O apartamento é tranquilo, além dos pássaros acordarem em algum lugar lá fora. O floo ainda é nada além de brasas baixas, estalando suavemente, e nenhuma porta no apartamento rachou ou rangeu desde que Harry voltou no meio da noite.
No sofá, Ron está sentado com a cabeça nas mãos. Harry se sentiria mal por seu amigo, se ele não estivesse tão ocupado tentando não vibrar fora de sua própria pele, e ele tem Hermione dando tapinhas nas costas além disso.
Harry anda. Para lá, em frente à mesa de café, para a janela olhando para baixo na rua onde parte da imprensa já começou a se reunir novamente nas primeiras horas da madrugada, e de volta novamente. Há algo sob sua pele, algo mudando e tremendo, e Harry sabe exatamente o que é, mas ele ainda se recusa a nomeá-lo.
Ao lado de Ron, Hermione o observa e bebe no chá.
"Não precisa significar nada", insiste Harry. "Ele notoriamente ignora regras sociais e limites. Ele...
-- é um tradicionalista, ron grunhe, olhando para cima quando leva Harry a um ponto de tropeço. "Suas palavras. Não é meu."
"Bem," a garganta de Harry parece cada vez mais apertada; como se talvez ele estivesse perdendo a capacidade de falar, ou mesmo respirar. "Bem, isso não significa- quero dizer. Cortejar? Por que ele faria isso?
"Hermione disse isso, companheiro."
Com um olhar de arrependimento, Hermione acena, olhando para o chá em sua xícara. "Se você não pode vencer seu inimigo, faça deles seu aliado."
"E você acha que, depois de todo esse tempo, ele de repente decidiu, o quê? Para cortejar-me? Harry zomba. "Ele prefere que eu tome sua marca e se junte a suas fileiras."
"Mas você nunca faria isso", diz Ron. "Você faria?"
Claro, pela primeira vez no que parece horas, Harry cruza os braços e balança a cabeça. "Não, absolutamente não."
Hermione suspira, inclinando-se para a frente para deixar seu chá de lado, como se a conversa fosse demais para ela aguentar mais. "Ele não pode fazer de você seu seguidor e ele sabe disso. Mas, aparentemente, ele passou a preferir você do lado dele ao invés de sua oposição. Casamentos políticos não são completamente inéditos."
"Ele sabe que não pode me fazer seu seguidor", diz Harry, desesperado para se apegar a alguma razão, qualquer razão, para não enfrentar o que ele já sabe que é verdade. "O que te faz pensar que ele acredita que eu seria suscetível ao namoro?"
Sem uma palavra, Ron estende a mão para a garrafa de Pacharán muito caro sentado ao lado do livro que Voldemort havia prometido finalmente dar a ele. Ele desacerto, cheira, e toma um gole com um wince.
"Bem, companheiro", diz ele, com a voz tensa pelo licor, ou pelo que quer que seja que ele está prestes a dizer. "Você pegou o braço dele duas vezes. E você aceitou seus dons.
"Esse livro era parte do nosso acordo", diz Harry.
Ron segura a garrafa com um pouco de agitação. "Só um presente, então."
Harry está lá, burro, enquanto seu amigo coloca uma pitada saudável de licor em sua xícara de chá vazia. E depois da Hermione. E depois do Harry.
"Saúde, companheiro", diz Ron, arrancando sua xícara de chá com um suspiro pesado. "Você está bem a caminho de um namoro tradicional de bruxos."
*
"Para que é isso?"
A garrafa parece preta à luz da lua. Harry rola entre as mãos, o líquido dentro balançando contra os lados, e ele franze a testa no rótulo, gravado em caligrafia dourada, em uma língua que Voldemort tem certeza que Harry não fala.
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Draw me after you
Fanfiction"Harry Potter", vem o sibilo suave e sibilante de uma voz que ele ouviu em seus sonhos, em seus pesadelos, em suas horas de vigília durante anos. Lentamente, com cuidado, Harry se vira e se levanta sobre as mãos e joelhos. Ele fica lá, a respiração...