Enquanto a manhã avança no céu, Draco sugere dirigir até Brighton, mas Harry alega exaustão e eles se hospedam em uma pousada local. A recepcionista – uma senhora idosa que digita com apenas um dedo, uma letra dolorosa de cada vez – parece não conseguir parar de olhar para eles. Harry de repente percebe suas vestes amarrotadas.
— Vocês estão juntos? — a recepcionista pergunta.
— Não — diz Harry.
— Sim — Draco diz.
A recepcionista faz uma pausa.
— Sim — Draco repete com firmeza, e a mulher assente, voltando-se para o computador. — Ela quis dizer se vamos pagar juntos, Potter — Draco murmura para Harry.
— Bem, não vamos — diz Harry, um pouco envergonhado, mas tentando encobrir seu erro. — Eu tenho algum dinheiro trouxa comigo...
— Não seja estúpido, estou com meu cartão. Estou pagando.
Harry se contenta em - para ser honesto com ele mesmo - em fazer bico. Draco paga por dois quartos e comete o erro fatal de indagar sobre a trilha oeste costeira; a mulher imediatamente entra em uma conversa entusiasta (mesmo que só da parte dela) sobre a flora e fauna local. Draco consegue se retirar educadamente quinze minutos depois e eles escapam para seus quartos.
Draco está diretamente do outro lado do corredor, Harry percebe, ao que ele destranca sua porta para revelar um quarto espaçoso e arrumado. Há uma excelente vista para o oceano mas ele está cansado demais para apreciá-la.
Harry fecha a porta, vai até a cama e cai sobre ela.
Em poucos minutos ele está dormindo.
.
Eles exploram as falésias no dia seguinte. O farol, Harry descobre, é chamado de Farol de South Foreland. O farol saiu de serviço em 1988 e foi convertido em um pequeno museu, administrado por um guia idoso. Draco se detém diante de um diagrama da luz elétrica na parede e é abordado pelo guia, que se apega com entusiasmo ao aparente interesse de Draco e prossegue com uma palestra de quinze minutos sobre lâmpadas de arco de carbono. Harry, embora muito divertido, fica com pena de Draco e o resgata.
— Devíamos ir — diz ele, caminhando até Draco e inclinando a cabeça em direção à porta.
— Sim, com certeza — Draco diz casualmente, embora haja um toque de gratidão em sua voz, e ele educadamente acena para o guia antes de recuar apressadamente. Assim que eles estão fora do alcance da voz, Harry começa a rir e Draco franze a testa.
— Eles sempre fazem isso — diz ele, parecendo irritado. — Sempre. Estarei ali parado, cuidando da minha vida, e eles virão até mim e começarão a conversar. É enlouquecedor.
— Que horrível — Harry brinca. — As pessoas sendo legais com você. Como você aguenta isso?
— Muito engraçado, Potter. — Draco entra na trilha costeira. — Meu pai era muito habilidoso em parecer frio e distante, desencorajando qualquer pessoa que se aproximasse. Eu esperava ter um efeito semelhante nas pessoas.
Harry faz uma pausa para estudá-lo. — Você não tem, sabe. Surpreendentemente, é verdade, mas você não tem. — É verdade, ele pensa. Estranho...na escola, Draco sempre exalava aquele ar frio. Mas agora...às vezes ele parece distante, mas de uma forma diferente. Esteja ele olhando silenciosamente para os diagramas dos faróis ou esperando pacientemente na recepção de uma pousada, ele parece o tipo de pessoa que pode não ser um bom conversador, mas certamente um bom ouvinte.
Ele diz isso a Draco.
— Você é um bom ouvinte. As pessoas gostam disto.
Draco parece não saber como responder a isso, mas Harry percebe um leve rubor em seu rosto.

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Running on Air | Drarry
FanfictionDraco Malfoy está desaparecido há três anos. Harry recebe a pasta arquivada e aos poucos se apaixona pelas memórias que coleciona. [Esta é uma tradução de fã para fã. "Running on Air/Correndo no ar" do autor(a) eleventy7. Tradução foi feita por mim...