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O médico me olhava sério, pegou uma cadeira que estava perto e se sentou na minha frente.

- A Senhorita Sn foi um caso diferente - falou e olhou sua prancheta. - Com-como assim diferente? - solucei apreensivo.

Era para Sn, antes da ambulância chegar lá, já estar morta - falou me olhando nos olhos e minhas lágrimas presas caíram.

- Mas, el-ela é for-forte, né? - encostei minha cabeça na poltrona imaginando minha pequena.

- Sim, muito forte - soltou um sorriso - Sn, quando estava mutilando-se, conseguiu acertar uma veia do braço.

- Meu bebê - sussurrei pensando na dor que ela sentiu.

- Ela fez certo, na verdade MUITO certo - enfatizou o muito - Em estancar o sangue com a toalha, caso não tivesse feito isso, ela não iria resistir.

Suspirei em meio ao choro, ela está bem.

- Como havia perdido muito sangue, ela precisou receber mais sangue - falou e eu olhei preocupado - Fique despreocupado, nós já tínhamos bolsas de sangue do tipo 0+, então ocorreu tudo bem - ele sorriu se levantando.

- Ela está acordada? - perguntei e ele negou.

- Ela tomou anestesia na veia e faz com que ela só acorde mais tarde - entregou a prancheta para o enfermeiro - Mas pode ir vê-la e ficar lá até ela acordar.

- Sim - falei concordando freneticamente e ele falou para segui-lo.

- Eu avisei que ela estaria lutando para te ver - o enfermeiro riu para mim e eu concordei limpando as lágrimas.

- É ela lutou - sorri - Para me ver.

[...]

Ao abrir aquela porta e ver minha pequena, com o braço enfaixado, vários fios ligando várias partes de seu corpo, percebi que ela estava usando aparelho respiratório.

- Pequena - fui até ela, derramando minhas lágrimas - O Daddy ficou com tanto medo de te perder.

- Nós iremos sair, caso precise de nós, ou se ela acordar, aperte o botão vermelho - olhei o botão e concordei.

- Perdoa o papai amor - beijei sua bochecha um pouco pálida - Não sei o que eu seria sem você.

Fui até a poltrona que tinha alí e puxei ela para mais perto da caminha dela.

- O papai é um merda - falei e sentei na poltrona segurando a mãozinha dela - O papai não tinha di-direito de gritar com você - fiz carinho em seus dedinho - A culpa é mi-minha por você es-estar aqui - falei soluçando.

- Thu... - ouvi ela falar e me levantei rápido.

- Amor - fiz carinho em seu rosto - Tá acordada - funguei, será que ela acordou?

Apertei o botão e sem muita demora, o médico entrou no quarto.

- Aconteceu algo? - perguntou chegando perto da minha pequena e checando os fios que ligavam a ela.

- Ela falou alguma coisa, quando eu estava conversando com ela - falei suspirando com medo.

- Ela já deve estar prestes a acordar - falou e anotou alguma coisa na prancheta.

Após ele falar isso, minha bebê se mexeu na cama e foi abrindo os olhinhos devagar pela claridade, corri e desliguei as luzes para ela não acordar irritada.

- Sn? - chamou ela e a mesma continuou me olhando - Você está bem? - perguntou e Sn me chamou com as mãozinhas, ela regrediu.

- Acho que ela regrediu - falei baixinho e abracei ela.

- Ela é infantilista? - perguntou e anotou mais coisas na prancheta, eu só assenti - Caso ela de alguma coisa, vômito, dor em algum lugar, aperte o botão urgentemente.

- Ok - falei e ele saiu da sala - Amor - beijei o rostinho dela - Desculpa o papai - beijei a barriga dela e a mesma gargalhou - Amor - dei beijos pela sua barriga e ela começou a gargalhar.

-Pá - falou e eu olhei para ela - Ma... - começou a resmungar coisas sem contexto e eu olhei para ela atentamente, como se tivesse entendendo alguma coisa.

Ouvi alguém bater na porta e uma enfermeira entrou em seguida.

- Olá - falou e puxou um carrinho com alguns remédios - Vamos tomar os remédios - falou fofa para Sn, e minha pequena riu fofa.

Ela chegou perto da Sn e pois um remédio de gotas na boca dela, fechando a boca da minha pequena para ela não cuspir.

- Isso aí - ela falou e Sn fez careta por conta do remédio - Acho que agora o Senhor poderá me ajudar, agora é com agulha - falou e eu concordei.

Abracei minha pequena e dei o braço de Sn para a mulher.

- Meu amor vai querer ver qual desenho depois? - tentei distrair Sn para que a mesma não chorasse - Que tal 'Dory'?

- Do... - falou.

Quando a mulher colocou a agulha no bracinho da minha pequena e ela fez um bico choroso.

- E que tal nós vermos 'Rei Leão'? - perguntei e ela deixou algumas lágrimas caírem, mas não chorou escandalosamente.

- Pronto - a enfermeira sussurrou e saiu do quarto.

- Parabéns pequena - bati palmas e ela sorriu em meio as lágrimas - Quer ver desenho no celular do papai?

Tirei meu celular do bolso e coloquei na Netflix e dei para ela, minha pequena riu feliz ao ver tantos desenhos.

- Ry... - ela resmungou clicando no filme 'Dory'.

- Perdoa o papai - beijei o topo de sua cabeça e ela encostou a cabeça em meu peitoral - O Arthur te amo muito.

[...].

Sn estava dormindo, depois que viu 'Dory', ela comeu e dormiu. Tive que dar meu peito para que ela conseguisse dormir, a chupeta dela está lá em casa e eu não deixaria ela aqui sozinha para ir buscar uma chupeta.

Meu celular começou a tocar, era Neide.

Ligação on

- Oi Neide - falei.

- Senhor Arthur, como ela está? - perguntou preocupada e eu olhei minha pequena ao meu lado.

- Está bem, na medida do possível - falei e ouvi um suspiro de alívio.

- Senhor Arthur, tenho que lhe falar - indagou apreensiva e eu estranhei.

- Fale Neide.

- Acabou de chegar uma carta de denúncia aqui na sua casa, Senhor - falou e eu arregalei os olhos.

- Como assim denúncia? - perguntei.

- Eu não sei Senhor, eu não abri a carta para não ser invasiva - falou e eu concordei.

- Amanhã traga essa carta para cá, urgentemente.

Ligação off

Denúncia de quê?

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WITH LOVE
Sweetrkive <3

Pretty babygirlOnde histórias criam vida. Descubra agora