CAPÍTULO SEIS

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TOMMASO VACCHIANO

Ela é virgem.

A garota tola se manteve pura, tudo por medo.

Verena tem medo e amo causar esse sentimento nela.

Ver seu olhar indefeso desperta algo em meu interior que ainda não consegui decifrar se é bom ou ruim. Na melhor das hipóteses é ruim, afinal não sou um homem bom e não sei nem o que é isso.

Sinto o ar fresco da noite bater em meu corpo.

Tiro o maço de cigarro do bolso, acendo um, olho para trás e vejo Aldo e Enrico vindo em minha direção.

— O Zornickel já dorme junto com a mulherzinha dele? — pergunto dando uma tragada.

— Se dorme, não sabemos. Oh, família para ter mulher gostosa — Enrico debocha.

— Espero que seus pensamentos estejam longe da minha mulher — digo mais possessivo do que o necessário.

— Olha ele, defendendo a esposinha. Está fazendo o que aqui? Já tirou o cabaço da loirinha?

Semicerro os olhos na direção de Enrico.

Somos como irmãos e acho que esse é o mais próximo que tenho de sentimento de família.

Foi quem esteve junto comigo nos meus piores momentos, confio nele de olhos fechados e sempre lhe dei liberdade para falar o que quiser.

— Preciso resolver isso antes. Só para avisar, prefiro que não se refira a ela desta forma, tem um nome justamente para isso.

Okay, okay, Vacchiano. Tenho medo do que essa menina pode fazer com meu amigo. Se preferir podemos dividi-la, assim não correrá o risco de nutrir algum sentimento por ela.

— Controle a porra do seu pau e se mantenha longe da Verena. A mulher vai ser como uma santa aqui dentro, não quero ninguém dando trela para ela — digo em bom som para todos ouvirem.

Posso ser acostumado a dividir mulheres com Enrico, mas Verena está longe de todos esses limites.

Ela é minha, única e exclusivamente minha.

Feita somente para me dar prazer.

Okay, chefe, não está mais aqui quem falou. Fique com sua ninfetinha.

Enrico não tem medo do perigo.

Aldo faz um gesto de não com a cabeça enquanto acende seu cigarro.

— Vamos, Don, nossa vítima está presa na pedra.

Dando o assunto por encerrado sigo pelo pátio, ouvindo os passos dos dois homens atrás de mim.

Desço uma pequena ladeira e paro sobre o que chamamos de esconderijo. Um lugar feito em pedras, apenas para acabar com a vida dos nossos inimigos.

Digito a senha na porta, liberando nossa passagem. A porta se move para o lado e entro no lugar escuro. Há apenas uma luz azul que ilumina o corpo do nosso suspeito.

O homem está cabisbaixo, preso a uma pedra central e seu corpo está todo ensanguentado.

— Dizem que na vida tem louco para tudo — digo alto atraindo a atenção do bosta que ergue sua cabeça na minha direção.

— Bem que ela me disse que você é esperto. — Sua voz é quase como um sussurro inaudível.

— Ela quem? — pergunto.

Tiro a tipoia, odeio andar com essa merda. Meu ferimento é no ombro e não no braço, embora esteja sentindo mais dor no braço em repouso.

Porém, a dor é para os fracos e não vai ser um ferimento de nada que me fará parar.

VERENA - VENDIDA AO CHEFE (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora