5 - Temos problemas

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Capítulo 5 -
"Temos problemas"

Ouço uma tosse rouca e vejo Henry assustado olhando para nós, me solto rapidamente dos braços de Ivan, quase me desequilibrando por estar com as pernas bambas.

"Eu... Eu preciso sair daqui". Ivan fala, pega um copo de água  e sai correndo da cozinha. 

Henry vem até mim e me abraça, passando sua mão macia em meus cabelos. Meu Deus o Kevin!

 Me solto de seu abraço e sorrio nervosa. "Está tudo bem." Falo e saio de seu campo de visão, indo até o banheiro para jogar uma água em meu rosto, que estava corado.

Saio do pequeno lavabo e vejo as crianças jogando videogame na sala. Ivan e Henry não estavam mais ali, o que me deixou aliviada.

"Emma?". Vejo uma das empregadas, a que conheci no primeiro dia, me chamando. "Os patrões já chegaram, pode ir para a casa se quiser". Sorrio e agradeço. Quando estou entrando em meu quarto para pegar minhas coisas, ouço uma discussão vindo do quarto do casal, eu não queria ouvir atrás da porta, mas quando ouço meu nome,  minha respiração falha.

"A Emma não pode mais ficar aqui!". John grita e eu arregalo os olhos. Por que será que ele não me quer aqui?

"Ela é uma jovem educada e gentil, ela não é como a Cecília!". A Sra. Cotton me defende. "Eu sei que elas são muito parecidas e isso dificulta para nós, mas, temos que aceitá-la, precisamos de alguém para cuidar dos nossos filhos, John!". Não entendo o motivo de sermos parecidas, mas tento ignorar esses pensamentos.

"Tudo bem, mas se ela aparecer namorando com um dos nossos filhos, eu não quero ver você implorando para eu resolver a merda que você deixou acontecer". O Sr. Cotton parece socar a parede com ódio e logo destranca a porta prestes a sair, nesse momento eu corro para meu quarto, fecho a porta e me encosto atrás dela, com medo de que alguém tenha me visto. Eu nunca iria namorar um dos filhos deles.

Pego minhas coisas e me despeço do pessoal da casa, menos de Ivan e Henry, que não estavam mais ali. Pego um táxi e já estou a caminho de casa, quando vejo Henry em uma praça completamente bêbado, sentado sem rumo em um banco.

Peço para o motorista parar, pago-lhe e desço.

"Henry?". Ele olha para mim e volta a olhar para o chão. "O que você está fazendo aqui?"

Suas lágrimas caem sobre o chão da praça e eu ouvia seus soluços baixos.

"Eu adorava a forma como ela sabia me ver como uma pessoa normal, não apenas como um rico que tem um pai empresário e que tem a vida perfeita". Ele bebe mais um gole do uísque da garrafa que estava em sua mão. "Minha família está longe de ser perfeita e eu sei que você pensa como ela". Henry me olha com os olhos vermelhos e bebe mais um gole. Fico de joelhos em sua frente e tiro a garrafa de suas mãos. "Não me deixe sozinho". Ele implora. 

Meu lado sentimental se derrete ao ouvir suas palavras e o abraço fortemente. "Eu estou aqui". Sussurro em seu ouvido, sem pensar nas consequências, haviam paparazzis ali, pessoas por toda parte e eu precisava acalmá-lo, antes que ele fizesse alguma bobeira. "Eu posso te tirar daqui?" Ele assente e o seguro de lado para carregá-lo. Chamo um táxi e procuro por um hotel ali perto.

"Acho melhor você passar essa noite aqui, não pode voltar para sua casa assim e eu não sei se  seria certo levar você para a minha, pois moro com minha mãe e tenho um namorado."

Ele me olha desorientado. "Por que nunca me falou que tinha um namorado?"

"Você não perguntou". Vou até o banheiro e ligo a banheira, com água fria. "Você precisa de um banho para tentar tirar todo esse álcool da sua cabeça".

Dois Amores Em Apuros - CORRUPTOnde histórias criam vida. Descubra agora