A Maldição da Índia

A Índia e a Gaúcha

POV. NARRADOR

Rafaella, a índia linda dos olhos verdes, apesar de ter nascido no Araguaia, ela cresceu morando na cidade, depois que os pais morreram quando ela ainda tinha apenas 12 anos, ela foi morar com seu avô Ruriá no meio da mata e desde então passou a aprender como índia, já que na cidade, vivia como gente branca. Agora com seus 22 anos, a índia tem o dever de cumprir a maldição que foi lançada sobre a família Bicalho, restando agora a última descendente da geração.

Recentemente conseguiu o emprego no orfanato do padre Emílio como professora das crianças. Precisava de um disfarce e esse era perfeito.

- Por que tem que ser eu vô? Eu não quero fazer isso. Rafaella revoltada com sua missão, discordava de seu avô Ruriá.

- Porque sim Rafaella, você que tem que cumprir a missão. Ruriá disse firme.

- Iaru que faz essa maldição e a gente que tem que cumprir pra ela? Eu me recuso, eu quero ir embora daqui, quero poder viver minha vida.

- Você vai poder viver sua vida, depois que Gizelly estiver morta. o mais velho disse firme outra vez.

Rafaella bufou revirando os olhos e se sentou em uma das pedras que tinha ali.

- Que saco! Eu nem gosto de mulher.

- Já te falei que a Gizelly é especial, por isso a maldição caiu nela também e mesmo sendo mulher ou não sendo, você não tem que gostar, o seu dever é fazer com que ela se apaixone por você.

Rafaella não disse mais nada, sabia que não tinha como fugir daquilo, era o seu destino. Mais uma inocente teria que morrer por causa de Iaru.

Se levantou e saiu andando pela mata.

- Já vai embora? Ruriá perguntou.

- Sim, vou dar um mergulhou na cachoeira antes de voltar pra cidade.

- Não demore a voltar, Gizelly deve vir por esses dias.

- Começo a dar aula para as crianças amanhã, só virei quando tiver tempo livre, tchau vô.

A índia disse por fim e seguiu em direção ao rio.

...

Há uma distância dali, dona Madalena estava muito feliz, pois sua neta Gizelly havia acabado de retomar ao Araguaia.

A gaúcha sempre foi uma boa neta e verdadeiramente apaixonada pela natureza e pelos animais, em especial pelos cavalos, que passou a adestrar de forma experiente. Foi criado pela avó postiça, Madalena, e nunca teve contato com a mãe, Márcia. A mulher quando engravidou, era jovem e inexperiente e ao dar à luz Gizelly, a entregou para o pai, Fernando e sumiu no mundo. O fazendeiro veio a falecer devido a maldição, mas mesmo após 2 anos, os médicos não  deram uma causa aparente para a sua morte.

Gizelly herdou a fazenda e após viver anos na cidade, resolveu ir morar junto de sua avó Madalena, por quem tem grande amor e gratidão.

- Nem acredito que você veio mesmo morar aqui minha menina. a mais velha disse acariciando o rosto de Gizelly com um sorriso enorme nos lábios.

- Eu disse que viria vó.

- Quase que ela manda fazer uma festa dona Gizelly. Clara disse fazendo a gaúcha rir e Madalena lhe deu uma panada.

- Para de ser intrometida Clara, tem mais nada pra fazer não?

- Não dona Madalena, tá tudo arrumado.

- Não aguento vocês duas. Gizelly disse rindo.

Clara mora na fazenda com Madalena e a ajuda com tudo na casa, mesmo com a implicância, existia muito carinho entre as duas.

- Bom, vou aproveitar essa tarde linda e vou dar uma volta pela fazenda.

- Cuidado minha neta.

- Tá bom dona Madalena.

Gizelly seguiu até o pasto e pegou o primeiro cavalo que viu e colocou a cela no mesmo. Não tinha muita lembrança de quase nada ali, precisava conhecer suas terras agora que era a dona.

...

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