O som do ranger da porta assustou o grupo que esperava dentro da sala de reuniões. Pudera, estavam todos apreensivos desde que anunciaram o roubo do quadro Um cenário no dia de Dano do pintor Hyewon, um dos mais importantes que havia no Museu Nacional da Coreia. Quando Choi Minho, o supervisor da equipe, assumiu a tribuna acompanhado de diversas folhas em suas mãos, os cochichos começaram. Alguns diziam que, possivelmente, seria a carta de demissão de todos por conta do acontecido, outros que o senhor só queria parecer tão intelectual como nos dias comuns e que não deveriam se preocupar.
No momento em que o homem fez menção de que começaria sua sessão de esporros, a porta chiou novamente e os pescoços giraram rapidamente para trás acompanhado dos olhares curiosos da equipe que estava pronta para julgar o atrasado. Jimin havia ido ao banheiro antes de seguir para a bronca coletiva, porém, para sua infelicidade, chegou depois de seu supervisor. Tentou entrar a passos silenciosos, tamanha vergonha sentiu quando Minho parecia fuzilar com o olhar da tribuna.
O homem começou, a bronca seguia para todos pela falta de atenção e maldade em não prestar atenção em pessoas suspeitas, como supostamente o tal ladrão devia ser. Talvez as palavras soassem assim porque Minho sequer em seu posto estava na hora, considerando que sempre se escondia no terraço do Museu para fumar seu cigarro e tomar um café. Já Park Jimin parecia perdido naquele momento, ignorando totalmente o sermão de seu superior. Seus pensamentos voltaram nos lábios macios que estavam sobre os seus minutos antes. E nas mãos firmes que o segurou com tanta vontade.
Ele não tinha o costume de se relacionar, Jimin era bem seletivo até mesmo quando saía para se divertir. Então, ser beijado daquele jeito, de surpresa e ainda mais por um cara que nunca teve qualquer contato na vida... Sua mente estava muito confusa. Todavia não conseguia esquecer aqueles olhos castanhos lhe encarando quando o beijo acabou, e naquela voz ecoando dizendo que havia gostado.
No entanto, apesar da boa recordação de um beijo que mexeu tanto consigo a ponto de deixá-lo sem reação, Jimin também se sentia um tanto nervoso. Afinal, o homem em questão que o deixou tão desnorteado era também o cara que deu tamanho prejuízo para o Museu e não sabia qual seria o seu futuro ali. — Puta merda... — Jimin levou os dedos aos próprios lábios.
— JIMIN?! JIMIN! — o guia foi retirado de seus pensamentos quando seu supervisor gritou seu nome.
Algumas risadas ecoaram quando Park se ajeitou na cadeira de forma rápida e olhou em direção a Choi Minho.
— Por Deus, estamos no meio de uma reunião e vocês parecem não estar levando nada a sério. — ralhou batendo com as folhas contra o apoio. O supervisor voltou a reclamar sobre como todos foram descuidados e quais seriam as possíveis mudanças dali para frente.
🍹🍸🥂🖼️
Sempre se sentia incomodado com a placa oval que ficava sobre a prateleira, quem quer que fosse que arrumasse o local sempre deixava a mesma totalmente torta. Ela costumava piscar de forma constante e muita das vezes isso irritava seus olhos, porque gostava de observar os produtos abaixo dela. Mesmo que não fosse comprá-los, ele gostava de vê-los arrumadinhos por cores, por tipos e até mesmo por tamanho. Um tanto aleatório talvez, porém Jeon Jungkook preferia tudo nos trinques.
Quando ouviu alguns barulhos de passos, o rapaz se virou e acenou para o caixa — que havia acabado de retornar para seu posto — que retribuiu. Como o funcionário já sabia o porquê Jeon estava ali, não fez qualquer pergunta quando ele seguiu para o fundo da loja, em uma porta que dava acesso ao depósito. Ele apenas puxou um livro que estava marcado em páginas avançadas, quase no fim.
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Desire Trap | Jikook
FanfictionTentar descobrir os segredos profundos de alguém é como andar em um labirinto vendado. Jimin se pegava pensando nisso todas as vezes que se lembrava do beijo que o ladrão de artefatos lhe deu durante seu expediente de trabalho, o que resultou em sua...