Atlanta

Você seguiu em frente e eu fiquei aqui.

P.O.V: Zendaya

Após o jantar, minha relação com Tom melhorou muito. Nos encontrávamos com frequência no set para discutirmos cenas conjuntas e também não víamos problema em sair um pouco da rotina e passar o dia todo conversando sobre nosso cotidiano.

Tom contou-me sobre a briga que teve com Harry e me senti culpada pelas coisas terem ficado complicadas entre os dois.

“Ele tem o direito de se preocupar, Tom.” Falei. Estávamos em seu trailer e conversávamos sobre a última discussão entre eles. “Sabe, Harry pode ter explodido naquela hora, mas você sabe que ele está extremamente preocupado com você. Foi o único motivo pelo qual ele veio falar comigo.”

“Eu só estou cansado de todo mundo me tratar como se eu fosse um irresponsável.” Desabafou, enquanto fechava a geladeira e me entregava uma latinha de refrigerante. “Eu sei muito bem cuidar da minha vida, porra.”

Abri a latinha e voltei a atenção para ele. Tom sentou-se no sofá ao meu lado.

“Eu sei, eu sei. Harry não está querendo dizer que você é irresponsável, ele só…”

“Foi literalmente o que ele disse, Z.” Interrompeu-me. “Eu não devia ter feito um monte de coisa que ele jogou na minha cara, de fato, mas isso não dá o direito dele usar contra mim em uma discussão. Eu estava vulnerável na época.”

Fiquei em silêncio por alguns instantes. Eu não fazia ideia do que ele estava falando, mas sabia o porque disse que estava vulnerável na época. Por causa do término.

Olhei para a latinha de refrigerante, o arrependimento batendo em meus pensamentos. Talvez fosse melhor não conversarmos sobre aquilo, existiam coisas que eu ainda não estava preparada para escutar e isso claramente iria afetar meu desempenho no filme, assim como minha relação com ele.

Tom percebeu o silêncio repentino. Senti seus dedos tocando em meu queixo e uma leve pressão feita por sua mão fez com que minha cabeça virasse em sua direção. Encarei seus olhos quando ergui o olhar, estavam cheios de preocupação.

“Ei.” Murmurou. “Não foi isso que eu quis dizer… Você não precisa se sentir responsável por nada disso.”

“Eu sei, mas…”

“Nada de “mas”, Z.” A mão que segurava o queixo deslizou pela minha bochecha. “Somos adultos e sabemos lidar com as coisas como tais. Eu não quero que você tome para você, já conversamos sobre isso.”

“É, mas…”

“Ah.” Interrompeu-me ele. “Por favor, não continue se for contestar.”

Dei um sorriso fraco.

“Está bem.” Murmurei. “Prometo não levar para o pessoal.”

“Aí está.” Senti seu polegar fazer carinho em minha bochecha. Uma corrente elétrica passou pelo meu corpo, deixando-o todo arrepiado sob seu toque. “Bem melhor, não?”

“Sim.” Murmurei. “Obrigada por isso.”

“Disponha.” Tom tirou a mão de onde estava e voltou a pegar sua cerveja. “Sabe que estou aqui para ajudar, não é?”

Assenti.

“Quero que você saiba isso também de mim.” Completei. “Pode contar comigo para tudo, Tom. Como você mesmo disse, antes de tudo nós fomos amigos.”

“Sim.” Concordou. Ergueu sua cerveja em minha direção. “Vamos brindar a esse momento, sim?”

Ri e ergui meu refrigerante na direção de sua cerveja.