Capítulo 1

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O pequeno quadro que tinha uma pintura virou seu único meio de se distrair e passar tempo dês que chegou aqui nesse lugar.

Takemichi passava tanto tempo olhando para aquela pequena pintura que já havia decorado a mesma em sua mente. Hayao Toyosaki, o melhor cientista dessa empresa e responsável por seu caso, disse que esse quadro servia para ele não ter problemas mentais, coisa que deixou ele um pouco estressado e com vontade de gritar para aquele cientista que ele ficaria louco de qualquer jeito se continuasse preso nesse local.

E foi aí que Takemichi percebeu que estava começando a ficar estranho. Ele sempre foi uma pessoa calma, que nunca foi em uma festa, nunca bebeu,fumou, nunca tirou notas ruins e em hipótese alguma já levantou a voz para seus pais. Ele poderia ser considerado o que chamam de "adolescente raro", isso se ele ainda for um adolescente...

Ele não sabia mais o que fazer, ficava horas olhando o quadro, contando números, cantando músicas que se lembrava, dançava em um ritmo desconhecido, pulava, inventava histórias em sua cabeça, ficava olhando sua comida por horas e até mesmo tentava conversar com os cientistas que o levava para o laboratório quando queria fazer uma pesquisa em si, porém, tudo isso não adiantou de nada.

Mesmo sua comida sendo um arco-íris de tão colorida, mesmo tendo uma pintura de uma paisagem colorida, sua cabeça já estava doendo de tanto ver branco. A sua roupa era branca, o teto é branco, a sala é branca, a luz branca nunca era apagada e até mesmo sua cama e os lençóis eram brancos, não havia janela e a porta que sempre estava trancada era branca e a maçaneta também.

Sua mente confusa não sabia quando era noite ou dia, e automaticamente não sabia se havia se passado dias, semanas, meses ou até mesmo anos dês que ele foi trazido para cá. Sua única maneira de saber o tempo, mesmo sendo um pouco incerto, era seu corpo; se a barba crescia significa que já havia passado bastante tempo, se ele ficou mais alto é por que se passou alguns anos, mas para sua infelizmente, os cientistas pareciam ter descoberto sua estratégia e começaram a "arrumar" ele quando o mesmo estava dormindo.

Ele não sabia ao certo como os cientistas faziam isso, pois ele era dopado por medicamento toda vez que eles faziam isso consigo, mas quando ele acordava, não tinha barba em seu rosto e a única coisa diferente era um salto alto branco e enorme em seu pé, que por sinal, não havia como tirar. Ele não sabia como aquele salto não saia do seu pé, ele apenas não saia, e não foi por falta de tentativas.

Para falar a verdade, andar de salto no começo foi bastante ruim e catastrófico. No seu primeiro passo naquele treco, ele caiu e se machucou, sendo obrigado a apertar o botão branco de emergência que havia no quarto para que os cientistas o socorrense, porém, ao chegar no laboratório ele caiu mais uma vez, só que encima de uma das milhares máquinas que havia lá, quebrando ela e puxando os canos que ficaram presos em seu pé, e por incrível que pareça, Takemichi fez com que todo o laboratório ficassem sem energia, e por conta disso, não poderiam fazer nenhuma avaliação naquele dia até que o reparo do laboratório estivesse concluído.

Mas depois de tanto tempo, ele finalmente aprendeu como se anda naquele salto, e hoje em dia ele agradece os cientistas, pois o mesmo gosta de andar pelo quarto fazendo pose e imaginado que está em um desfile de moda onde ele é a atração principal. Poderia parecer algo que uma garotinha de onze anos faria ao pegar o salto alto de sua mãe e um vestido, porém Takemichi não ligava muito para isso e até defendia essas crianças que faziam isso, pois era um passa tempo ótimo e que divertia bastante.

Olhando para a pintura colorida em um quarto totalmente branco, Takemichi sorriu enquanto imaginava que aquela paisagem fosse real e ele estivesse ali dentro vivendo aquilo.

Na pintura, havia uma árvore com folhas meio amarelas por ser outono, um riacho que passava bem ao lado da árvore, tendo pedrinhas pequenas em toda sua extensão, também havia uma cerca marrom que dividia a pintura ao meio, tendo do outro lado algumas vacas pastando e o sol alaranjado se pondo mais ao fundo.

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