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Estou mais uma vez na minha cama, olhando para o vazio que você deixou, e a pior parte é que eu não tenho ninguém para culpar além de mim mesmo, além da bebida que está em minhas mãos. Suspiro mais uma vez e penso em como queria dizer para você esquecer tudo o que eu disse naquele dia, eu estava errado e fora de mim, não queria dizer nenhuma daquelas coisas, mas infelizmente isso é impossível, não consigo retirar o que eu disse.
Levo meus olhos até o closet vendo o espaço vazio que antes era ocupado pelas suas roupas e me sinto péssimo. Lembro do dia que te chamei para morar comigo, seu sorriso estava radiante e me fez sentir ainda mais feliz, mas eu estraguei tudo, sinto que estou caindo e não consigo decidir se estou disposto a correr atrás de você ou se a melhor coisa a se fazer é desistir e deixar que siga sua vida.
Eu sei que você ainda se importa e que também sente minha falta mas tenho a sensação de que você nunca mais vai precisar de mim de novo, e isso me assusta tanto e me deixa tão frustrado com a possibilidade que decido ir atrás de você.
Estou parado na frente da cafeteria que você trabalha, te observando de longe, você continua linda, mesmo depois de quase um dia inteiro dividindo seu tempo entre equilibrar bandejas e preparar refeições.
Finalmente tomo coragem para entrar e assim que abro a porta um sino toca voltando a sua atenção para mim, sorrio minimamente indo até a sua direção.
- O que faz aqui? - Você parecia surpresa e confusa em me ver ali, e acredite, eu também estava.
- Podemos conversar? - Você apenas murmurou um sim e pediu que eu te seguisse até a cozinha, que se encontrava vazia e organizada, já que a cafeteria estava prestes a fechar.
- O que faz aqui? - Você repetiu a pergunta, deixando que toda a sua frustração viesse junto com uma simples frase.
- Sinto sua falta e não aguento mais toda essa merda, eu estraguei tudo, eu sei, e queria poder conseguir fazer você esquecer tudo que eu disse aquele dia mas não posso, a única coisa que posso fazer é me desculpar por ser um completo idiota e te magoar. Eu amo você, S/N e espero que um dia possa me perdoar por tudo isso.
Você ficou totalmente em silêncio, apenas me observando, o nervosismo tomou conta de mim e eu estava quase saindo correndo em direção a porta quando ouvi sua voz saiu quase em um sussurro.
- Eu odiei você. - Ok, não era isso que eu estava esperando, mas também sei que isso era tudo o que eu merecia. - Odiei você por todas aquelas coisas que você disse, mas não consegui sustentar esse sentimento por muito tempo, senti sua falta todos os dias durante os últimos meses.
Ficamos em silêncio por um tempo, não sei quantos minutos se passaram mas continuávamos ali, olhando um para o outro e me senti ainda pior por te arrancar da minha vida.
- Acha que um dia vai conseguir me desculpar? - Quebrei o silêncio com uma pergunta que vinha me assombrando durante os últimos meses.
- Eu já desculpei. Eu amo você, não ficaria com raiva nem se quisesse.
Eu não consegui evitar que meu sorriso acompanhasse o seu, me sentia leve depois de tanto tempo me culpando.
Virei as costas e saí da cozinha, voltando um tempo depois.
- Oi, prazer, eu sou o Harry. - Falei estendendo a mão na sua direção.
- O que tá fazendo? - Sua gargalhada preencheu todo o lugar.
- Vamos fazer direito dessa vez, mas você está atrapalhando o roteiro.
- Ok, desculpe. - Você fez uma breve pausa antes de continuar. - Prazer, eu sou a S/N.
- Quero muito te beijar agora. - Falei me aproximando de você.
- Não costumo fazer isso no primeiro encontro, mas vou abrir uma exceção pra você.
Logo senti seus lábios e foi o melhor beijo da minha vida, cheio de amor, saudade e novas promessas, de um futuro novo, longe dos pesadelos do passado.
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