Juliette's POV
Priobairneach (n.): excitação súbita.
1 de janeiro de 2016 – Cambridge, 2:30 am.
O ar quente saía de minhas narinas e percorria por meus dedos, que eu sutilmente deslizava por meus próprios lábios enquanto minha mente enveredava memórias a dentro, relembrando horas antes, os toques intensos de Anitta.
"Juliette, você é a composição de toda a perfeição que pode existir e eu não posso descrever o quanto a sua beleza é capaz de comprimir o meu pulmão a ponto de eu não conseguir respirar", um sorriso se formou em meus lábios quando as palavras da mulher mais velha ganharam som em minha mente.
- Se você não nos contar o que aconteceu assim que Giu sair do banheiro, eu juro por Isaac Newton que jogo uma tonelada de maçãs na sua cabeça, Juliette Freire. – A voz de Ohana surgiu do outro lado do quarto, desmanchando as imagens em minha cabeça e me trazendo de volta à realidade.
- Esse é algum tipo de piada nerd que deveria ser engraçada, da qual eu deveria rir? – Perguntei-lhe tentando segurar o riso, encostando-me na cabeceira da cama, mantendo o travesseiro pressionado entre meu peito e minhas pernas.
Ohana revirou os olhos e arrumou o cobertor que cobria suas pernas esticadas em cima da cama de Giu.
- É uma ideia que vai se tornar um fato verídico se você não nos contar o motivo de ter saído toda despenteada daquele corredor. – A garota loira respondeu, mantendo o tom brincalhão, mas claramente impaciente.
Mordi os lábios em reação à vergonha instantânea que me acometeu quando Ohana mencionou este detalhe. Tentei segurar um sorriso nervoso que se formou em meus lábios em reação à resposta mental que eu dera à pergunta de Ohana e a posterior lembrança rápida dos meus momentos com a minha professora na sala dos professores do edifício principal de Harvard.
- Eu estava tão descabelada assim? – Perguntei, sentindo-me intimidada com a ideia de ter estado tão exposta assim e rezando internamente para que somente Ohana e Giu tenham percebido aquilo.
Ohana me olhou incrédula.
- Querida, você não estava simplesmente descabelada. Seu cabelo estava gritando "fiz sexo" e seu batom estava mais borrado que a minha cara quando minhas priminhas de dois anos tentam me maquiar. – Declarou, como se estivesse dizendo que o resultado de dois mais dois é quatro.
- Você é absurdamente exagerada. – Falei rindo, enquanto ajeitava as meias nos pés.
- E você é absurdamente demorada. Esse suspense todo pra contar o que aconteceu tá acabando comigo. – Ohana bufou, jogando a cabeça pra trás com força demais e acabou batendo contra a parede. – AI! – Ela reclamou e eu ri da cena. – Isso é tudo culpa sua, Juliette! – Ela exclamou, resmungando e eu ri ainda mais.
- Isso é culpa da sua ansiedade. – Falei calmamente o que me rendeu um olhar fulminante de Ohana.
Levantei as mãos em posição de defesa e no mesmo instante, Giu saiu do banheiro com a toalha enrolada em tubo em sua cabeça, vestida com um moletom amarelo vibrante e meias roxas.
- Você por acaso tá fazendo cosplay de banana ou vai a um jogo dos lakers? – Ohana perguntou, olhando-a estupefata.
Olhei de Giu para Ohana e dei uma risada mais alta e escandalosa do que gostaria, o que me rendeu um olhar exterminador de Giu, então tratei de prender o riso.
- Não zoe o gosto espalhafatoso da minha avó. – Giu declarou, colocando suco de maçã em um copo, enquanto segurava a porta da geladeira com o pé. – E no final das contas, protege bastante do frio e é confortável para dormir. – Minha amiga se defendeu da zoação de Ohana e caminhou com seu copo de suco em direção à sua cama.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Wonderfall
Fanfiction"Se a reta é o caminho mais curto entre dois pontos, a curva é o que faz o concreto buscar o infinito." Os amores impossíveis são o caminho mais curto para alcançar o infinito e elas sabiam disso. Anitta queria alcançar o infinito. Juliette queria s...