This Or That? | SwanQueen Version

Fourteen

Depois de presenciar a cena nada agradável na sala, Emma seguiu o dia no modo automático, não ficou mais sozinha com Regina e passou a tratá-la de forma indiferente.

Sabia que não fazia o menor sentido estar com aquela sensação incômoda, mas não sabia como fazê-la passar e era algo desconfortável para ela.

- Hey! - Ouviu alguém a chamar e se virou, vendo Belle descer as escadas apressada. - Gina me contou o que aconteceu, você está bem?

- Hã... Desculpe, ela lhe contou o que?

- Sobre o acidente com a caneca e o corte em sua mão, não foi isso?

- Oh, claro! Já nem me lembrava disso, a dor já passou, então estou bem. - Sorriu.

Belle pegou delicadamente na mão da loira, desfez o curativo que já precisava ser trocado e levou Emma até a cozinha.

- Quando eu estava no hospital com a minha mãe, o médico me disse que quando ela fosse para casa, eu precisaria trocar o curativo a cada quarenta e cinco minutos. - Pegou as coisas e se virou para a loira. - Posso refazer o seu? - Emma concordou e estendeu a mão ferida para ela.

Swan observou a expressão concetrada da outra enquanto fazia seu curativo, ela parecia focada em não machucá-la, pelo menos foi isso o que a menor constatou.

- Obrigada. - Agradeceu com um pequeno sorriso, ganhando outro em resposta.

- Te machuquei, está muito apertado? - Emma negou, não estava apertado e nem muito frouxo, diria que estava na medida certa.

- Não, está perfeito, obrigada outra vez.

- Disponha. - Sorriu, mas logo seu rosto ganhou uma expressão profissional. - Eu preciso te fazer um pedido.

- Claro, se eu puder ajudar, terei o prazer de atendê-lo. - Belle a olhou e sorriu.

- Sabe, eu gosto de você! É uma menina muito legal e a Nellie ama você. - Pegou na mão boa da loira e lhe fez um breve carinho. - Você caiu do céu, Emma, e nós não vamos nunca perder esse anjinho que é você. - A loira sentiu as bochachas esquentarem bruscamente, tinha a plena certeza de que estaria parecendo um tomate agora. - Mas vamos ao assunto. Na próxima semana eu precisarei ir a uma viagem de trabalho, quando você chega, eu já estou de saída e Regina já não está mais aqui, correto?

- Correto, mas onde a senhora quer chegar? - Estava mais perdida do que quando precisava ajudar Nellie nas tarefas de matemática, o que era raro de acontecer.

- Eu queria saber se na semana da minha viagem, você poderia ficar dormindo aqui. Porque eu só vou estar aqui no primeiro dia, depois já não vai ter ninguém para ficar com a Nell na parte da manhã, onde ela ainda precisa se aprontar para a escola. Isso faz sentido, não é? - Emma riu da careta que a mais baixa fez.

- Faz todo o sentido para mim. Tudo bem, eu fico, sem problemas.

- Esses dias em que você dormir aqui, Regina irá te pagar uma diária. Não sei o valor, isso já é com ela. Muito obrigada mesmo, você apareceu para salvar minha vida. - Dramatizou e Emma não conteve a alta risada.

Da sala, Regina pôde ouvir a loira rir e aquilo lhe encheu o peito de calor. Sabia bem o que estava começado a acontecer, sentiu isso com Belle quando a conheceu e agora tinha quase certeza, que estava começando a sentir com a loira.

Se levantou, deixando o notebook onde trabalhava de lado e foi em direção ao lugar de onde vinham as risadas. Encontrou Belle brincando de atuar, fazendo um drama realmente hilário e uma Emma vermelha de tanto dar risada.

A loira ria tanto, que de seus olhos já escorriam lágrimas e mais lágrimas.

- Amor, deixe a menina respirar um pouco. - As duas só notaram a presença da de olhos verdes, depois que ela se pronunciou. Belle parou toda a encenação e se agarrou ao corpo de Regina. - Você está bem? Quer uma água? Vejo que conheceu o lado atriz que minha esposa esconde e que bom que esconde. - Riu ladino e Belle a encarou com falsa expressão de indignação.

- Hey! Não fale assim! Eu sou uma ótima atriz! - Bateu no braço da esposa, ganhando uma risada dela.

O som da risada da morena parecia ter se gravado nos ouvidos da loira e tudo o que ela podia escutar agora, era a risada sexy da mulher bronzeada.

- Não, você não é! - Rebateu, recebendo outro tapa da mulher.

- Claro que sou, diz para ela, Emma. Eu não sou uma atriz esplêndida? - A loira tentou a todo o custo segurar a risada, porém não deu muito certo. - Vocês me ofendem desse jeito. - Agora as três davam risada do drama falso que Belle fazia.

Passada a crise de risos, Emma se despediu de todas e enfim pôde ir para casa.

[...]

Chegou sentindo como se suas pernas pesassem mil toneladas, adentrou o apartamento e se assustou com algumas coisas.

- Meri? - Chamou pela amiga, que saiu do quarto saltitante. - Pode me explicar o que é isso?

A loira se referia ao novo jogo de sofá, mesinha de centro e televisão nova. Não entendia de onde saiu tudo aquilo.

- Oh, eu conheci uma pessoa há algumas semanas, mas não te contei nada porque não sabia se iria dar certo. - Algumas semanas? Mas não fazia nem uns dias que o namorado idiota, que Emma não se lembrava o nome, havia terminado com a outra.

- Okay, mas qual relação isso tem com essas coisas na nossa sala?

- A pessoa me pediu em namoro hoje, Em! Me deu isso de presente e disse que o amor dela merecia isso e muito mais.

- Oh! - Exclamou, surpresa. - Eu fico muito feliz por isso!

- Eu também arrumei um emprego, agora as coisas vão começar a mudar para nós! - Abraçou a amiga.

Emma podia sentir a felicidade de Merida, tanto por saber que as coisas iriam melhorar, como por saber que a amiga estava feliz em seu novo relacionamento.

Conversaram sobre o dia de Emma, a loira ouviu um sermão pela falta de atenção que teve quando quebrou a caneca e se feriu.

Depois de muito conversarem, Merida se retirou, deixando Emma sozinha na sala. A loira puxou o celular do bolso e entrou em uma busca online.

Pesquisou tudo o que estava sentindo nos últimos dias, e o "diagnóstico" a fez ficar surpresa e um pouco desacretidata.

Ao que tudo indicava, estava começando a se apaixonar por Regina, sua patroa, uma mulher casada e com filha.

O quão errado àquilo era? Emma estava se apaixonando por uma das únicas pessoas no mundo que não poderia querer. Mas era tão bom.