P.O.V: Zendaya.
Ainda estávamos atrasados. Eu olhava pela janela do avião e via o ambiente externo passar por minha visão, mas nada gravava daquela paisagem. Tinha meus pensamentos em diversos lugares e em um único lugar ao mesmo tempo.
Iria encontrar Tom novamente.
Eu sei... Teria que ser profissional. Mas ao mesmo tempo, meu coração era dilacerado só de pensar que veria seu rosto novamente, tocaria-o novamente, beijaria-o...
Meu Deus, não sei onde estava com a cabeça em pensar que poderia lidar com isso.
Estava mais do que claro que sentia sua falta e não ia suportar ficar por perto. A verdade é: Nunca superei nosso fim.
Tentei algo novo, mas acabei me decepcionado mais ainda; claro, não era nada sério, mas estava desesperada para esquecer Tom. Não devia ter feito isso. Só fodeu mais meu psicológico.
Atlanta era o berço onde tudo começou e não sabia se poderia encarar a cidade novamente... Não sem ter meu coração feito em pedaços.
Foi onde o vi pela primeira vez.
Onde saímos pela primeira vez.
Onde nos beijamos pela primeira vez.
Nossa primeira vez.
Meu coração batia forte lembrando desses momentos, só o toque proporcionado por suas mãos faziam meu corpo criar vida.
Nunca, jamais, alguém provocou as sensações que Tom provocava em mim.
Românticamente falando e claro... Sexualmente.
Quando estávamos juntos, parecia que nossos corpos se tornavam um e sabíamos exatamente onde nos tocar para chegar ao ápice do prazer.
A comunicação era cortada nesse momento. A única coisa que saía de nossos lábios eram os gemidos de prazer, entrando em sintonia um com o outro.
Eu sentia falta desses momentos.
Eu sentia falta de dizer seu nome.
Eu sentia falta do seu toque.
Tom era perfeito para mim. Feito sob medida para minhas mãos; então, por que eu o deixei?
Sinceramente, nem eu sabia responder isso. Tinha esse péssimo costume de me autosabotar quando as coisas estavam dando certo.
Seja em qualquer tipo de relação.
Terminei com Tom por causa de minhas inseguranças e acabei pagando um preço alto por isso.
Perdi o único homem que me fez sentir algo na vida.
E ele estava em outra.
Isso é o que mais me doía. Tinha o direito de seguir em frente, assim como eu tentei. Mas ele foi bem sucedido nisso.
E merecia a felicidade.
Mais do que qualquer ser humano na face da Terra. Eu realmente estava feliz por ele, mas eu ainda o amava. Nunca deixei de amá-lo.
E acho que nunca vou deixar.
É como uma maldição que me assombrava, estava destinada a sentir tudo isso; era uma punição pelo o que eu fiz. Teria apenas que aceitar o sofrimento em silêncio.
Uma mão encostou em meu ombro e isso me tirou dos devaneios. Olhei para o lado e vi Darnell me encarando.
- Tudo bem, Z? – Perguntou, a expressão preocupada estava estampada em seu rosto. – Você parece tensa.
Eu sabia que era péssima em esconder emoções e ainda mais perto de Darnell. Era praticamente como se fosse meu irmão. Fazia de tudo por mim e me conhecia tão bem quanto eu mesma ou minha própria mãe.
Dei um sorriso fraco e ajeitei meu casaco. O frio do ar condicionado estava me matando.
- Está tudo bem, sim. – A voz saiu um pouco fraca.
Darnell franziu o lábio e olhou para o lado. Penso que já tinha captado o que me deixava desse jeito. Não o culpava. Era a mesma preocupação durante meses.
- Sei... Então, faremos o seguinte. O que eu posso fazer para distrair você até o fim da viagem?
Olhei para minhas mãos. Elas estavam tencionadas e os nós dos dedos estavam brancos de tanto que apertava uma na outra.
Relaxei meu corpo e senti como se um grande peso tivesse sido tirado de mim; eu realmente ficava tensa quando pensava nele e em toda situação.
- Tudo bem. O que sugere?
- Quer jogar um jogo?
Fechei meus olhos e um bocejo automático fez com que minha boca se abrisse.
- Eu estou um pouco cansada. – Admiti. – Tem problema eu dormir um pouco agora?
Ele deu uma risada rouca e estendeu sua mão para acariciar meus cabelos.
- Claro que não, meu anjo. – Ainda fazia carinho em meus cachos, como um irmão mais velho preocupado. – Você merece descansar. Qualquer coisa, eu estou aqui.
Assenti. Era bom saber que não estava sozinha e que tinha um anjo da guarda como Darnell ao meu lado; durante todos esses meses, fez com que a situação ficasse suportável.
Não sei o que faria sem ele.
Relaxei meu corpo na poltrona e declinei ela para trás. Estava exausta, então acho que apenas o movimento de fechar os olhos já ajudaria com que embarcasse no sono.
E assim foi.
Um cochilo pacífico e sem sonhos.
Comparável a um Oasis no meio do deserto, um abrigo antes da tempestade de areia me atingir assim que chegasse em Atlanta.
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Atlanta
Roman d'amourZendaya e Tom terminaram a um tempo, mas teriam que encarar a presença um do outro quando voltassem às gravações do terceiro filme de Homem-Aranha. No começo, foi presumido que seriam profissionais perante a isso e não deixariam que a reaproximação...