Olá meu pequeno coveiro, como estás? Fico feliz em recebê-lo aqui novamente. Por mais que nós nunca tenhamos nos visto, quero lhe informar que, o conheço muito bem talvez, melhor do que seus próprios pais ou aqueles "amigos" que você sabe que não são seus amigos. Abaixo umas perguntas deixadas, mas não para me responder, para responder a si mesmo.
O quê mais te assusta? O quê mais lhe corrompe a alma? Qual é o motivo da tua grande tristeza? Aquele momento em que você quer gritar, mas não pode, e percebe o quanto dói o grito interno, se você me perguntar "E quem nunca teve um momento de melancolia?". Quando você vai mal na prova ou quando aquela pessoa não responde as suas mensagens, você sente-se triste.
Quando você começa a perceber o mundo mais lento e menos colorido do que realmente é, quando algo além do vazio, preenche aquilo que chamamos corpo, no momento em que você percebe não haver alma alguma dentro de si, e somente o quê restou foi algo que nem você mesmo conhece, eu chamo isso de morte, e toda essa dor gerada é um grande luto próprio, pois não há dor maior do que morrer e permanecer em uma grande mentira, acredito que nem todo mundo chegou neste doloroso vale.
Dito estas palavras, sigo para a minha próxima tortura, aproveite meu futuro andarilho.
O sufocar das minhas lágrimas
Das noites em que meus olhos forçam-se a fechar
Mas minha mente acordar e recordar
Meus olhos a chorar
Lágrimas cansadas.
Das noites abertas em que adentrei a escuridão
Deparando-me com a ilusão
De encontrar uma luz na obscuridade
Mais escuro do que aquele que reside em mim.
Sinto o sufocar das minhas lágrimas
Sinto o escorrer da minha voz
Que em minha garganta, formam-se nós
Matando-me lentamente ferozmente.
À noite como de praxe
Tortura minha existência dolorosa
Perturbada, agoniada, calada e apunhalada.
Por que há de ter tanta dor?
Na tela da minha mente, uma cova, uma sepultura.
É reproduzida, mas não ouvida.
Vozes que escuto, e o mundo surdo prefere permanecer mudo, diante de o meu falso viver.
O céu desta noite refletida por aquilo que me adentra.
Tão frívolo e algoz, quanto esta noite.
Tão melancólico e mórbido, quanto a minha mente.
Tão morto e incolor quanto esta alma que habita o inabitável.
Partindo deste corpo, aos poucos deste mundo.
Lágrimas que pesam lágrimas que matam.
Lágrimas que destroem oque ainda se restou de mim.
Partirei deste mundo, sem um último adeus.
Vejo-me rodeada de flores brancas como meu último sorriso.
Vejo o benzedor, vejo o meu grande amor.
Por quem há de ter tantas procuras, o meu maior amor.
Aquela que me ceifará e me levará para o eterno contigo.
Deixe me ir, deixe me partir, deixe me sorrir, uma última vez.
Prometo que partirei feliz, partirei eu e minhas lágrimas.
Deixarei apenas o meu maior amor, a minha maior dor.
Pois, esta alma partiu assim que meu coração quebrou.
Uma pergunta, alguma vez você amou? E não me refiro a paixões e gostar, eu digo amar. Sentir que aquela pessoa foi além de fazer parte da sua vida, ela fez parte de você.
"Levando contigo aquilo que me restou, agora um nada sou, e quando tudo acabou; morri e o belo amor tornou-se maligno". Andarilha.
Até breve, meu pequeno coveiro.
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Pessoas felizes não gostam dos meus poemas, Escrito por A.
PoetrySejam muito bem vindos pessoas tristes, pessoas felizes nem tanto. Esta Andarilha tão cansada de ser ouvida apenas por ti mesma, busca levar tuas torturas ao máximo de pessoas que puder, pois assim, eu também poderia lhe ouvir. Aproveite e sempre q...