02 - Uma vingança apimentada

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"No último Natal, eu te dei meu coração;
Mas no dia seguinte, você o jogou fora;
Esse ano, para me poupar das lágrimas;
Eu o darei para alguém especial."

Last Christmas - Wham!

Angelina estava bem. Claro que tinha desmaiado e perdido a consciência por alguns segundos, mas tudo que ela precisou para voltar ao seu "eu normal" foi de Ryan Parker a carregando até o carro e de uma barrinha de cereal - horrível - que Cher tinha na bolsa. Easton tentou ser útil, mas quando Cher ordenou que Ryan carregasse sua amiga até o carro porque ela iria dirigir, ele já sabia que o que sobraria para ele seriam as malas - de todo mundo.

— Essa foi a última.— disse Easton, ofegante, jogando a última mala de Cher dentro do porta malas.

Cher sorriu e beijou a bochecha do namorado antes de entrar no carro e se acomodar no banco do motorista. Ela espiou Angelina no banco do passageiro e depois checou se os meninos no banco de trás estavam usando cinto e girou a chave na ignição.

Easton começou a rezar no mesmo instante e Angelina segurou o cinto como se sua vida dependesse disso - e ela fosse uma motorista tão boa quanto a melhor amiga. Ryan foi o único a não se agarrar em alguma coisa e fazer alguma prece, mas quando Cher saiu do estacionamento da rodoviária e acelerou aos trancos e barrancos, ele se agarrou no banco de Angelina e no braço do melhor amigo como se eles pudessem fazer alguma coisa quando era óbvio que quem deveria realmente fazer alguma coisa era Cher - e essa coisa seria usar o freio.

— Não se preocupe, você vai sobreviver — disse Angelina se virando para olhá-lo. Ryan engoliu em seco sentindo o coração saltando dentro do peito e um calor que não era nenhum pouco comum nesse frio de dezembro - talvez fosse o medo de morrer por causa de Cher Dawson ou então fosse apenas...Angelina Thompson.— Se serve de algum consolo, ela dirige melhor do que eu...

Ele arregalou os olhos e Easton comprimiu os lábios para segurar o riso.

— M-melhor?— perguntou Ryan querendo morrer. Ele tirou a mão do banco de Angelina e puxou o colarinho do suéter azul para tentar respirar com mais facilidade.

— É...— a Thompson confirmou com a cabeça e olhou a ruiva que parecia aérea a conversa deles.— Cher reprovou no teste de direção seis vezes.

— Não foram sete?— perguntou Easton franzindo a testa.

— Que vergonha vocês dois!— exclamou a ruiva dando um sorriso caloroso.— Foram oito!

— Jesus...— murmurou Ryan fechando os olhos.

Cher riu do banco da frente, Angelina sorriu encarando a paisagem branca da janela e Easton segurou a mão da amigo, entrelaçando os dedos nos dele. Ryan, desconfiado, abriu um dos olhos para encará-lo.

— Só não vou largar da sua mão porque se formos morrer, vamos juntos...— sussurrou Ryan dando um suspiro.

Easton explodiu em risadas. As duas que estavam na frente tentaram entender o motivo de tanta graça, mas o Danvers apenas abanou a mão livre no ar e sussurrou de volta para o amigo:

— Bela justificativa, Parker.

Angelina chegou em casa com a barriga roncando. Ela deixou o carro estacionado de qualquer jeito na frente de casa depois que teve que assumir o volante quando Cher e Easton ficaram na casa dos Danvers. Ryan foi o primeiro a sair do carro - ele deu graças a Deus por sair vivo -, e a Thompson pensou que Cher fez de caso pensado porque agora ela sabia onde ele morava; era numa casa marrom de dois andares no bairro mais calmo da cidade.

Feliz Natal, Angelina Onde histórias criam vida. Descubra agora