AQUELE CARA

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Aos poucos o salão de boas vindas começou a esvaziar, Park Jimin ainda mirava o rapaz de máscara. Ele tentou caminhar entre as pessoas que conversavam animadas entre si sobre as atividades que o capitão havia falado em seu discurso, o que era bem complicado. Alguns esbarrões, empurrões e semblantes emburrados porque o ex guia tentava bravamente andar entre as pessoas a bordo.

— Licença. — disse enquanto passava entre um trio falante — Me desculpe.

Jimin tentou a todo custo passar para se aproximar do tal rapaz, que caminhava bem distraído, parecia bem apressado na verdade. Quando estava prestes a segurar seu ombro na tentativa de se comunicar, ele passou por uma porta com a placa escrita "Somente funcionários autorizados". Enquanto bufava, Park resmungou consigo mesmo pela quantidade de pessoas que estavam saindo dali em lentidão. Aquele momento o deixava pensativo, um tanto apreensivo. E se fosse o ladrão do museu realmente: O que iria dizer? O que iria fazer?

Oi, sou Park Jimin, o homem que você beijou e fez perder o emprego.

— Ji, o que foi isso? — perguntou Taehyung quando tocou seu ombro que com muito custo parecia ter conseguido chegar até onde o outro estava.

— Eu... — ele estava divagando — Pensei ter visto alguém conhecido.

— Aqui? — soou cômico para Taehyung — Só a gente mesmo pra fazer uma viagem de cruzeiro. Quem você conhece que é recém casado ou idoso?

— Que? Como assim? — Jimin ainda estava meio confuso por conta do acontecido.

— Bom, é o tipo de pessoa que faz uma viagem de cruzeiro. — Taehyung respondeu tranquilamente, como se fosse uma verdade absoluta.

— Não viaja, Tae. — Jimin balançou a cabeça em negação quando seu amigo segurou sua mão e começou a puxá-lo na direção oposta. Para que pudessem voltar para a cabine.

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O loiro puxou a alça de suas orelhas, deixando seu rosto à mostra. Nem havia começado a viagem ainda e já estava cansado, visto que precisaram arrumar tudo do bar para que quando a inauguração começasse não tivesse nenhum problema . Ao entrar no corredor que dava acesso às cabines dos funcionários, ele se despediu de seu amigo Jung Hoseok que disse antes que iria descansar para que estivesse na Trap depois. — Vê se fica suave então, Jungkook.

Apenas recebeu um sorriso breve do amigo que se afastou em direção aos quartos. Já Jeon seguiu em direção ao convés onde não havia quase ninguém, por mais que estivesse cansado, saberia que não conseguiria dormir com a sua mente com pensamentos acelerados. Não sabia quanto tempo havia perdido naquela reunião de boas vindas, só sabia que estava no horário do almoço, o que era bom porque não iria ter tantas pessoas do lado de fora do navio. Em seu bolso havia um palito, ele o pegou e colocou entre os lábios. Olhando o horizonte ao qual a civilização estava começando a se afastar indicando que a viagem havia começado, Jungkook deixava seus pensamentos viajarem.

Precisava levar aquele artefato em segurança para aquele homem, se quisesse sair vivo de toda aquela situação. Afinal, ele sabia o que acontecia com quem ousasse não seguir os planos como deveria e Jeon não queria isso. Com isso, ele tensionou os ombros, deixando claro sua preocupação. O roubo havia sido arriscado e também estava se arriscando ali. Porque estava se sentindo preocupado, mas também tentado.

Tentado a sugerir a Hoseok que eles só deveriam parar no Havaí e desistir de entregar a mercadoria, fugir e dividir o que haviam roubado. Mas passar a vida se escondendo talvez não valeria a pena, dinheiro nenhum pagaria isso. O conflito interno era gigante.

Desire Trap | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora