➪ Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 2

614 77 34
                                    

Harry se espreguiçou preguiçosamente na cadeira giratória, enquanto salvava as muitas páginas de seu trabalho concluído

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Harry se espreguiçou preguiçosamente na cadeira giratória, enquanto salvava as muitas páginas de seu trabalho concluído.

Os dedos soltavam estalos tão audíveis após o longo tempo de uso, que pareceram ecoar no local já silencioso. Pelo silêncio do prédio, Harry presumiu que já era bem tarde, e que a maioria dos funcionários do local já deveriam estar em suas próprias casas.

Dirigiu um olhar nervoso para o elegante relógio de parede do lado de fora da sala, posto na parede à sua frente, e não pôde conter o suspiro de resignação, quando viu que ainda faltavam uma hora e meia para que ele encerrasse seu dia.

Era de conhecimento geral que o horário de Harry era o segundo mais longo, depois do de Tom. Pois, por ser o secretário-chefe, Harry tinha de estar disponível para o homem enquanto ele precisasse de si, as vezes tendo até de fazer exaustivas horas extras para conseguir terminar os muitos trabalhos, e assim evitar o acúmulo, e também para que conseguisse acompanhar a carga horária do chefe. Como resultado, enquanto os outros funcionários poderiam deixar o prédio da editora as 5:00, Harry só poderia ir para casa quatro horas mais tarde.

Harry achava fofo que diante disso os outros funcionários parecessem sentir certa empatia por ele. E achava engraçado os sussurros que as vezes ouvia deles sobre Tom, sobre não concordarem que o homem "explorasse o pobre Potter", ou que ele não tinha noção das "coisas básicas de um bom empregador".

Em seu coração, ele era grato aquilo. Mas sabia que não deveria demonstrar sua gratidão a nenhum deles. Pois apesar de reconhecer que eram boas pessoas, Harry também sabia da tendência "intrometida" que muitos deles possuíam. Portanto, não poderia arriscar trocar palavras muito longas com ninguém, pois sabia que aquilo poderia resultar em perguntas incovecintes sobre sua orientação sexual, ou até mesmo se ele ainda era casado, como já ocorrera nas poucas vezes em que ele tentou interagir socialmente. Harry meditou sobre como odiava ser o centro das atenções, e que detestava mais ainda quando os motivos disso eram fofocas descabidas.

O rapaz enviou os arquivos salvos para a impressora da sala de Tom, que por ser a mais moderna do prédio, tendia a imprimir tudo com excelente qualidade. Ela também tinha um sistema que avisava quando a impressão estava pronta, e Harry adorava a praticidade daquilo, por isso ele sempre escolhia usá-la. Tom sabia de tudo, e permitia que ele usasse o equipamento. Sua única condição era de que Harry o fizesse quando ele não estivesse usando a sala, ou presente nela, é claro. O jovem selecionou todas as 39 páginas que havia terminado de transcrever, assim como descartou na lata de lixo próxima as que eram inutilizadas, pois se deixadas em sua mesa poderiam se misturar com outros documentos importantes, e confundi-lo. Ele se levantou de sua desconfortável cadeira, que deslizou alguns centímetros para trás e chocou-se com a parede mais próxima, emitindo um suave clack. Sentiu o corpo reclamar, e tensionar em resposta ao tempo que passou sentado. Mas não se importou. Já estava acostumado.

𝐀𝐭𝐫𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐈𝐦𝐩𝐫𝐞𝐯𝐢𝐬𝐭𝐚 | 𝐓𝐎𝐌𝐀𝐑𝐑𝐘Onde histórias criam vida. Descubra agora