𝐋𝐎𝐋𝐈 - 𝗸𝘁𝗵&𝗷𝗷𝗸 [PT/BR]

nove

Segunda-feira. 8 de abril

Os gritos de sua mãe a distraíram do seu empenho em ler algo interessante em seu celular. Em uma dessas páginas com coisas que, segundo sua mãe, eram inapropriadas para a sua idade.

Não, porno não. Na verdade era totalmente o contrário.

Creepypastas, conspirações vídeos paranormais, lendas urbanas. Sim, e por isso depois as pessoas se perguntavam porque uma garota que parecia tão inocente de longe podia ter tanto ódio sobre ela na escola.

- Mihye! Já estamos atrasadas! Vamos logo!

Mihye revirou os olhos antes de bloquear o celular deixando-o sobre a pia. Depois passou um pouco de hidratante labial para que seus lábios não ficassem muito secos, logo depois de encarar seu reflexo no espelho durante alguns segundos, pegou seu celular e saiu do banheiro, praticamente arrastando sua mochila pelo caminho.

Mihye desceu as escadas enquanto escutava o som tranquilizante da água fervendo. Quando adentrou pela por da sala de jantar, observou a mesa e a comida que havia nela. Tostas mistas em um prato, marmelada e xícaras com chá. Uma para sua insuportável irmã e outra para ela.

Avançou com cautela. Quando Dahee escutou a cadeira da frente se mexer levantou o olhar do seu celular, observando atentamente o rosto de sua irmã.

- Lindas olheiras. - Disse com um tom detestável. Mihye não lhe deu importância, apenas continuou lendo sua história chamada "Alguém tem que morrer".

Mihye deixou seu celular de lado quando percebeu algo.

- E a geleia de amora? - Perguntou à sua mãe, a qual se aproximava da mesa para deixar mais torradas.

- Acabou ontem, meu amor.

Mihye fechou a cara e pegou novamente o celular antes de dar um pequeno gole em seu chá. A hora de ir para o colégio chegou para Dahee, assim que a buzina do carro de seu namorado, ecoou fora da casa.

- Deve ser o Jungkook. - Disse Dahee se levantando da cadeira rapidamente.

Se despediu da sua mãe com um beijo na bochecha e sequer olhou para Mihye. Estava mais centrada no fato de que seu namorado tinha ido buscar ela em casa com seu carro, só para deixá-la na escola.

No meio do silêncio que a irmã mais velha deixou, a senhora Han Seungjin observou sua filha beber seu chá lentamente.

- O que você acha do namorada de Dahee?

Mihye deu de ombros.

- Não me interessa.

Sua indiferença parecia ser ignorada por parte de sua mãe que por sua vez pelo menos tentava conversar um pouco com sua filha.

- Não acha ele um bom garoto?

- Não sei. Ele namora a Dahee, não eu. - Disse olhando a hora em seu celular. - Vamos?

Ao ver que já era hora de sair, sua mãe não disse mais nada e se adiantou em buscar a chave do carro, enquanto Mihye esperava na entrada da grande casa em que morava.

- Mihye, meu amor, vai e me espera no carro, por favor.

Mihye não disse nada e saiu enquanto procurava a música perfeita para escutar na viagem até à escola. Suas pernas pálidas se arrepiaram ao sentir a brisa fria. A saia que usava aquele dia não favorecia nada num dia tão frio.

Continuou andando distraída em direção ao carro, com o olhar fixo no seu celular até que um assobio roubou sua atenção. Ao levantar o olhar se deparou com o seu vizinho. 

- Oi, pequena.

- Oi, Taehyung. - Parecia que apenas a presença daquele sorriso quadrado conseguia deixá-la de bom humor. 

- Que cara é essa? - Taehyung segurou o rosto da menina com uma mão, olhando interessado, mas ela apenas deu de ombros.

- Odeio a escola.

Resposta simples. Mas Taehyung se sentiu identificado de qualquer forma.

- Ah, eu também. Mas enfim, é o que temos.

- É... - Taehyung piscou um olho antes de seguir seu caminho, já ciente de que a senhora Han implicava com sua filha por falar com um garoto tão "mal-educado" como ele.

- A gente se vê, gatinha.

Sua despedida arrancou um pequeno sorriso da garota. Entrou no carro e se sentou no banco do carona e sua mãe já se encontrava sentando no banco de motorista.

Quando o carro ligou, Mihye já tinha colocado sua música para aproveitar os poucos minutos que tinha, antes de entrar no inferno que ela chamava de escola.