●○Capítulo dois○●

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Angel

Assim que meu treino terminou fui para o vestiário apenas para lavar meu rosto, não iria tomar banho ali. Levantei o olhar para o espelho e vi Emília com um sorriso enorme batendo palmas atrás de mim.

- Garota, você arrasa! - Ela disse e me entregou minha mochila.

- Valeu. - Sorri. Se eu não a conhecesse tão bem jurava que ela queria me pegar pelo jeito que ela me olhava, mas era apenas o jeito piranha dela mesmo. - Acho que teu amigo te deu um bolo. - Disse saindo junto a ela do vestiário.

- Ele só não quis entrar. Ele está lá fora. Vem vou te apresentar ele. - Ela me puxou para fora do ginásio e quando o viu começou a gritar o nome dele, até o mesmo se virar para a gente.

E no momento que eu percebi que era o menino que me impediu de me matar entrei em desespero. Emília não sabia dessa história, e se ele abrisse a boca ela ficaria puta comigo, eu havia prometido pra ela que não faria mais isso.

- Você garota marrenta? - Ele disse quando nos aproximamos. Ele cruzou os braços e sorriu de canto para mim.

Emília olhou para ele e depois para mim. Queria morrer por dentro. Não sabia o que falar.

- Vocês já se conhecem? - A ruiva perguntou animada.

- Eu esbarrei com ele na rua. - Eu disse rapidamente antes dele dizer qualquer coisa. E quando a mesma o encarou eu implorei para ele com os olhos para que ele não falasse nada e ele pareceu entender.

- Isso. Ela nem me pediu desculpas por ter manchado a minha camiseta limpa de café. - Ele entrou na mentira. Ótimo.

- Credo, Angel. Não te ensinei assim. - Eu revirei os olhos quando a mesma olhou pra mim. - Bom, Cole, essa é a Angel minha melhor amiga, e Angel esse é o Cole meu amigo de Londres. - Ela apontou pra mim é depois pra ele.

- Prazer em te conhecer. - Dissemos juntos e fingimos um sorriso super animados com a situação.

A vida só pode estar zoando com a minha cara.

- Bom, Emília, eu já estou indo. Estou toda suada, preciso de um banho. Urgente. -

- Concordo. Dá para sentir o cheiro de suor daqui. - Eu o vi fazer uma cara de nojo e eu quis o esganar.

- Cala a boca. - Emília deu um tapa no ombro do moreno que riu em deboche. Ela se virou pra mim. - Mas já? - Eu fiz que sim com a cabeça, ela resmungou. - Fica mais um pouco, por favor. - Fez olhinhos de boneca e eu ri.

- Adoraria, maaas eu nem trouxe meu celular. - Dei um beijo na bochecha dela. - Tchau, amiga. - Me virei para Cole. - Tchau, Cole. - Não esperei ele se despedir, apenas saí.

Queria sair o mais rápido possível daquele ambiente. Odiei encontrar ele de novo. Odiei saber o nome dele. E ainda por cima odiei saber que ele é amigo da minha melhor amiga.

Isso só significaria uma coisa. Emília iria tentar juntar a gente. E disso eu não tinha dúvida. Mas amanhã de manhã já diria a ela que não estava interessada. E ponto.

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Escutei Emília gargalhar e quase se engasgar com o café.

- Eu estou falando sério, Emília. - Disse irritada.

- Desculpa, amiga. - Ela colocou a xícara de café em cima da mesa. - É que meio que do jeito que você falou, parecia que era você quem estava desesperada para que eu ajudasse vocês. - Eu franzi a testa. - Mas relaxa, prometi para ele que não faria nada do tipo. E prometo pra você que não irei fazer nada do tipo. -

- Obrigada, amiga. - Segurei a mão que estava livre em cima da mesa.

- Só posso falar uma coisinha? - Eu estava desconfiada mas assenti. - Vocês combinam. Pronto falei. - Fechei a cara.

- Vai se ferrar, Emília! - Disse e soltei a mão dela. A mesma gargalhou e logo em seguida tomou outro gole de café.

Olhei para o relógio e me levantei rapidamente.

- Valeu pelo café amiga. - Disse e dei um beijo na bochecha dela e sai apressada. Sorri nervosa para ela quando voltei para buscar minha mochila.

- Você só não esquece a cabeça porque esta grudada. - Ouvi Emília gritar antes de fechar a porta atrás de mim.

Um conselho que eu dou para vocês é: Tenham amigos ricos. Eles iram te convidar para tomar café da manhã na casa deles quando seus pais estiverem viajando.

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É no outono onde tudo aconteceOnde histórias criam vida. Descubra agora