Meu híbrido. || tdbk.

I.

Bakugou se tranformou em um lindo gato de pelos amarelos e olhos vermelhos, assim, no frio da madrugada, saiu de seu quarto pela janela e, mesmo que estivesse com um pouco de frio, seguiu seu rumo a procura de algo interessante para fazer.

Gostava de andar pelas ruas de Tokyo de madrugada, era bem silencioso e poderia ir a lugares que não tinha conhecido ainda como um humano, ser alimentado por algum bondoso na rua, receber algum tipo de carinho e brincar um pouco.

A vida de Katsuki sempre foi bem agitada e o mesmo vive rodeado de problemas e constantemento estressado, usava sua habilidade de híbrido para esquecer de tudo isso por uma noite.

Dessa forma, nenhum barulho ou cheiro passava despercebido, suas habilidades físicas eram muito melhores e nada era um desafio para si. Porém, já estava entediado de seguir a mesma rotina de madrugada de sempre. Estava começando a se entediar.

Então, para não perder sua válvula de escape para o monótono, como estaria acontecido em sua vida comum, resolveu correr sobre suas quatro patas para a parte mais nobre da cidade. A parte onde morava empresários, modelos, cantores famosos e milionários.

E por mais que o loiro odiasse todos os riquinhos de merda daquele lugar, essa noite trocou de ideia e resolveu ver o que encontrava por lá. Gostava do fato de não cansar-se tão facilmente no seu formato de bichano e poder pular e escalar muros e caminhas sobre os telhados com bastante facilidade.

Andava naquelas ruas meio sujas, encontrando-se com outros animais, às vezes outros gatos, às vezes ratos, insetos e cachorros. Se envolvia em brigas facilmente no mundo animal, não se via como um gato fraco, e sim como bem mais forte que os demais.

Lembrava-se de quando era mais novo e de como adorava cachorros, principalmente os que eram rápidos e fortes, mas quando finalmente aprendeu a se comportar como um dos bichanos, aprendeu a apreciar gatos. Afinal, gatos são muito melhores e muitos concordam com isso.

Adentrou um condomínio fechado na madrugada e caminhou pelas calçadas, observando todas aquelas mansões de luxo que desejava muito morar. Sua condição atual era boa e muito confortável, mas sempre desejou muito mais do que só ser estável.

Avistou uma janela de luz ligada entre muitas mansões, a única entre várias. Engraçado que era o único cômodo aceso, miou alto pensando em como iria chegar até a altura que a janela estava.

Subiu em um carro e pegou um empulso, dando um grande pulo até a varanda. Andou sobre as telhas curtas e estreitas na borda das paredes, pulando na janela e ficando estático. Observando o humano diante de seus olhos rubros. Katsuki não costumava se interessar pelas pessoas, ou ao menos dar atenção a elas, mas esse humanos fez o de pelos loiros ter essas reações simultaneamente. 

O humano andava de um lado para o outro em seu quarto perfeitamente arrumado com uma decoração simples e chique, tombou a cabeça de lado, se perguntando como aquele ser não havia o visto ali ainda. Miou.

Conseguiu roubar a atenção que queria e se espreguiçou.

- Hum, um gato... - O mesmo se aproximou, fazendo o gatinho Bakugou o observar atentamente. - Que fofinho que você é...

Miou em sinal de bravura, fazendo o humano de cabelos bicolores abrir a boca em um formato circular.

"Eu não sou fofo! Quem esse cara pensa que é?" rosnou.

- Hum, foi mal, carinha. Não fique bravo, beleza? - O Bakugou assentiu com sua pequena cabeça, mesmo que seus instintos felinos relutassem contra o ato. A barriga de Katsuki roncou e o mesmo hesitou. - Hum, você deve estar com fome. Eu vou ir na cozinha pegar algo pra você comer. Talvez sardinha? Não sei, eu vou ver.

E assim saiu do quarto, deixando o gatinho com vários pontos de interrogação em sua mente, a dentrou o quarto. Tinha livros na prateleira, um computador que parecia extremamente caro na mesa e uma cama de solteiro com lençóis brancos. Nada de interessante para o gatinho rabugento.

Assim que o humano, cujo não sabia o nome, voltou, hesitou juntamente do de olhos díspares. Correu para baixo da cama e se deitou ali, observando os pés se aproximando e logo o olho cinza do mesmo pousado em encontro com os olhos vermelhos.

Saiu de baixo da cama e se sentou com a cabeça baixa, o humano de olhos díspares piscou algumas vezes, enquanto o encarava e se sentou no chão ao lado de Katsuki e acariciou seus pelos, impressionantemente, arrumados.

- Hãm... Trouxe um pão com pasta de sardinha pra você. Será que gatos podem comer pão? - Ronronou em resposta, tendo sua atenção atraída pelo pão. - Vou considerar isso um sim.

"Mas é um sim, seu idiota!"

Tirou um pequeno pedaço e aproximou da boca do Bakugou. Antes de comeu, cheirou o pedaço e o roubou da mão do garoto em um movimento rápido e degustou do que lhe havia oferecido. Deitou-se no chão, com a barriga para cima, recebendo mais carinho e pedaços de pão em suas bocas.

- Hum, nem disse meu nome, né? - O gato prestou atenção. - Me chamo Shoto Todoroki. - Soltou dois miados.

"Meio-a-meio, é assim que vou te chamar." mexeu as patinhas.

- Vai ser bom te ter aqui por essa noite, eu estava mesmo precisando de alguém para conversar.

"Era só o que me faltava, espero que sua história não seja tão sem graça quanto a decoração do seu quarto, meio-a-meio" disse, miando várias vezes e comendo um pouco mais de pão.

- Hum, é a minha família... Eu tenho uma irmã mais nova, a Fuyumi, que é a única que realmente tenta agradar meu pai, só que ele detesta isso por a única pessoa realmente dedicada a agrada-lo é uma mulher. Meu irmão mais velho, o Touya, que já está pouco se fudendo pra toda essa merda e meu pai não bota mais suas expectativas nele.

O pão já havia acabado e agora, o gatinho Bakugou, está prestando atenção no menino de olhos díspares.

- Bom, o Dabi e o meu pai se odeiam, mas como eu não sou nem um pouco parecido com meu irmão, eu não consigo simplesmente não me cobrar pelas expectativas que meu pai colocou sobre mim. E a minha mãe... - O mais alto suspirou, acariciando os pelos de Katsuki. - Minha mãe enlouqueceu.