Capítulo 15

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__Eu não venho aqui há séculos, - Kate comenta quando entramos no Chihuly Garden and Glass.

__Acho que as coisas por aqui nunca mudam, - Elliot diz, olhando para a loja de presentes perto da entrada. __As mostras são permanentes.

__Vocês não precisam gastar dinheiro com ingressos pra ver tudo de novo, - aviso, apesar de ser tarde demais, porque já pagamos por nossas entradas no quiosque do lado de fora. __A gente pode se encontrar mais tarde.

__Mas a gente quer ver tudo de novo, - Kate garante. __Na verdade eu só lembro dos barcos.

__E eu só lembro do pavilhão da vida marinha, - Elliot complementa. __Os octófagos são bem interessantes.

__Octópodes, - corrige Kate.

__Quê? - Ele sacode a cabeça em protesto. __Não é esse o nome, não.

__É, sim. Pode pesquisar.

Elliot pega o telefone do bolso. E se pronuncia alguns momentos depois.

__Mas que coisa. Você tem razão.

__Claro que sim.

Christian põe a mão sobre os meus ombros enquanto esperamos para entregar nossos ingressos e entrar. É um dia bonito de verão, um pouco quente demais para Seattle, mas por sorte não é nada parecido com a umidade sufocante de Nova York nesta época do ano.

Estou usando a roupa que recebi na minha nova caixa personalizada, um short jeans branco e uma blusa de alcinha com uma estampa bonita de inspiração asiática. Coloquei até brincos, um par de argolinhas de ouro, e passei sombra esfumada nos olhos, como me acostumei a fazer nos últimos tempos. Para mim, um artista com pinta de astro do rock como Christian merece olhos bem maquiados.

Quando entramos no museu, acompanhamos o fluxo da multidão para admirar cada exposição. Chegamos a um recinto longo e comprido onde as peças estão colocadas acima das nossas cabeças, penduradas e protegidas por uma proteção transparente. Esculturas multicoloridas de vidro de vários formatos e tamanhos, algumas em estilo floral, outras com motivos aquáticos, estão espalhadas pelo ambiente, entrelaçadas ou empilhadas. A luz é filtrada a partir do alto, lançando pedaços de arco-íris sobre as paredes vazias.

Com a cabeça inclinada para cima, vou andando devagar, para absorver tudo.

As mãos de Christian me pegam por trás pela cintura, e ele sussurra:

__A gente deveria ver a instalação dele no Bellagio em Las Vegas. De repente emendar uma lua de mel por lá antes de sair navegando por mares desconhecidos.

Eu detenho o passo na hora, sem saber se ouvi direito, e me viro para ele.

__Você por acaso está me pedindo em casamento?

Seus lindos olhos brilham na minha direção.

__Não. Quando eu fizer isso, vou deixar tudo bem claro. Só estou especulando um pouco. Dando um tempo pra você se acostumar com a ideia.

Eu estreito os olhos.

__Pode ser que eu acabe dando a ideia primeiro.

Ele sorri.

__Vamos ver quem é mais rápido, então.

__Vocês estão olhando mais um pro outro do que pras obras de arte, - Elliot provoca ao passar por nós, abraçado com Kate.

__Não tenho culpa se a minha atenção está sempre voltada pra coisa mais bonita do recinto. - Christian me pega pelo cotovelo e me conduz ao ambiente seguinte.

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