Capítulo VI

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Notas inicias: BEEEEEEEEEM, mais um. To tentando me aprofundar um pouco nesse lado mais sombrio dele, mas vou trabalhar o lado menos caótico dele nos próximos capítulos também.


Ela ficou pensativa com aquilo ao longo dos dias, ao passo que parecia quase fascinada por aquele incidente isolado. Se lembrava de seu sorriso eloquente e sicário, como uma lâmina afiada. Ela quase podia senti o arrepio que aquele sorriso havia causado a ela enquanto, mesmo ali, mais uma vez, sobre seu sofá, discutindo algumas ideias. Ela lembrou-se que o incidente não veio em pauta nos dias que se seguiram, mas algo havia mudado, tanto sobre seus comportamentos quanto sobre o homem.

Algo havia sido transformado. Havia um pouco mais de liberdade ao passo que havia um pouco mais de cautela, mesmo sobre as palavras diretas e assertivas do homem.

Ele não deixava seus óculos, mas não era incomum que ela o visse sem seu lenço ou seu chapéu. Havia também sempre algo que cobrisse seu pescoço. Golas altas, as vezes o cachecol. Havia sempre algo prendendo seu pescoço de sua visão, mas seus lábios agora eram visíveis.

O casaco, por outro lado, era um item imprescindível em seu vestuário, pesado em contraste com os dias que se cercavam brevemente de um calor. Era quase algo de sua personalidade, e mesmo que não houvesse mais medo de seu rosto, ele parecia sempre ter um certo cuidado. Ao menos quando ele era sua parte gentil.

Porque ele era um homem gentil. Ela nunca deixou de notar isso. Ele podia ser um homem brilhante, educado, gentil, solicito e cordial, vezes, ainda brilhante, sombrio, malevolente, imponente e firme.

Ele sempre era direto e assertivo, ele nunca a fazia se sentir excepcionalmente ameaçada, mas é claro que ela jamais deixará de sentir aquele arrepio na espinha quando sua voz soava eloquentemente bravio.

Era um contraste grande com o outro lado do homem, aquele que a fazia sentir-se apenas confortável e suave. Aqueles dias bons ela quase se esquecia daquele homem tão diferente do que o que conhecia de seus dias de pesquisa. Talvez apenas porque havia um pouco daquele homem sobre todo aquele tormento, por debaixo daquela voz tão impetuosa e intimidadora.

Mas ela não podia esquecer-se daquela parte do homem, que algumas vezes parecia vir em suas reuniões. Ela se xingou por não o temer e fugir como uma pessoa normal faria, no entanto, aquilo apenas parecia intriga-la. A voz do homem, mesmo que essencialmente igual em ambos os estados, era quase sanguinária em uma sua suavidade inquietante.

Era fascinante e ela simplesmente não ligava para trazer o trabalho para casa. Não parecia realmente trabalho quando estava em companhia daquela genialidade e instigante incerteza. Um suspense suave e delicado.

O homem que emergia de um lado menos sombrio era um lado do espelho, e o homem sobre as sombras, do outro lado, era outro.

Reconfortante e assustador ao mesmo tempo.

Ela podia se lembrar de um daqueles dias em que ela pode ver em primeira mão aquele contraste.

Estavam a horas ali, sentados. Ela, como sempre, mesmo quando ele era suave e tranquilo, evitando o olhar. Fazia dias que estavam presos sobre aquele problema. Ele até mesmo veio mais vezes em sua casa aquela época.

O projeto em questão, aqueles dias, não era o da Oscorp, a qual ela havia notado um interesse maior da parte do homem. Era aquele maldito projeto no topo do prédio. Ela não soube quanto tempo estava ali, os olhos vagando sobre o nada.

Ela não soube como, ou porque, ela não havia dito nada. Não houve nenhuma palavra sua.

– Não! – ele urrou, irritadamente, seu corpo se levantando tão rápido da cadeira que ela pode ouvir o ranger do chão sob seu peso e força.

Diga-me seu nomeOnde histórias criam vida. Descubra agora