Because you loved me

390 47 35
                                    




Point's of view Maraísa

Ver Marília com a boca naquela taça estava me tirando o juízo, claro que eu já estava alterada e pelo visto ela também. Ambas já estávamos acabando com a terceira taça de vinho especial do meu pai. A minha intenção não era das piores, eu queria Marília bêbada para poder me aproximar, e sondá-la um pouquinho, provocá-la na tentativa de ver se a loira também sentia as mesmas vontades que eu porque é o que dizem: "Pessoas bêbadas dizem o que pensam quando estão sóbrias." Claro que estava com medo de me frustrar, mas o não eu já tinha, o máximo que eu poderia agora era ir atrás da humilhação.

- Sabe, eu gosto do seu cabelo. - Falei após engolir o vinho presente na minha boca.

Com certeza deve ser bom de puxar, irmãzinha. Pensei.

- Obrigada, ''pitica''. Eu também gosto do seu. - Ela sorriu e passou a mão nos fios negros dos meus cabelos.

Às vezes eu tinha a impressão de que Marília sabia das minhas investidas e que ela estava fazendo o mesmo, mas eu não tinha certeza. Eu poderia ficar a noite toda só observando Marília gesticular aquela boca carnuda, avermelhada e convidativa, poderia também ficar vendo-a mexer no cabelo, mas eu precisava de mais. Eu queria mais contato com ela. Urgente. Mas como?

- Marília, o que você acha de a gente dançar? - Disparei a minha grandíssima ideia e senti o meu coração praticamente socar o meu peito.

Ela me olhou com um sorriso ladino, terminou de beber o vinho que restava em sua taça e me olhou com aqueles lindos e únicos olhos castanhos. Definitivamente ela é a mulher mais bonita que eu já vi na minha vida. O meu Murilo era um home muito sortudo.

- Vamos. - Falou animada. - Deixa que eu coloco uma música do meu celular.

Concordei com a cabeça, Marília entrou em casa e pegou o seu celular. A mais velha fechou os olhos e apertou o play de uma música da sua playlist.

- Mistério, adoro. – Falei praticamente sussurrando.

Me levantei e deixei a taça na espreguiçadeira. Não acreditei quando a música começou, o celular dela só poderia estar de brincadeira com a nossa cara. Na verdade, mais com a minha do que com a dela, na mesma hora eu senti o meu rosto esquentar.

- Because you loved me. - Marília sorriu - Eu adoro essa música.

Com toda a certeza o celular dela queria me foder. Não tinha outra explicação para essa música da Celine Dion estar tocando. Ela se aproximou lentamente de mim e colocou as mãos em meus ombros.

Porra! Porra! Porra!

- Hm... tá. – Foi a única coisa que o meu cérebro conseguiu formular para dizer.

Eu a segurei pela cintura com todo o cuidado do mundo, Marília colou a bochecha dela na minha e eu nem preciso dizer que me arrepiei ao sentir a respiração dela pesada batendo no meu ouvido.

- Gosta dessa música? - A voz dela saiu quase como um sussurro, falhada e arrastada devido ao álcool bastante presente no seu sangue.

Puta que pariu, só podia ser brincadeira, algum tipo de teste comigo. Péssima hora para pedir uma dança Maraísa. Pensei.

- Gosto, e você? – Fiz uma pergunta idiota.

- Já disse que gosto Ma... - Dessa vez ela sussurrou, depois soltou uma risada fraca.

Meu deus, me ajuda. Senti o meu ventre dar sinal de vida e meu corpo arrepiar-se. Estava ali em uma luta tremenda dentro de mim para que isso não acontecesse mesmo que eu quisesse muito, mas Marília e nem a música me favoreciam. Ela colou o corpo dela completamente no meu, agora eu realmente estava perdida entre pensamentos impuros, desejos e vontades quase que incontroláveis.

Jogos perversosOnde histórias criam vida. Descubra agora