◆ 08 ◆

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POV LENA


Ocorreu-me na manhã seguinte que eu tinha algumas horas com nada para fazer e dinheiro para gastar. Essa combinação nunca tinha acontecido antes. Energizada pelo pensamento, eu corri para o andar de cima para tomar banho de novo e me vestir.
Chuveiro era tudo o que eu pegava ultimamente, já que banheira tinha se provado ser levemente perigosa.

Depois de uma feliz viagem ao shopping, eu fiquei chocada quando olhei para o meu relógio e vi que já era depois das seis. Nossa, como o tempo voava quando eu não estava matando alguma coisa. Era tarde demais para eu ir para casa e dar a minha mãe uma desculpa sobre hoje a noite, então eu me conformei em ligar para ela. Eu menti de novo e disse a ela que eu tinha encontrado com um amigo e iria ver um filme e jantar mais tarde. Eu esperava que o que quer que ocorresse hoje a noite não demorasse muito. Seria bom passar uma noite de final de semana em casa pelo menos uma vez.

Correndo para chegar atrasada de qualquer jeito, eu pulei da caminhonete assim que eu cheguei na familiar gruta. Com paranoia, eu levei as minhas compras comigo. Seria simplesmente a minha sorte se alguém arrombasse e roubasse as minhas bolsas, mesmo à beira da floresta. Até que eu corresse o quilômetro restante até a entrada, eu estava quase sem fôlego. Kara estava esperando perto da entrada com uma carranca.

―Gastou o seu maldito doce tempo, eu vejo. Oh, mas eu suponho que tudo nessas bolsas são para mim, então tudo está perdoado. Acredito que eu não tenho que adivinhar onde você esteve.

Oops. De repente me ocorreu que chegar com os braços cheios de presentes comprados com o seu dinheiro enquanto eu não trouxe nada para ela poderia ser interpretado como rude. Cobrindo minha gafe, eu ajeitei meus ombros em ofensa fingida.

―Na verdade, eu te trouxe uma coisa. Aqui. Isso é para... umm, seus músculos doloridos e dores.

Eu entreguei a ela um massageador que eu tinha comprado para o meu avô, percebendo tarde demais a estupidez do gesto. Vampiros não tinham músculos doloridos ou dores.

Ela olhou a caixa com interesse.

―Bem, bem. Cinco velocidades. Calor e massagem. Ação de penetração profunda. Tem certeza que isso não é seu?

Aquela sobrancelha arqueada tinha volumes de significados, e nenhuma delas era terapêutica.
Eu o peguei novamente.

―Basta dizer que você não quer. Não precisa ser tão bruta.

Kara me deu um aguçado olhar.

―Fique com ele e dê para os seus avós como era pretendido. Caramba, você é uma péssima mentirosa. Ainda bem que você consegue dar um jeito nisso com os alvos.

Já exasperada, eu fixei nela com um olhar mordaz.

―Podemos começar com os negócios logo? Como os detalhes sobre hoje a noite?

―Ah, isso. -Nós descemos mais profundamente para dentro da caverna. ―Vamos ver, seu alvo dessa vez é uma mulher, tem mais de duzentos anos, cabelos naturalmente loiros, mas ela muda a sua cor de vez em quando, fala com um sotaque, e é muito rápida em combate. A boa notícia é, você pode manter a sua calcinha. Ela vai estar apaixonada à primeira vista. Alguma pergunta?

―Qual é o nome dela?

―Ela provavelmente vai inventar um, a maioria dos vampiros inventam, mas seu nome é Melissa. Me avise quando estiver pronta, eu vou estar assistindo TV.

𝑵𝒊𝒈𝒉𝒕 𝑯𝒖𝒏𝒕𝒓𝒆𝒔𝒔 (𝑺𝒖𝒑𝒆𝒓𝑪𝒐𝒓𝒑 𝑮𝒊𝒑)Onde histórias criam vida. Descubra agora