Harry olha com mais atenção.
Malfoy deixou Eeylops, segundo o detetive original. Não há outras testemunhas. Há uma entrevista com a esposa de Malfoy, Astoria Greengrass, que relatou o desaparecimento de Malfoy depois que ele não voltou para casa durante a noite. Entrevista típica, pensa Harry, lendo a transcrição. Astoria parecia "em um estado de angústia" e provou ser de pouca utilidade. Mesmo assim, ele a lê várias vezes. Visita a penseira várias vezes até memorizá-la, até saber o roteiro de cor.
"Como posso ajudá-lo?"
"Preciso de uma coruja. A velocidade é menos importante que a precisão."
O lojista, desempenhando seu papel como um típico homem do pós-guerra que encontra um Comensal da Morte do pós-guerra. Palavras curtas e uma linguagem corporal rígida que diz que eu sei quem você é, mas sou civilizado demais para dizer isso.
Draco Malfoy, desempenhando seu papel também. Não podendo parecer muito impetuoso ou exigente, pensa Harry, observando Malfoy pela décima vez enquanto ele pega uma coruja. Devendo mostrar a quantidade certa de deferência; está lá na neutralidade educada de sua voz, na maneira como ele mantém sua linguagem corporal pequena e contida. Não chamando a atenção, não fazendo gestos ousados ou abrangentes. Eu também sei quem sou, e estou cansado de que as pessoas apontem isso.
Ele assiste à lembrança novamente. Onze vezes no total, e não está indo a lugar algum. Essa é a parte mais difícil de resolver casos, pensa Harry. Começar. Procurar por algo, mas ninguém sabe o que é. É como tentar encontrar um livro sem saber o título ou o autor.
Livros...
Hermione.
Ele decide visitá-la amanhã à noite.
.
— Você quer minha ajuda?
Hermione sabe, ele pensa, assim que ela o vê parado em frente à lareira. Ron está em uma vigilância noturna; mesmo assim, o jantar está sendo preparado na lareira da cozinha e Harry presume que foi convidado para ficar sem uma palavra de Hermione.
— Você é a bruxa mais inteligente que eu conheço.
— Não comece — ela diz com uma risada. — Eu ouço isso o tempo todo de Ron quando ele precisa de ajuda para rastrear um artefato ou poção das Trevas.
Harry dá a ela um sorriso irônico e entra na sala, colocando o arquivo na mesa da cozinha. Ele pode muito bem ir direto ao ponto, ele pensa. Eles se conhecem muito bem para perder tempo dançando sobre um assunto.
— Draco Malfoy.
Hermione começa. — O quê? Você o viu?
— Eu não vi. Esse é o problema.
Sua testa se enruga, mesmo que apenas por um momento. Então ela olha para o arquivo e se lembra. — Oh, Harry — ela diz, parecendo exasperada. — Eles não atribuíram esse arquivo a você, certo?
Ele balança a cabeça e puxa uma cadeira, sentando-se.
— Ah, honestamente. — Hermione suspira. — Você pensaria que eles teriam um pouco mais de bom senso. Bem, se você pedir a Holdsworth uma transferência de arquivo, tenho certeza...
— Posso ser objetivo, você sabe — diz Harry, um pouco irritado. — Afinal, este é o meu trabalho. Resolver casos.
Hermione olha para ele, levanta as sobrancelhas e então se vira para se ocupar com a chaleira.
— Chá?
— Você não acredita em mim.
— Sim, eu acredito. Chá?

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Running on Air | Drarry
FanficDraco Malfoy está desaparecido há três anos. Harry recebe a pasta arquivada e aos poucos se apaixona pelas memórias que coleciona. [Esta é uma tradução de fã para fã. "Running on Air/Correndo no ar" do autor(a) eleventy7. Tradução foi feita por mim...