gandhi

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oiii!

antes de tudo, vou deixar um pedido de desculpas adiantado pra vocês. estou passando por alguns procedimentos na dentista por causa do aparelho, extraindo dentes que preciso pra abrir espaço e, além deles, os sisos que ainda tenho. talvez eu demore um pouco pra postar por conta disso, pois não posso forçar muito a vista em telas. mas não me abandonem, ok?

boa leitura <3

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NARRADORA

Riverdale, 9:30.

O coral formado por três vozes era responsável pela trilha sonora. A neve grossa pousava na grama fina. Vestidos e sobretudos pretos simbolizavam o luto coletivo. Haviam poucas pessoas no local, somente família e colegas de trabalho. A mulher de cabelos negros segurava um treço e chorava baixinho ao lado do caixão fechado de seu marido. Toni acariciava a mão de Cheryl por cima das luvas de couro que vestiam e Veronica segurava uma garrafa de água com gás que dividia com Betty. Reggie, Sweet Pea, Jughead, Fangs e Kevin mantinham as expressões neutras atrás delas.

Ao final do velório, enquanto o grupo caminhava até o estacionamento, passos afoitos os perseguiram.

- Senhorita Blossom? - Era Valentina, esposa de Elio, com quem Cheryl havia falado por telefone no dia anterior. Todos pararam de andar e lhe deram atenção. Em suas mãos havia um chapéu branco de piloto. - Quero agradecer por ter dado um trabalho digno ao meu marido. E quero que fique com isso. - Estendeu o objeto.

- Foi uma honra, senhora Grande. - Cheryl lhe entregou um sorriso suave, alternando os olhos entre o semblante abatido da mulher e o que ela lhe oferecia. - Mas não posso aceitar.

- Eu insisto. - Valentina segurou a mão livre da Blossom e a pôs em cima do chapéu.

Cheryl entreabriu a boca em um suspiro discreto. Ao seu lado, seus amigos e sua namorada assistiam a cena com aprovação. Toni ergueu uma mão até as costas da ruiva e a acariciou, comunicando, silenciosamente, que a apoiaria na decisão que tomasse sobre aquela situação.

- Obrigada. - Cheryl disse no exato instante em que aceitou o presente. - Me procure se precisar de qualquer coisa, está bem? Minha joalheria fica próxima ao Pop's. Procure por Cheryl, não por senhorita Blossom.

A gentileza oferecida pelas palavras confortantes da Blossom foi agradecida com um sorriso simpático e, após a breve despedida, o grupo dirigiu até a lanchonete de sempre para o almoço. Não haviam muitos clientes naquele horário, então poderiam conversar mais à vontade. Ainda não havia restado tempo para disfrutarem da presença uns dos outros desde que Cheryl e Toni retornaram à cidade no dia anterior.

- Eu odeio cemitérios. - Veronica disse enquanto todos se acomodavam.

- Existe alguém que goste? - Sweet Pea ironizou, cruzando os braços sob a mesa.

O incessável apertar de dedos de Cheryl chamou a atenção de Toni, que levou a mão esquerda até as dela para acalmá-la, quando percebeu que o ataque de Monroe Moore não havia sido mencionado e as marcas no pescoço pálido da ruiva ainda estavam escondidas na gola alta da camisa.

- Não consigo imaginar a dor que ele sentiu. - Fangs disse.

- Agradeço à Deus por isso. - Kevin comentou. - Quer dizer, poderia ter sido qualquer um de nós.

- O mais perturbador é que ele estava sozinho. Ninguém estava lá pra ao menos tentar evitar o que aconteceu. - Betty completou.

- Dá pra encerrar o assunto? - Cheryl disparou, rispidamente. Estava exausta por não ter tido uma noite tranquila de sono e, por isso, seus amigos concordaram mentalmente em relevar sua explosão. Ela sentia medo. Angústia e fúria. Porque, é, poderia ter sido qualquer um entre eles e ela não suportava ao menos a ideia daquilo.

The Other Side - CHONIOnde histórias criam vida. Descubra agora