Introdução ao acampamento meio sangue.

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Tive pesadelos novamente, dessa vez parecia que eu estava realmente lá, sentia muito frio e eu estava apavorada, aquele lugar parecia sugar toda minha energia vital. Estava paralisada sem poder sair do lugar como se algo me prendesse no chão, mas não via oque. A sala escura tinha apenas alguns pequenos pontos de luz como tochas ao longe que não iluminavam quase nada. Então alguém quebrou o silencio, já estava bem assustador e então ficou pior. A sombria e pesada voz parecia estar falando dentro da minha cabeça, ela disse "Uma criança qualquer da prole de Apolo jamais irá me deter, ela nem é filha de um dos três grandes, nem é uma ameaça aos meus planos." Quis gritar, mas ouvi Poppy dizer pra eu ficar quieta, ela estava ao meu lado, não podia ver, mas sabia que era a voz dela. Era a primeira vez que ela estava em um dos meus sonhos e não parecia um bom sinal.Uma voz respondeu à primeira "Querida mãe, ela já está no acampamento e terá a ajuda deles" ela respondeu vociferando "não se preocupe, eles não são nada. Até mesmo os Olimpianos me temem, não há de ser um punhado de adolescentes que vai me parar!" Aquela voz me perseguia em todos os meus sonhos. Senti-me impotente quando ouvi Poppy chorar, os soluços começaram quando ela ouviu a segunda voz. Não sabia o que fazer e felizmente aquela cena logo se desfez.

...

Acordei em uma sala grande com algumas camas distribuídas uniformemente, a sala parecia um hospital improvisado. Tentei me levantar, mas meus ossos doíam, e emiti um estranho barulho pela dor. Poppy estava ao meu lado.

- Cuidado, coma isto. - disse ela enquanto me entregava um pote com algo parecido com pudim, mas quando comi um pedaço tinha gosto frutas com leite condensado, todas as frutas que eu já experimentei na vida estavam naquela coisa e era reconfortante, sempre fui vegetariana e realmente gosto dessas coisas naturais. Instantaneamente senti meus ossos e músculos relaxarem, a dor diminuiu apesar de ainda estar lá. Queria comer toda aquela porção e pedir mais, mas Poppy me advertiu que se eu comesse mais podia explodir.

- Explodir? Tipo pedacinhos de Claere pelas paredes? - disse em um tom brincalhão.

- Hahaha - riu ironicamente - isso não é brincadeira Claere.

- Desculpe, oque é essa coisa? É muito bom!

- Ambrosia, é a comida dos deuses, semideuses podem comer pra curar algum ferimento, mas se exagerar realmente explode.

Achei absurdo, como uma coisa tão boa pode fazer mal? Mas coloquei o pote cuidadosamente na mesa de cabeceira, vim pra cá pra me manter viva e não pra morrer.

-Como você esta?

- Ainda inteira, felizmente. Onde está Melanie?

- Visitando um parente.

- Aqui?

- Sim, a irmã dela mora aqui ha algum tempo, desde que chegamos estão sempre juntas.

-Quanto tempo eu fiquei apagada?- perguntei tentando me localizar.

- Dois dias.

Estava desacordada há dois dias? Não pareceu mais que algumas horas. Lembrei que chegamos ao acampamento, imaginei como era tudo aqui.

- Se você já esta bem posso te mostrar o acampamento. - disse Poppy lendo minha mente.

Peguei a adaga de Melanie que estava à cabeceira.

- Tudo bem - Disse. Ela me ajudou a levantar e enfim saímos.

- Então, vamos fazer um tour.

Poppy me disse que estávamos na enfermaria que ficava na casa grande, quando saímos vi que por fora a casa era azul e à frente havia uma bela vista da colina do dia anterior. Passamos pela quadra de vôlei, os campos de morangos, os bosques, a linha de tiro com arco e flecha - eu fiquei muito interessada nela, sempre tive vontade de saber manejar um arco como as personagens dos filmes que gosto-, o lago de canoagem, os estábulos, o anfiteatro, a arena e o refeitório que era um pavilhão ao ar livre com várias mesas de piquenique de pedra, até que chegamos aos chalés.

A filha de Apolo - Official.Onde histórias criam vida. Descubra agora