Capítulo 41

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Harry acorda e encontra Tom Riddle dormindo ao lado dele.

Ele não começa ou se assusta com a visão. É, de todas as coisas, quase esperado. Claro que Voldemort ficou. É claro que ele adormeceu na cadeira ao lado da cama de Harry.

É claro.

Seu coração ainda começa a bater independentemente disso. Medo, sim, mas não pelas razões pelas quais alguém pode estar com medo, encontrando o Senhor das Trevas dormindo ao lado de sua cama.

O medo de Harry deriva das características frouxas de Voldemort. De sua confiança aberta e impenitente; a mesma confiança que ele demonstrou a si mesmo, adormecendo ao lado de Voldemort. Das linhas suavizadas de seu rosto, dormindo profundamente, um cotovelo no braço da cadeira, cabeça embalada na mão, completamente à vontade. O medo de Harry vem do fato de que ele não está realmente com medo.

Harry supõe que Voldemort sempre encontrou uma maneira de fazer seu coração disparar.

Deitado de lado, com a cabeça almofadada no travesseiro, Harry se vê congelado no lugar sob os cobertores. Congelado e vendo Voldemort dormir, peito cada vez mais apertado a cada subida e queda do próprio Voldemort.

Então os olhos de Voldemort se abrem.

Sem se mexer, ainda aparentemente contente em permanecer desleixado e à vontade de seu lugar na cadeira ao lado da cama de Harry, Voldemort oferece a Harry um sorriso lento e torto.

"Bom dia, Harry."

O coração de Harry parece tropeçar em si mesmo e correr mais rápido.

"Bom dia", diz Harry, meio tentado a se esconder debaixo da cama.

"Dormiu bem?" Voldemort pergunta, voz baixa que Harry nunca ouviu antes.

"Sim", diz Harry, incapaz de se preocupar com mentiras ou ofuscação. "Estou surpreso que você ficou."

Voldemort arqueia uma sobrancelha. "Você é?"

"Não, na verdade não", diz Harry, mas não elabora, nem mesmo quando o sorriso cansado de Voldemort fica mais nítido; um pouco mais de conhecimento. "Não foi chato?"

Cantarolando, Voldemort senta-se na cadeira e senta-se de costas, olhando Harry de seu lugar e esfregando a mão em sua boca como se ele precisasse de tempo para pensar. Talvez sim.

"Você sonha muito alto", responde Voldemort, com a mão caindo de seu rosto para alcançar o livro na mesinha de cabeceira. "E eu estava em boa companhia. Eu não te mandaria um livro que eu não ache interessante."

Harry pisca algumas vezes, mas tenta se segurar muito imóvel sob os cobertores. Ele não tem certeza se o instinto vem do fato de que ele está encarando um predador na cara – ou se ele simplesmente não quer correr o risco de quebrar esse momento de silêncio.

"Não me lembro do que sonhei", confessa Harry, olhos atraídos para a lombada do livro, para o borrão de letras douradas impressas na coluna. "Você viu algum deles?"

"Você expressou anteriormente que acha minha presença em sua mente uma intrusão bastante indesejada", diz Voldemort, colocando o livro de volta para baixo, os olhos de Harry piscando de volta para o vermelho quente de Voldemort. "E você garantiu que eu não possa entrar, quando você está funcionando com faculdades completas."

"Quando eu não estou sossegado, você quer dizer", Harry bufa com um pequeno revirar dos olhos, com o rosto aquecido enquanto relembra seu próprio comportamento após o incidente com os gêmeos. "E você só é indesejado quando não pede permissão."

Voldemort inclina a cabeça. "Você me deixaria vagar pelo labirinto de sua mente se eu simplesmente perguntasse?"

"Não", Harry ri. "Só quando você tem um bom motivo."

Draw me after youOnde histórias criam vida. Descubra agora