Namorada ousada

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Eu nunca fui uma pessoa muito paciente, mas talvez a convivência com Akashi-kun estivesse me influenciando. Essa era a única resposta que eu encontrava diante da minha própria maturidade em ignorar o olhar ferrenho de Akita-san que me seguia de um lado a outro do laboratório há semanas.

Ele suspirou audivelmente indo se ocupar de seus afazeres. Meus ombros relaxaram no mesmo instante.

Após o primeiro encontro, muitos outros vieram. Fomos em museus e exposições de arte. Convidei Akashi-kun para o meu apartamento e ele me convidou para o dele também. A diferença nos estilos de vida era gritante. Vê-lo no meu apartamento minúsculo e decorado de forma genérica era tão contrastante quanto colocar k-pop para tocar num bar de metaleiros; simplesmente não combinava. Mas em gestos sutis, eu percebi que ele estava animado em entrar na minha vida, então... Tentei enfrentar a tarefa de conhecer o apartamento dele (que tomava quase um andar inteiro) com mais tranquilidade. Mas é claro que as obrigações do trabalho ainda estavam lá; ele teve que viajar para outro país... E o Nine nos salvava de novo.

Minhas pausas ainda eram ocupadas pelas mensagens aleatórias de Akashi.


Akashi-san: Quando você encerra o expediente?

Furi-kun: Quatro e meia. Por quê?

Furi-kun: Akashi-kun?

Akashi-san: Posso ir te buscar? Mas vou atrasar um pouco...

Furi-kun: Você já voltou?

Akashi-san: Consegui adiantar

Furi-kun: O que quer fazer hoje?

Akashi-san: Vou cozinhar para você

Furi-kun: Mas você disse que não sabia cozinhar .-.

Akashi-san: Você cozinhou para mim, quero retribuir

Furi-kun: Medo...

Akashi-san: Ha-ha

Furi-kun: Tudo bem, espero na portaria então


Quando ergui os olhos do celular, Akita-san me encarava do outro lado do refeitório. Ele estreitou os olhos acusador. Eu revirei os meus.


ʕ•ᴥ•ʔ


Akashi disse que chegaria cerca de vinte minutos atrasado, então eu fiz uns cinco minutos de hora extra para organizar alguns dados no computador e depois fui para a portaria do prédio esperar por ele.

Akita-san passou com seu conversível para ir embora, mas ao me ver na portaria voltou atrás e ofereceu uma carona.

— Embora você seja cruel comigo, Furihata-kun, eu não posso deixar de oferecer ajuda. Não vê como eu sou bonzinho?

— Muito bonzinho, chefe, verdade. Mas eu hoje dispenso vossa benevolência.

— Ok, bye, bye!

— Bye, bye.

E em menos de dois minutos o carro dele surgiu novamente na esquina e estacionou em frente ao prédio. Ah, não... o olhar convencido não podia significar coisa boa.

— Akita-san...?

Ele parou de braços cruzados ao meu lado olhando para a rua com ar de satisfação.

— Não precisa dizer nada, Furihata-kun. Hoje eu descubro sozinho!

— Oe!

— Eu ajudei esse relacionamento nascer. Não aceito ser excluído dessa forma.

O azar de Furihata KoukiOnde histórias criam vida. Descubra agora