018. Venha comigo, Sua Majestade

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Claque, claque, claque

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Claque, claque, claque.

Os ossos colidiram, o ritmo horripilante soando bizarramente alegre. A névoa azul subiu para agitar e torcer sob o luar frio. A sombra negra saindo da névoa mostrava o contorno de uma carruagem.

Como poderia haver uma carruagem aqui?

Que tipo de carruagem poderia se mover tão desimpedida nesta floresta? Eles poderiam estar testemunhando uma aparição horrível? Nesta noite amaldiçoada! Os cavaleiros apertaram suas espadas e sua lealdade era definitivamente digna de um distintivo de rosa concedido pelo próprio rei — eles estremeceram com essa circunstância terrível e inesperada, mas não recuaram.

"Vamos contar histórias tristes da morte de reis, meu querido¹."

Uma voz cantante comparável à dos tenores de primeira classe ecoou da névoa espessa, cada pronúncia tão clara, tão elegante e tão impecável. Mas também estava cheio de maldade e ostentação indescritíveis, como se uma cobra venenosa estivesse sacudindo a língua e exibindo suas presas. A voz estava saturada de ridículo e frieza.

Era como se a morte iminente de um rei fosse uma excelente performance para ser vista nas melhores óperas.

A sombra da carruagem finalmente se revelou em toda sua glória horripilante, e alguns dos cavaleiros não puderam deixar de gemer fracamente—

Oh, Deus! Que tipo de carruagem é essa?!

Gotas de chamas sulfurosas se espalharam ao redor de uma carruagem enorme e pálida, puxada por monstros sombrios com um semblante obscuro. Eles pareciam não passar pelo mundo real, mas que cruzavam a distância em um reino espacial diferente que por acaso se sobrepunha ao mundo material. Eles passaram diretamente pelas árvores gigantes de milhares de anos, negras como o breu.

'Alguns foram depostos; alguns mortos na guerra;

Alguns assombrados pelos fantasmas que depuseram;

Alguns envenenados por suas esposas: alguns mortos adormecidos;

Todos assassinados——'²

Na esteira da ópera antiga, a cobra venenosa que vagava no escuro levantou a cabeça.

O som das rodas rolando para frente era como um trovão, os crânios soltando gargalhadas agudas, os cavalos do pesadelo se erguendo do inferno e incontáveis corujas noturnas guinchando no escuro enquanto voavam para o céu, suas asas pontilhadas com o frio da escuridão da noite.

A carruagem saltou para fora da floresta e arbustos escuros, e de repente parou nesta pequena clareira em meio ao som de corujas batendo as asas e o grito baixo dos cavalos do pesadelo. O fogo sulfuroso pingava no musgo verde-escuro. A névoa azul subiu de ambos os lados, e os cavaleiros do juramento podiam ver claramente cada osso delicado que compunha a carruagem pálida, cada chama de fogo fantasma, cada rosa vermelha em plena floração nas videiras enroladas ao longo dos ossos.

After Becoming the Tyrant [PT-BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora