Capítulo 41

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Yonara narrando

Subimos e assim que eu abro a porta, lembro que as minhas roupas estão todas espalhadas e basicamente a casa está de pernas para o ar. Fecho a porta no mesmo instante e noto a presença de Rodrigo ao lado curioso para entender o que estava acontecendo, ele mantinha um sorriso lindo de menino.

— Só um instante. Fica aqui. — Digo com o rosto ardendo de vergonha.

Entro sem tirar o olho dele e fecho a porta o mais rápido possível. Olho para a bagunça e penso em me matar só de ver o tanto de roupa espalhada. Me xingo de todos os nomes possíveis.

— Idiota. Bagunceira. Filha de uma mãe. Desgraçada. — Digo enquanto alvoroçadamente jogo as roupas em um cesto.

Fico acelerada só de pegar e todo o meu pensamento está em querer se jogar na cama e dormir. Balanço a cabeça e continuo firme na missão de deixar a casa mais organizada possível em poucos minutos. Acho que já posso colocar isso no meu currículo: arrumação em tempo recorde.

— Só mais um minuto. — Grito para a porta e consigo imaginar a cara de sem-vergonha que o Rodrigo deve estar fazendo.

Respiro fundo, recupero o fôlego e ajeito o cabelo que estava parecendo um ninho de passarinho. Dou uns tapinhas no meu rosto e abro a porta em seguida.

— Pronto. Pode entrar. — Digo como se não tivesse feito nada. — Estava só organizando umas coisas... Nada demais. — Falo com um sorriso falso na cara.

— Entendi, é claro. ''Nada demais''. — Ironiza e entra para dentro do pequeno imóvel.

Ele se senta na minha cama, que normalmente parece mais um sofá para possíveis visitas do que a minha própria cama.

Mordo o lábio e vou em direção a cozinha, que é logo ao lado. Abro o armário e me surpreendo. Não tem mais miojo. Esqueci que não comprei nada.

Ergo um pouco a cabeça e vejo Rodrigo me olhando atento. Dou uma risada que mais parecia um choro. Ele rir.

— Não tem miojo mais, mas eu posso comprar ou se você quiser outra coisa... — Digo envergonhada.

— Podemos pedir algo, que tal? — Diz gentilmente.

— Seria perfeito.

— Uma pizza? — Indaga, retirando o celular do bolso.

— Com certeza. — Falo animada. — Enquanto isso vou tomar banho.

Pego a toalha e antes que eu me vire para ir ao banheiro, percebo Rodrigo se abaixando para pegar algo brilhante debaixo da minha cama. Abro a boca formando um círculo, em total pânico. Era só o que me faltava.

A minha calcinha. 

Azul cintilante de renda.

A minha calcinha...

Que vergonha.

Rodrigo a segurava na mão, com os olhos bem abertos analisando a peça; pulei em cima dele retirando a calcinha da sua mão. Escondi ela atrás das minhas costas. Minha respiração estava ofegante e eu não sabia nem o que falar.

— Nada mal. — Disse com um sorriso malicioso. Ele riu baixinho.

Bufei.

— Só para deixar claro, ela está limpa. E eu não faço a mínima ideia de como foi parar aí. Então, não me pergunte. E agora vou tomar banho, então não fala nada... — Digo pisando fundo rumo ao banheiro.

Escuto a risada de Rodrigo assim que fecho a porta atrás de mim. Balanço a cabeça de um lado para o outro, pego a calcinha e a aperto com força.

Que bela arrumação...

Duas de mimOnde histórias criam vida. Descubra agora