eu sou seu primeiro amor, não sou?

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— Cheguei — anunciou Akaashi ao abrir a porta, largando seus sapatos na entrada e seu casaco pesado na arara no pequeno corredor.

— Estamos na sala! — gritou Bokuto. E tudo que Akaashi queria era correr até lá e se jogar no sofá. No entanto, ele precisava desesperadamente de um banho.

Foi difícil, mas forçou seu corpo a se arrastar até o outro corretor, entrando no banheiro, deixando o rastro de roupas por onde passou (ele lidaria com o Kuroo reclamando da bagunça depois) e entrou no box, mesmo que a bandeira estivesse o seduzindo naquele momento, ele sabia que ao entrar não sairia até que um de seus namorados arrombasse a porta.

Mesmo com o tempo cruel lá fora, Akaashi usou a água gelada. Ele precisava acordar. E lavar o cabelo naquela temperatura sempre ajudava a limpar a mente dos seus problemas. Ou grande parte deles.

Depois do que ele achou ser o bastante (quando seus lábios estavam ficando roxos e seus dentes batendo) ele desligou o chuveiro, pegando a toalha e seguindo para o quarto.

Vestiu um conjunto de moletons que com certeza eram grandes demais para ser um dos seus, deixando o cabelo enrolado na toalha. Enfim saindo do quarto, passando na cozinha para pegar um pouco de café e seguindo para a sala.

Onde pode finalmente se jogar no sofá entre seus namorados. Kuroo e Bokuto foram rápidos em beijar suas bochechas, reclamando sobre o quanto estavam frias. Akaashi quase não notou a bolha de lençóis no canto do sofá. Ele sorriu, estendendo o pé e irritando Kozume com seus dedos gelados.

— E eu achando que teu trabalho só te matava por dentro — reclamou Kozume, o afastando com um tapa.

— O que estão assistindo? — Akaashi se remexeu entre Kuroo e Bokuto, olhando para a TV.

— É um filme sobre um cara que sonhava em ser editor, ele conseguiu, mas ao invés do setor de literatura colocaram ele para editar mangás — explicou Kuroo.

Akaashi arqueou uma sobrancelha.

— Tá de sacanagem comigo?

— Ah, mas ele é editor mangá shoujo — disse Bokuto.

— Coisa que ele odeia — acrescentou Kozume.

— Ele não odeia, ele só não entende, então é indiferente quando a isso — explicou Kuroo.

— O cara odeia o trabalho dele — rebateu Kozume.

— Quando alguém fez um filme sobre a minha vida? — Akaashi riu.

— Espero que a coincidência termine aí — disse Kozume.

— Por quê?

— O cara descobriu que um dos chefes dele era seu antigo amante, mais precisamente o primeiro amor dele. Que agora não o deixa em paz e o protagonista passa o resto do filme gritando sobre como aquilo não é amor — explicou Bokuto, franzindo as sobrancelhas ao olhar para Akaashi — Eu sou seu primeiro amor, não sou?

Kuroo riu.

— É claro que não, ele se apaixonou por mim primeiro.

— Vocês são tão idiotas — a bola de lençóis vulgo Kenma Kozume debochou —, eu fui pedido em namoro primeiro.

Akaashi bebeu seu café em silêncio enquanto seus namorados ainda discutiam sobre quem era seu primeiro amor. Ele não iria se meter, eles não ficariam nem um pouco felizes em descobrir que o primeiro ser a fisgar seu coração havia sido o Yukito Tsukishiro.

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