Capítulo 6

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Capítulo Seis

Porque Klaus estava faminto, saíram para jantar cedo. Depois de algumas voltas pela pequena cidade, eles acabaram sentados de frente para o outro em uma das mesas do Grill. Embora fosse um lugar em que foram tantas vezes com Caroline, parecera a melhor opção para uma refeição esta noite.

Elena mastigava seu hambúrguer sem de fato sentir o sabor dele. Sua mente estava toda voltada para Klaus, para suas expressões e todas as palavras que proferia. Ela estava confusa com aquela sucessão de eventos. Simplesmente, não podia acreditar que estavam jantando juntos, conversando e fazendo coisas normais, como se os repentinos e tórridos momentos nos braços dele, na noite anterior, nunca tivessem acontecido. Assim como os momentos de angústia posteriores.

Elena já havia saído para jantar fora uma centena de vezes, mas sempre com homens que nunca conseguiram arrepiar suas camadas de indiferença após o casamento. Mas com Klaus era diferente. Ela se sentia vulnerável, nua, exposta, embora fosse uma vulnerabilidade interna que não era revelada pela sua expressão tranquila. Seus nervos tremiam e as batidas do coração ficavam cada vez mais aceleradas, mas quem a olhava, pensaria que ela estava bem, confortável e tranquila na presença daquele homem.

Durante a conversa, foi inevitável falar sobre o trabalho deles. Klaus estava se preparando para adquirir uma grande empresa, concorrente da sua, e Elena admirava isso. Apesar de jovem, Klaus era um estrategista brilhante e possuía experiência em diversas áreas empresariais. Elena o achava perfeitamente capaz para assumir qualquer posição, qualquer negócio. Ele tinha personalidade forte, inteligência e carisma necessários para desempenhar aquele cargo. Tinha um temperamento forte, mas normalmente o mantinha sob rígido controle, conforme Caroline confidenciara.

A princípio, Klaus estava um pouco tenso, como se cauteloso de revelar demais. Mas com o passar das horas, relaxou, curvando-se para frente na mesa e fitando-a com interesse. Elena em geral não omitia opiniões, mas com Klaus, suas defesas habituais desapareceram. Simplesmente respondia a ele quando ele fazia perguntas, feliz demais pela demonstração de interesse.

Ele fez várias perguntas a ela sobre seu trabalho em Mystic Falls, assim como sobre o tempo em que ela viveu em Nova Orleans. Elena gostava de falar sobre seu trabalho, sua vida era isso desde o divórcio. Sua face, normalmente tão distante e fechada, parecia viva sob o brilho da atenção que Klaus lhe dispensava e com a paixão que ela falava de sua profissão.

A conversa continuou durante o trajeto de volta para casa e, quando ele parou o carro em frente ao edifício dela, permaneceram sentados no carro, como dois adolescentes relutantes em terminar o encontro.

As luzes da rua banhavam o interior do veículo com um brilho dourado, ofuscando todas as sombras de cor, com exceção dos cabelos e dos olhos de Klaus. Ele aparentava etéreo sob a luz artificial e sua voz soava aveludada na escuridão da noite. De repente, Klaus segurou-lhe a mão.

— Eu adorei esta noite. Parece que faz uma eternidade desde que pude conversar com uma mulher. Não tive nenhum relacionamento depois que Caroline morreu. Não me refiro a sexo — explicou calmamente. — Estou falando sobre poder ser amigo de uma mulher, falar com ela, desfrutar sua companhia e relaxar a seu lado. Acho que sinto muita falta disso. Esta noite... Bem, foi maravilhosa. Obrigado!

Elena sorriu e apertou os dedos dele ligeiramente.

— Amigos são para isso.

Eles desceram do carro e Klaus a acompanhou até a varanda. Elena destrancou a porta e a abriu. Em seguida, alcançou o interruptor e acendeu as luzes, antes de se virar de frente para ele mais uma vez. Seu sorriso estava suavemente triste, porque odiava ver aquela noite chegando ao fim. Fora um dos melhores momentos da sua vida nos últimos anos.

Destinados - KLENAOnde histórias criam vida. Descubra agora