa. Ela avançou sobre mim. Eu não entendia o que estava acontecendo, mas não tive tempo pra pensar.
Ela me bateu e eu caí batendo a cabeça no chão. Eu pus a mão na cabeça e estava sangrando, doía muito. Ela veio em minha direção agora com uma lança na mão (parece que tem de tudo mesmo na bolsa dessas garotas) e eu rolei para o lado. Novamente ela ia avançar sobre mim e eu lembrei o dia em que o colégio pegou fogo, fui eu mesmo que pus fogo - acidentalmente, claro - e sabia que podia fazer de novo. Então eu Fechei os olhos e me concentrei, pensei em calor, fogo, no sol e em toda a raiva que sentia naquele momento. Algo explodiu atrás da Morgan atingindo-a e a transformando em cinzas.Quando olhei ao redor o banheiro estava destruído, até a parte onde eu estava foi destruída com a explosão, mas como? Eu não estava queimada nem machucada a não ser pelo ferimento na cabeça.
Poppy entrou no banheiro, ela disse:
-Você estava demorando mui...Di immortales, o que aconteceu aqui? Você fez isso? - ela chegou mais perto - Claere, você esta machucada? Temos que sair daqui, agora!
Pegamos as mochilas, pulamos a janela do banheiro - que felizmente ficava no térreo - e saímos correndo antes que alguém nos visse. Quando estávamos longe o suficiente paramos. Peguei a roupa de educação física que estava na bolsa, rasguei um pedaço e enfaixei o ferimento que ainda doía.
- Você é boa com primeiros socorros. - disse Poppy pensativa, ela não parecia nada assustada com o acontecido, apenas perguntou calmamente - o que aconteceu lá?
-Você não acreditaria se eu dissesse.
-Você pode tentar.
Então eu contei toda a história pra ela, até um pouco sobre outras coisas esquisitas que aconteceram comigo, no fim da história eu disse:
-Pode me chamar de doida agora.
-Minha vida também não é das mais normais sabia? Eu sei que é verdade, tudo o que você disse, coisas assim não acontecem apenas com você. - Na verdade sempre achei que sim, que essas coisas loucas só acontecessem comigo.
- Quer dizer que... Você também? - ela assentiu.
-Você sabe, quer dizer, por que essas coisas acontecem? Então me conta, Qual é o problema com a gente?
-Não é exatamente um problema. Então, sua mãe nunca falou nada pra você sobre isso?
-Falar o quê? - Eu nunca perguntei sobre isso a mamãe, acho que ela ia pensar que eu enlouqueci.
-Todas essas coisas, esses monstros que nos perseguem, tudo é porque nós somos semideuses
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A filha de Apolo - Official.
AdventureClaere mudou-se para Long Island por decisão de sua mãe, agora ela está em uma cidade nova, escola nova e até tem uma nova amiga, mas quando parece que tudo está bem, em uma dia aparentemente normal seu mundo vira de cabeça pra baixo e ela descobre...