eu ainda preciso de você - parte 2

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antes de tudo... o que foi aquele BEIJÃO com língua e tudo que "choni" deu em riverdale? o gay panic que eu tive tá batendo até agora 😭

adoro esse capítulo por ser tão espiritual e sensível. por favor, comentem seus pensamentos entre as partes, é muito importante pra mim :(

boa leitura <3

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"Saudade é uma dor que fere nos dois mundos."

- Chico Xavier.

NARRADORA

20 de janeiro.

A manhã foi mais serena naquele dia. A mesa estava posta com comidas leves para o jantar e a mansão Lodge estava silenciosa. Um mês havia se passado desde o início do coma de Toni e a sensação no peito angustiado de Cheryl era de que haviam décadas. A poltrona ao lado da cama da negra, que já estava muito longe de ser confortável àquela altura, tinha sido sua residência desde o primeiro dia. Era difícil convencer a ruiva a largar sua própria teimosia e sair um pouco do ambiente. As mãos quentes dela estavam, na maior parte do tempo, deixando carícias esperançosas nas mãos frias de Toni, enquanto planejava milhares de coisas para fazerem juntas quando ela acordasse. Porque ela iria. Cheryl não tinha dúvidas.

Às oito horas em ponto daquela noite de quinta-feira, nevava forte quando a ruiva beijou a testa de suas amigas em silêncio e dirigiu até Marjorie para uma visita mensal. O rádio permaneceu desligado durante todo o percurso, deixando espaço para os pensamentos barulhentos dela. Ela desceu do veículo e retirou as luvas de couro vermelhas ao entrar no local, se surpreendendo com a pouca movimentação ali. Revirou os olhos. Parecia que sua vida começara a desmoronar pouco a pouco.

- Quantas vendas fizeram hoje? - ela perguntou à primeira funcionária que passou por ela.

- Cinquenta, no máximo.

- Ligue para Minerva Marble e encomende peças de todos os diamantes que ela tiver. - Cheryl ordenou, se encaminhando para o balcão da vitrine, deixando a mulher para trás.

Não sabia o motivo da diminuição das demandas. Seu primeiro palpite seria sua ausência constante ali, mas não haviam dúvidas de que tinha profissionais exemplares ao seu dispor. O segundo seria a falta de qualidade das peças e este a fez rir de tão incabível. O terceiro seria a praga que Clifford praticamente a tinha rogado.

Fracasso.

Sempre era a voz dele quando essa palavra lhe surgia na mente.

- Você é mesmo a droga de um demônio sexy. - uma voz feminina e irritantemente inconfundível chamou a atenção da Blossom.

A mulher vestia roupas grossas e tinha um olhar transbordante em um desejo que não cansava de sentir pela ruiva. Nem mesmo com todo o desprezo que recebia em troca.

Cheryl coçou a têmpora e bufou.

- O que faz aqui, Heather?

Um sorriso brotou nos lábios pintados em um rosa escuro e a única resposta que ela deu à Cheryl foi o erguer de sua mão esquerda, onde um anel solitário de esmeralda brilhava tanto que poderia ferir os olhos castanhos da ruiva.

- Vou me casar. - Heather respondeu.

Cheryl deu de ombros.

- E? Veio pedir a minha bênção ou o quê?

- Na verdade, estou atrás do par de brincos mais chamativos que você tiver. - Heather disse, avançando seus dedos para o queixo da Blossom. - É a única coisa que falta para completar meu visual para o grande dia.

The Other Side - CHONIOnde histórias criam vida. Descubra agora